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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Aristoteles considera o homem n%o so como um "animal rational", mas<br />

tambem como "animal politico" (um ser vivo n%o-politico pode ser apenas um<br />

animal ou entao um deus).<br />

Por homem "politico" Aristoteles entende n%o todos os<br />

o hornern homens sem distinqao, mas (ligado ao estado politico-social <strong>da</strong><br />

P urn sua epoca) aquele que goza plenamente dos direitos politicos<br />

"animal politico" e exerce em parte maior ou menor a administra~Bo <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de.<br />

+§S Por conseguinte, os colonos que nao gozam de tais privi-<br />

legios e os operarios e camponeses n%o s%o considerados ho-<br />

mens-ci<strong>da</strong><strong>da</strong>os propriamente ditos. 0 s escravos, que nao gozam de quaiquer di-<br />

reito, em certo sentido, n%o s%o considerados homens propriamente ditos, mas<br />

apenas instrumentos animados.<br />

Aristoteles formula um esquema orgdnico <strong>da</strong>s vhrias formas de constituiqbes<br />

do Estado, fun<strong>da</strong>ndo-se sobre dois pontos-chave:<br />

1) a figura de quem exerce o poder (se "um so", "pou-<br />

AS "Arias formas COS", OU "MU~~OS'~);<br />

de constitui@es 2) o mod0 com o qua1 quem exerce o poder o leva a efeito<br />

do sta ado (em funqao do "bem comum", ou do "interesse privado").<br />

-+ 9 6-7 Dessa forma, podem ser obti<strong>da</strong>s, combinando as duas<br />

perspectivas, as seguintes formas de governo: a "monarquia",<br />

a "aristocracia" e a "politia" (uma democracia ordena<strong>da</strong> pela lei), quando quem<br />

coman<strong>da</strong> age <strong>da</strong> melhor forma; a "tirania", a "oligarquia" e a "democracia"<br />

(= demagogia), quando quem exerce o poder e movido por interesses privados e<br />

nao pelo bem comum.<br />

0 fim supremo do homem,<br />

ou seja, a felici<strong>da</strong>de<br />

- Depois <strong>da</strong>s "citncias teorCticasn, na sis-<br />

tematizaqso do saber, v2m as "ci2ncias pra-<br />

ticas", que dizem respeito h conduta dos ho-<br />

mens e ao fim que eles querem atingir, tanto<br />

considerados como individuos, quanto co-<br />

mo parte de uma socie<strong>da</strong>de politica. 0 es-<br />

tudo <strong>da</strong> conduta ou do fim do homem como<br />

individuo C a "Ctica"; o estudo <strong>da</strong> conduta<br />

e do fim do homem como parte de uma so-<br />

cie<strong>da</strong>de C a "politica".<br />

To<strong>da</strong>s as aq6es humanas tendem a<br />

"fins" que sio "bens". 0 conjunto <strong>da</strong>s aq6es<br />

humanas e o conjunto dos fins particulares<br />

para os quais elas tendem subordinam-se a<br />

um "fim ultimo", que C o "bem supremo",<br />

que todos os homens concor<strong>da</strong>m em cha-<br />

mar de "felici<strong>da</strong>de".<br />

Mas o que i a felici<strong>da</strong>de?<br />

a) Para a maioria, C o prazer e o gozo.<br />

Mas uma vi<strong>da</strong> gasta com o prazer C uma<br />

vi<strong>da</strong> que torna "semelhantes aos escravos",<br />

e "digna dos animais".<br />

b) Para alguns, a felici<strong>da</strong>de C a honra<br />

(para o homem antigo, a honra correspondia<br />

aquilo que C o sucesso para o homem de<br />

hoje). Mas a honra C algo extrinseco que,<br />

em grande parte, depende de quem a confe-<br />

re. E, de qualquer maneira, vale mais aqui-<br />

lo pel0 qua1 se merece a honra do que a pro-<br />

pria honra, que C resultado e conseqiihcia.<br />

C) Para outros, a felici<strong>da</strong>de esti em jun-<br />

tar riquezas. Mas esta, para Aristoteles, i a<br />

mais absur<strong>da</strong> <strong>da</strong>s vi<strong>da</strong>s, chegando mesmo a<br />

ser vi<strong>da</strong> "contra a natureza", porque a ri-<br />

queza i apenas meio para outras coisas, nio<br />

podendo portanto valer como fim.<br />

0 bem supremo realizivel pel0 homem<br />

(e, portanto, a felici<strong>da</strong>de) consiste em aper-<br />

feiqoar-se enquanto homem, ou seja, naquela<br />

ativi<strong>da</strong>de que diferencia o homem de to<strong>da</strong>s<br />

as outras coisas. Assim, nio pode consistir<br />

no simples viver como tal, porque at6 os<br />

seres vegetativos vivem; nem mesmo viver<br />

na vi<strong>da</strong> sensitiva, que C comum tambim aos<br />

animais. So resta, portanto, a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

razio. 0 homem que deseja viver bem deve<br />

viver, sempre, segundo a razf o.<br />

Como se v2, acolhe-se aqui plenamen-<br />

te o discurso socritico-plat6nico. Mais ain-

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