12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Mas a excepcional estatura hist6rica do<br />

personagem, apesar disso, continua indis-<br />

cutivel.<br />

0 fim <strong>da</strong>s 9vandes instit~i~ses<br />

cientificas alexandvinas<br />

e o declinio <strong>da</strong> ci2ncia<br />

No primeiro paragrafo do presente ca-<br />

pitulo recor<strong>da</strong>mos os fatos que provocaram<br />

a crise irreversivel <strong>da</strong>s instituiqdes cientifi-<br />

cas que tornaram Alexandria grande. Para<br />

completar o quadro, recordemos agora os<br />

eventos que assinalaram seu fim.<br />

Alguns cristiios consideravam um pe-<br />

rigo as instituiqdes cientificas que manti-<br />

nham conceitualmente em vi<strong>da</strong> a religiiio<br />

pagii, conservando a grande cultura que<br />

constituira seu suporte. Assim, em 391 d.C.,<br />

o bispo Te6filo promoveu o saque <strong>da</strong> Biblio-<br />

teca, que provocou graves per<strong>da</strong>s posteriores.<br />

0 golpe de miseric6rdia, porCm, foi<br />

<strong>da</strong>do pelos mugulmanos, que, depois de con-<br />

quista<strong>da</strong> Alexandria, decidiram-se pela to-<br />

tal destruigiio <strong>da</strong> Biblioteca em 641 d.C.,<br />

considerando inteiramente inutil qualquer<br />

livro que niio fosse o Coriio.<br />

NinguCm pode avaliar a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

per<strong>da</strong>s provoca<strong>da</strong>s por esses acontecimen-<br />

tos. Mas devemos destacar tambCm outro<br />

aspecto. 0s livros <strong>da</strong> Biblioteca de Alexan-<br />

dria eram rolos cilindricos, muito grandes e<br />

dificeis de manejar. Em Pirgamo ocorreu<br />

uma revoluqiio nesse campo. Com efeito,<br />

tendo os egipcios vetado a exportagso do<br />

papiro, que entiio era o material mais precio-<br />

so para se escrever, os sabios de PCrgamo<br />

(rival de Alexandria) passaram a utilizar<br />

outro material, que se revelou melhor para<br />

a escrita e que passou a ser chamado, em<br />

fungiio do seu lugar de origem, de "perga-<br />

minho". Sua invenqiio deu-se na segun<strong>da</strong><br />

metade do sic. I d.C. Ao longo dos tris sC-<br />

culos seguintes, se impbs definitivamente,<br />

Nasceu entiio o c6dice de pergaminho. E<br />

tudo o que atravessou os sCculos do mundo<br />

antigo chegou-nos sobretudo nessa forma,<br />

muito mais pratica e s6li<strong>da</strong> que o antigo ci-<br />

lindro.<br />

Voltando a Alexandria, recordemos<br />

que, embora perdendo pouco a pouco seu<br />

antigo esplendor no campo cientifico, pelos<br />

motivos explicados, a ci<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> conti-<br />

nuou como centro filos6fico importantissi-<br />

mo. Nela floresceu a dtima filosofia grega,<br />

com a Escola de Am6nio (entre os sics. I1 e<br />

I11 d.C.) e com a Escola dos grandes comen-<br />

tadores neoplatbnicos de Arist6teles (sCcs.<br />

V-VI d.C.), <strong>da</strong> qua1 ja falamos. Em Alexan-<br />

dria deu-se tambCm a primeira tentativa de<br />

fusiio entre a filosofia grega e o pensamento<br />

biblico com Filon, o Judeu, na primeira<br />

metade do sCc. I d.C. (recordemos que os<br />

judeus eram muito numerosos em Alexan-<br />

dria). To<strong>da</strong>via, sobretudo em Alexandria<br />

floresceu a Escola CatequCtica, a partir do<br />

final do sic. I1 d.C., em que se tentou a pri-<br />

meira grande sintese entre filosofia helinica<br />

e mensagem cristii, nascendo assim a Pa-<br />

tristica, que lanqou as bases do pensamento<br />

medieval e europeu, de que falaremos am-<br />

plamente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!