História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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dos outros. 0 sapiente, tambdm estando a sos,<br />
est6 em grau de exercitar sua ativi<strong>da</strong>de contemplativa,<br />
e tanto mais quanto mais 8 sapient@.<br />
Seria talvaz melhor se tivesse colaboradores,<br />
mas tambdm a sos 6 plenamente suficiente para<br />
si mesmo. Paraceria tambdm que apenas a contempla@o<br />
seja ama<strong>da</strong> em si mama, pois na<strong>da</strong><br />
provhm dela exceto o contemplar, enquanto <strong>da</strong>s<br />
ativi<strong>da</strong>des pr6ticas extraimos sempre, mais ou<br />
manos, alguma vantagem oldm do propria atlvi<strong>da</strong>de.<br />
Parece, aldm disso, que a felici<strong>da</strong>de con-<br />
To<strong>da</strong>via, uma vi<strong>da</strong> de tal espdcie seria<br />
superior d natureza humana; pols n60 mais<br />
como homem Ihe ser6 possivel viver assim, mas<br />
apenas enquanto nele existe algo de divino.<br />
E o quanto tal coisa excele o compost0 huma-<br />
no, de tal forma excele tambdm sua ativ~<strong>da</strong>de<br />
sobre as ativi<strong>da</strong>des conformes a qualquer ou-<br />
Capitdo sttimo - AristAteles e o %ripto<br />
tra virtude. Se, portanto, o intelecto 6 algo ds<br />
divino em confronto com o homem, tambhm a<br />
vi<strong>da</strong> segundo o intelecto ser6 vi<strong>da</strong> divino am<br />
confronto com a vi<strong>da</strong> humana. Ndo convBm,<br />
portanto, seguir a exorta$30 <strong>da</strong>queles que di-<br />
zem que deve atender a coisas humanas quam<br />
tem natureza humana e a coisas mortais quem<br />
d mortal. flo contr6rio: convdm, o quanto pos-<br />
sivel, tornar-se imortal e fazer de tudo para<br />
viver segundo a parte que em nos d a mais "<br />
excelente: mesmo que pequena por dimensdo,<br />
ultrapassa enormemente to<strong>da</strong>s as outras por<br />
pothncia e por dicyi<strong>da</strong>de. E se ela B de Fato a<br />
parte soberana e melhor, poder-se-in tamb&m<br />
dizer que ca<strong>da</strong> um se identifica com @la. De<br />
modo que seria absurd0 qua algubm escolhes-<br />
se ndo a vi<strong>da</strong> que lhe d propria, mas outra<br />
qualquer.<br />
siste na tranqu~li<strong>da</strong>de: com efeito, livramo-nos<br />
<strong>da</strong>s obrigac;des para poder ficar tranqijilos, e<br />
fazemos a guerra para depois gozar a paz. R<br />
ativi<strong>da</strong>de propria <strong>da</strong>s virtudes Bticas desenvolve-se<br />
nos obriga@es do Estado e <strong>da</strong> guerro;<br />
mas as 0 ~6~s que a elas se referem ndo concor<strong>da</strong>m<br />
com a tranquilidode, sobratudo as <strong>da</strong><br />
Rristoteles, itico o Nic6moco.<br />
guarra. Depois, n~ngudm sscolhe fazer guerra<br />
por fazar guerra, nem se prepara para isso; e<br />
pareceria at& sanguin6rio algudm que tornasse<br />
inimigos os amigos, para fazer surgir batalhas<br />
e morticinios. Tambdm a ativi<strong>da</strong>de do homem<br />
<strong>da</strong> Estado d sem tranqijil~<strong>da</strong>de, pois alBm <strong>da</strong>s<br />
obrigaq3es proprias <strong>da</strong> politico, empenha-se em<br />
procurar poder e honros ou tambBm, para si e R Polit~ca Foi umo dos obros m a ll<strong>da</strong>s ~ ~<br />
para os ci<strong>da</strong>ddos, a felici<strong>da</strong><strong>da</strong> que d diferente e mois opreciodos em todos os tempos €la se<br />
<strong>da</strong> polit~ca e que, evidentemente, tambbm nos ofasto notovelmante do Repljbl ~ca de Plotdo,<br />
buscarnos como algo diverso do politica. que tern urn cordter ideolisto axtremo s que,<br />
Sa, portanto, entre as a@es conformes b em certos ospectos, revela-se utopico, s sa<br />
virtude, as politicas e as guerreiras excelem em avizmha mois oo espirito do Polit~co a <strong>da</strong>s Ie~s<br />
beleza e em grandeza, mas sdo sem tranquili- que, em certo msdldo, lsvom em conta os<br />
<strong>da</strong>de e sdo busca<strong>da</strong>s ndo em si mesmas mas 1nst6nclos reol~stos<br />
por alguma outra coisa, e se, ao contrdrio, a Em pr~me~ro lugar, <strong>da</strong>vemos solientor<br />
atividode do intelecto, que d a contemplaq30, o grondosa representogdo do homem como<br />
se mostra superior por valor e ndo visa a ne- "anlrnal politico", o homsm ndo Q outdrqulnhum<br />
fim fora <strong>da</strong> si propria e tam seu prazer co e por isso tm necessldode <strong>da</strong> rela@o<br />
proprio que faz crescer a at~vi<strong>da</strong>de e 6 auto- com outros e de entror em comunido<strong>da</strong> Da<br />
suficiente e sem nenhuma ~nquietude s, no que r~log2io d~ homem e mulher que /avo d Fadepende<br />
do homsm, continua, e to<strong>da</strong>s as ou- millo (em cujo nLiclso sagundo o conc~pgio<br />
tras qualidodes que se atribuem ao homem fe- grego sntrovo tombQm o escravo) passoliz<br />
parscem estar uni<strong>da</strong>s com tal ativi<strong>da</strong>de, en- se d comuni<strong>da</strong>de do oldeio, e do comunit60<br />
ela seria justamente a perfeita felici<strong>da</strong>de dode dos olde~os sa chego 1, Oclode (ao<br />
do homem, caso alcance perfeita dura~do -de Estodo)<br />
vi<strong>da</strong>. Na<strong>da</strong> de imperfeito pods, com efeito, ser 0 Estodo, qua & cjltlmo cronolog~comenadrnitido<br />
naquilo que pertence b felici<strong>da</strong>de. te, 8, oo contrdrio, primsiro ontologicomsnte,<br />
porque 6 como o "todo" do quo1 as oldems<br />
e o Fc~mil~~ s8o as partes, s Q justomants o<br />
4.0 ideal do homem 6 vivsr<br />
"todo" (e openos o "todo'? qus dd sentido<br />
na dimens60 do divino<br />
ds partGs<br />
leiornos ssto pdglno, muto bela<br />
Destas duas comuni<strong>da</strong>des [marido-mulher<br />
e senhor-escravo] surge antes de tudo a Fami-<br />
lia, assim como disse justamente Hssiodo,<br />
poetando: