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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Capitulo de'cimo quinto - ~eoceticismo, Neo-aristotelismo, )A\ACdio-platonismo.. .<br />

teolbgico, alias, teosofico, isto C, desenvolve-se ver-<br />

<strong>da</strong>deira e propria aritmologia ou aritmosofia.<br />

d) No que se refere a conce P homemy<br />

os Neopitagoricos trazem a bai a a doutrina <strong>da</strong><br />

espirituali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> alrna e de sua imortali<strong>da</strong>de (e,<br />

conseqiientemente, tambCm retomam e reafir-<br />

mam a doutrina <strong>da</strong> metempsicose). 0 fim do<br />

homem indica-se no afastamento do sensivel e<br />

na mi50 com o divino.<br />

e) A Ctica neopitagorica assume forte colo-<br />

raqiio m'stica. A propria fdosofia entende-se como<br />

revelaq50 divina e a figura ideal do filosofo,<br />

identifica<strong>da</strong> de mod0 para&gmAtico com Piti-<br />

goras, mais do que a de um homem perfeito, tor-<br />

na-se a de um ser pr6ximo a um Dem6nio ou a<br />

um Deus ou, em todo caso, a de um profeta ou<br />

homem superior, que se relaciona com os deuses.<br />

a convicqao de que a concepq50 do IncorpQeo<br />

e do Ser professa<strong>da</strong> por Plat50 correspondia<br />

de MoisCs, como tambim afirmava que Plat50,<br />

no fundo, na<strong>da</strong> mais era do que um "Moisis aticizante",<br />

ou seja, um Moisis que falava em atico.<br />

Qua1 C a estrutura do ser e do incorporeo?<br />

Nos MCdio-platGnicos, sobretudo os do<br />

sic. I1 d.C., ja se encontra claramente a tendtncia<br />

de conceber a reali<strong>da</strong>de imaterial em<br />

sentido hierir uico-hipostitico, e certa confi-<br />

guraqiio dessa ierarquia em sentido triadico.<br />

NumEnio levou essa tendencia ao seu maior<br />

grau de clareza antes de Plotino.<br />

0 Primeiro Deus relaciona-se exclusivamente<br />

com as esstncias puras, ou seja, com as<br />

Ideias, enquanto o Segundo Deus ocu a-se <strong>da</strong><br />

constituiq50 do cosmo. Numtnio consi 'i' era, precisamente,<br />

ue a Idiia do Bem ou Bem em si, de<br />

ue Plat20 S ala na Republics e dela faz depen-<br />

$ as outras IdCias, coincide com o Primeiro<br />

Deus. Ao inves disso, o Derniurgo que constitui<br />

o cosmo, de que Plat50 fala no Timeu, i considerado<br />

ser "bom", mas n5o "Bem"; esse, portanto,<br />

e dderente do Deus Supremo, precisamen-<br />

0 Neopitagorismo atingiu o seu cume te o Segundo Deus. Dele n5o depende o mundo<br />

com Numtnio, mas, ao mesmo tempo, fun- <strong>da</strong>s IdCias supremas, que depende do Primeiro,<br />

diu-se com o movimento MCdio-platGnico, que mas sim o mundo <strong>da</strong> genese. 0 Segundo Deus<br />

acontecia paralelamente.<br />

imita o Primeiro, pensa as essencias produzi<strong>da</strong>s<br />

Como sabemos, para os filosofos gregos pel0 Primeiro e as reproduz no cosmo.<br />

o problema metafisico por exceltncia se resu- 0 Terceiro Deus, que na<strong>da</strong> mais C do que<br />

me na pergunta "o que C o ser?" Numhio o o Segundo em sua funqiio especificamente<br />

repropGe precisamente nessa forma. demi~rgica, ou seja, em sua funq50 ordenadora<br />

A resposta que ele di ii pergunta pressu- <strong>da</strong> matiria informe (Diade), C evidentemente<br />

p6e n5o apenas a superaq50 gentrica do mate- aquilo que o proprio Numtnio chama de "alma<br />

rialism~, mas at6 mesmo sua sistematica der- do mundo" ou, mais recisamente, "alma boa"<br />

roca<strong>da</strong>. 0 ser nHo pode identificar-se com a do mundo. (Com e P eito, ele tambCm admite<br />

matCria porque ela C indetermina<strong>da</strong>, desor- uma alma "ma" do mundo, que C a alma prodena<strong>da</strong>,<br />

irracional e incognoscivel, ao asso que pria <strong>da</strong> matCria sensivel.)<br />

o ser n50 mu<strong>da</strong>. N5o pode se identi F icar com SHo numerosas as tangencias que C<br />

um corpo, pois, em si mesmos, os corpos est5o sivel observar entre Numcnio e Plotino, a YOS- gusubmetidos<br />

a continua mu<strong>da</strong>nqa e ttm necessi- mas relativas a certos corolarios e outras rela<strong>da</strong>de<br />

de a1 o que, em todo caso, os fa a perdu- tivas aos proprios fun<strong>da</strong>mentos do sistema.<br />

rar. Esse a F go, por seu turno, nHo po h e ser um Em primeiro lugar, Numtnio antecipa o<br />

corpo, porque, se assim fosse, ja de sai<strong>da</strong> tam- principio que inspira a "process50n <strong>da</strong>s hiposbCm<br />

este teria necessi<strong>da</strong>de de um principio ul- tases plotinianas, segundo o qual o Divino <strong>da</strong><br />

terior que lhe garantisse a estabili<strong>da</strong>de e a per- sem que o seu <strong>da</strong>r o em obreqa.<br />

mantncia. Esse algo, portanto, tera de ser Ademais, C notave P a afirmaqgo de Nuu.<br />

mcorporeo". 0 ser, entao, sera a reali<strong>da</strong>de mtnio segundo a qual a contempla@o do Seimutavel<br />

e eterna do incorporeo, este 6 inteligi- undo Deus, ue olha o Primeiro, constitui a<br />

vel. 0 sensivel, ou seja, o corporeo, niio C ser, %use <strong>da</strong> qua1 ‘f eriva a possibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cria@o<br />

mas devir.<br />

do cosmo. Com efeito, a contemplaq50 tem<br />

Este Ser que realmente C e nunca se torna papel determinante no sistema lotiniano.<br />

nem perece, ou seja, o Incorporeo, i tambCm o AlCm disso, nosso filoso P o formula o<br />

biblico "Aquele- ue-C" . Na ver<strong>da</strong>de, Numtnio principio segundo o qual, em certo sentido,<br />

estava convenci 3 o de que o ensinamento de pode-se afirmar que tudo esta em tudo, do<br />

Platiio correspondia ao antigo ensinamento de mod0 como Plotino o utilizari.<br />

MoisCs, que ele conhecia bem e ue inter reta- Por fim, em Numtnio se encontra imva<br />

de mod0 ale orico, ao mo<br />

P<br />

3 o de Fi P on, o pressionante antecipaqiio <strong>da</strong> doutrina ploti-<br />

Judeu (do qual alaremos), conforme relatam niana <strong>da</strong> unio mystica com o Bem.<br />

nossas fontes. Alias, Numtnio ia at6 mais lon- Com Numtnio alcan~amos ver<strong>da</strong>deirage<br />

do que Filon: com efeito, ele n5o apenas tinha mente os umbrais do Neoplatonismo.<br />

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