12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capitdo sexto - Plat2io e a Academia antiga<br />

I%%'?<br />

-<br />

Gadorner n6o so saguiu os trobolhos corn o<br />

rn6xlrno otengdo, rnos interveio rnois de urno<br />

vez, corn questlonornsntos rnuito pertinsntes<br />

a cheios de vi<strong>da</strong>. E n6o ocobou oi Depois<br />

do jontor, olguns colaborodores rnsus e estudontas<br />

qua desenvolvern o tese sobre<br />

"Godorner intCrprete de Plotlio" Iha fizerorn<br />

perguntos o respeito de seus contotos corn<br />

os grondes filosofos do sQculo XX: Wilhelrn<br />

Dilthay, Edrnund Husserl, Poul Notorp, Mortin<br />

Heidegger, Nicoloi Hortrnonn, Honnoh flrendt,<br />

Rornono Guordini, e rnuitos outros. E Go<strong>da</strong>rner<br />

Folou sern interrupgtio duronte duos<br />

horos e rneio, corn entusiosrno extroordindrio,<br />

dizendo: 'Rlgurnas dos coisos qua digo<br />

e que se referern oos grondes de nosso sQculo<br />

rnuitos os conhecern por t6-los //do, rnos<br />

eu os digo por t6-10s vivido ern prirneiro pessoo.<br />

Esto C o vontogern de ser velhos".<br />

rneio-noite a rneio olhou o relogio e exclornou:<br />

'Y6 Q ornonh6! Precisornos dorrnir, porque<br />

eu portire, 6s dez, rnos vos portireis ontes<br />

e devereis lsvontor barn cedo".<br />

Gochrner encornou de rnodo espI6ndido<br />

o gronde quolidode que openos poucos<br />

conseguern: perrnonscer sernpre jovens!<br />

metafisica como historia do platonismo. Suas<br />

estagbss seriam Plotino s Rgostinho, Mestre<br />

Eckhart e Nicolau de Cusa, Ieibniz, Kant e Hegel,<br />

o que, porhm, quer dizer: todos os esforgos de<br />

pensamento do Oc~dente cujo questionamento<br />

vai alhm do doutrina do substdncia <strong>da</strong> tradiCZlo<br />

metafisica. 0 primeiro plat6nico nssta shrie ssria<br />

ninguGm rnenos que o proprio Rristoteles".<br />

Ora, tambGm sstou perfeitarnsnte de acordo<br />

sobre este ponto. E, com sfsito, Diogenss Ia-<br />

Grcio escrevia uma belissima frass, qua citei<br />

como epigrafe (na pClgina inicial do sqdo sobre<br />

Rristoteles <strong>da</strong> minha Hist6rio do filosofia<br />

ontigo): "0 mais genuino discipulo ds PlatZlo<br />

foi Rristoteles". Mas agora pergunto: podsrernos<br />

escrever no fim do sGc. XX que o ultimo<br />

grande plat6nico hojs vivo & Hans-G~sorg<br />

Ga<strong>da</strong>mer?<br />

GADAMER - (riso complocente) Em csrto<br />

sentido ...<br />

REALE - Respon<strong>da</strong>-me a esta pergunta.<br />

Estou convicto e Ihs <strong>da</strong>rsi alguma prova; mas<br />

antes gostaria ds ouvir o qua o senhor ms diz.<br />

GADAMER - 0 senhor compreends qua<br />

esta pergunta, assirn forrnula<strong>da</strong>, com este estilo,<br />

me honra demasiado. Em todo caso, 6 ver<strong>da</strong>ds.<br />

Na minha visdo, Platdo semprs me fascinou,<br />

e nisso estou muito proximo dels, pelo fato<br />

que insistia sobre a diolCtico depergunto 0 res-<br />

RERLE - Fago-lhe a pr~meira pergunta. 0 posto. Csmbro-me de uma discussdo que tive<br />

senhor por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> esteve com Platdo: como sobre Platdo com um jornalista s colsga intelio<br />

encontrou pela primeira vez e que rela(;do tem gente, que se lamentavo que 0s outros persocom<br />

ele?<br />

nagsns dos di61ogos platdnicos semprs dizsm<br />

GRDRMER - Meu primeiro encontro ocorreu<br />

nos bancos <strong>da</strong> escola, na minha ci<strong>da</strong>de,<br />

Oreslau, onde eu freqi~entava o Gymnasium des<br />

Heiligen Geistes (Gin6sio do Espirito Santo).<br />

Rqui era normal estu<strong>da</strong>r tambbm grego, nos<br />

dtimos anos. Era um gin6sio reformado: comeg6vamos<br />

corn o franc&s, continu6varnos com o<br />

latim e, no terceiro ano, com o grego. Mas no<br />

"Sim", "Ndo", "Talvez" stc. e ponto final. Eu entdo<br />

Ihe dizia: "Sim, estas respostas a sstas psrguntas<br />

se podem mais ou msnos substituir; mas<br />

esta G uma thcnica destes dialogos". Uma t&cnica,<br />

que tambQm o novo interssss pela formadi61ogo<br />

comega a recuparar. Talvez ssja muito<br />

dificil individuar a tGcnica dessa forma ds di6logo<br />

nos outros personagens, com alguma sxquarto<br />

ano do gin6sio era central o grego, e cegdo, mas norrnalrnents trata-ss de uma t&antdo<br />

se liam os d161ogos de Platdo do primei- nica de ensino oculto de Platdo.<br />

ra Cpoca, mas tambGm a Rpologio de Socrotes REALE - Muito belo. Contudo, OU~I, esta<br />

etc. Iembro-me bem que uma de minhas filhas, 6 forma, mhtodo. No final de sun obra, no primuitos<br />

anos mas tarde, frequentova uma esco- meiro volume de Ver<strong>da</strong>de e Mdtodo, sncontro<br />

la ~gualmente intehgente, e, no decorrer de to<strong>da</strong> a mais pranhe definigdo do belo em sentido<br />

a sua carreira de estu<strong>da</strong>nte, veio encontrar-me plat6nico que se tenha <strong>da</strong>do em nosso shculo,<br />

urna so vez no Instituto: devn preparar um exa- e sobretudo urna defesa contra a dessacrame<br />

sobre um di6logo de Platdo, e ai o lemos<br />

juntos; em grego, naturalmente, como era normal!<br />

Portanto, comecei lendo e estu<strong>da</strong>ndo Platdo na<br />

lizagdo do belo que hojs grassa em todo o<br />

mundo. 0 marxismo <strong>da</strong>nificou muitissimo o belo.<br />

0 senhor sscreve, neste ponto, qus "o bslo 6 o<br />

sua lingua, e continuo sempre a rel6-lo. modo em qua o bem aparece, torna-se mani-<br />

RERLE - Nest8 seu volume, que acaba de<br />

sair em italiano, Verdode s MQtodo 2, o senhor<br />

escreve uma frase belissima, que agora releio<br />

festo por si no seu ser s se apresento". E, portanto,<br />

tem valor hermen&utico no ssntido mais<br />

elevado. E, pouco antes, afirrnara: "A bsleza<br />

e que desejar~a que comentasse: "Ver<strong>da</strong>deira- pode tambGm ser percebi<strong>da</strong> como o resplanmente<br />

poder-se-ia escrever urna historia do decer de algo de ultraterreno e to<strong>da</strong>via visi-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!