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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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294 Sexta par& - A s escolns filosoficas dn ern helenistlca<br />

PanCcio (nascido em Rodes por volta<br />

de 185 a.C. e morto no inicio do sic. I a.C.)<br />

tornou-se chefe <strong>da</strong> Estoa em 129 a.C.<br />

Teve o mirito de reconduzir a Escola<br />

ao antigo esplendor, embora ao preqo de al-<br />

guns compromissos com os Eclkticos. Modi-<br />

ficou alguns pontos <strong>da</strong> psicologia e recupe-<br />

rou alguns aspectos <strong>da</strong> fisica (abandonou a<br />

idCia <strong>da</strong> conflagraqio &mica e abraqou a<br />

idCia <strong>da</strong> eterni<strong>da</strong>de do mundo). Mas, prin-<br />

cipalmente, mitigou a aspereza <strong>da</strong> Ctica, sus-<br />

tentando que a virtude sozinha n5o i suficiente<br />

para a felici<strong>da</strong>de, sendo precis0 ain<strong>da</strong> boa<br />

saude, meios econ6micos e forqa. Valorizou<br />

os "deveres", dedicando a eles to<strong>da</strong> sua aten-<br />

qiio. Por fim, repudiou a apatia.<br />

A importincia de PanCcio esti prin-<br />

cipalmente na valorizaq50 dos "deveres".<br />

Sua obra Sobre os deveres influenciou Ci-<br />

cero, inspirando-lhe o conceit0 de "offi-<br />

cium", conquista definitiva do pensamento<br />

moral.<br />

Possid6nio (nascido em Apamtia en-<br />

tre 140 e 130 a.C. e morto pouco depois de<br />

51 a.C.) prosseguiu na nova linha que o mes-<br />

tre PanCcio imprimira i Esto6. Possid6nio<br />

abriu o Portico is influtncias plat6nicas e<br />

tambim aristotklicas, n5o hesitando em cor-<br />

rigir Crisipo com Platso, embora manten-<br />

do substancialmente firme a visio de fundo<br />

<strong>da</strong> Estoi.<br />

Mais do que pelas tentativas de corre-<br />

q50 dos dogmas <strong>da</strong> Estoi (<strong>da</strong>s quais, por<br />

outro lado. estamos escassamente informa-<br />

dos, pois s'6 possuimos fragmentos delas),<br />

PossidGnio se distinguiu por seus formidi-<br />

veis conhecimentos cientificos. Provavelmen-<br />

te seu maior mCrito consiste, como destaca-<br />

ram pesquisas recentes, em ter procurado<br />

atualizar a doutrina estbica em relaq50 ao<br />

progress0 que as citncias alcanqaram de-<br />

pois <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>q5o do P6rtico. E to<strong>da</strong>via cer-<br />

to que, pela vastid50 dos conhecimentos e<br />

varie<strong>da</strong>de do saber, Possid6nio foi a mente<br />

mais universal que a Grecia teve depois de<br />

Aristoteles.<br />

Esta passagem de Cicero di uma idiia<br />

<strong>da</strong> estatura de PossidBnio: "TambCm eu vi<br />

Possid6nio muitas vezes pessoalmente, mas<br />

quero narrar aquilo que Pompeu contava so-<br />

bre ele. Pompeu voltava <strong>da</strong> Siria. Chegando<br />

a Rodes, quis ouvir Possid6nio. Disseram-<br />

Ihe que estava muito doente - tivera vio-<br />

lenta crise de artrite -, mas Pompeu quis<br />

ver de qualquer jeito o grande filosofo. Quan-<br />

do chegou at6 ele, saudou-o, elogiou-o e dis-<br />

se-lhe que lamentava n2o poder ouvi-lo. En-<br />

t5o Possid6nio respondeu: 'Niio, n5o: n5o<br />

permitirei nunca que, por culpa de uma dor<br />

fisica, um homem como voc: tenha vindo at6<br />

aqui para na<strong>da</strong>'. E assim, Possid6ni0, deita-<br />

do na cama, como narra Pompeu, discutiu<br />

com profundi<strong>da</strong>de e eloqiitncia exatamen-<br />

te a tese de que n5o h6 nenhum bem fora do<br />

bem moral. E, nos momentos em que a dor<br />

era mais intens?, repetia: 'No entanto n5o<br />

venceras, dor! Es incGmo<strong>da</strong>, sim, mas nun-<br />

ca admitirei que Cs um mal.' "<br />

A antiga doutrina do Portico, segundo<br />

a qua1 a dor fisica nio C um ver<strong>da</strong>deiro<br />

"mal", encontra neste testemunho uma es-<br />

pltndi<strong>da</strong> confirmaqiio.

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