12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e seu poema sobre o ser<br />

Parminides nasceu em ElCia (hoje Velia,<br />

entre Punta Licosa e Cabo Palinuro) na se-<br />

gun<strong>da</strong> metade do sic. VI a.C. e morreu em<br />

meados do stc. V a.C. Em ElCia fundou a<br />

Escola chama<strong>da</strong> justamente Eleitica, desti-<br />

na<strong>da</strong> a ter grande influincia sobre o pensa-<br />

mento grego. 0 pitagorico Aminias enca-<br />

minhou-o para a filosofia. Diz-se que foi<br />

politico ativo, dotando a ci<strong>da</strong>de de boas leis.<br />

Do seu poema Sobre a natureza sobrevive-<br />

ram at6 nossos dias o prologo inteiro, qua-<br />

se to<strong>da</strong> a primeira parte e fragmentos <strong>da</strong><br />

segun<strong>da</strong>.<br />

No iimbito <strong>da</strong> filosofia <strong>da</strong> physis, Par-<br />

mtnides se apresenta como inovador ra-<br />

dical e, em certo sentido, como pensador<br />

revolucionario. Efetivamente, com ele, a cos-<br />

mologia recebe como que urn profundo e be-<br />

Parmdnides, que viueu em Eliia<br />

entre a segun<strong>da</strong> metade do sic. VI a.C.<br />

e a primeira metade do sic. V a.C.,<br />

e o fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Escola eleatica<br />

e o pai <strong>da</strong> ontologia ocidental.<br />

Capitulo segundo - 0s "flaturalistas" ou fil~lsofos <strong>da</strong> "ph2/sis"<br />

nCfico abalo do ponto de vista conceitual,<br />

transformando-se em uma ontologia (teoria<br />

do ser).<br />

Parmenides p6e sua doutrina na boca<br />

de uma deusa que o acolhe benignamente.<br />

(Ele imagina ser levado a deusa por um carro<br />

puxado por velozes cavalos e em companhia<br />

<strong>da</strong>s filhas do Sol, que, alcan~ando primeiro<br />

o port50 que leva is sen<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Noite<br />

e do Dia, convencem a Justisa, severa<br />

guardii, a abri-lo e depois, ultrapassando a<br />

soleira fatal, C guiado at6 a meta final.)<br />

A deusa (que, sem diivi<strong>da</strong>, simboliza a<br />

ver<strong>da</strong>de que se revela) indica trts vias:<br />

1) a <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de absoluta;<br />

2) a <strong>da</strong>s opini6es falazes (a doxa falaz),<br />

ou seja, a <strong>da</strong> falsi<strong>da</strong>de e do erro;<br />

3) finalmente, uma via que se poderia<br />

chamar <strong>da</strong> opinizo plausivel (a doxa plausivel).<br />

Percorreremos esses caminhos junto<br />

com ParmEnides.<br />

P\ primeira via<br />

0 grande principio de Parmtnides, que<br />

C o pr6prio principio <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de (o "s611do<br />

cora@o <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de robusta"), C este: o ser<br />

e' e niio pode niio ser; o niio-ser niio e' e niio<br />

pode ser de modo nenhum.<br />

"Ser7' e "n5o-ser", portanto, s5o toma-<br />

dos no significado integral e univoco: o ser C<br />

o positivo puro e o nZo-ser 6 o negativo puro,<br />

um C o absoluto contraditorio do outro.<br />

De que mod0 Parmenides justifica esse<br />

seu grande principio?<br />

A argumentaq50 6 muito simples: tudo<br />

aquilo que alguCm pensa e diz, e'. N5o se pode<br />

pensar (e, portanto, dizer) a nZo ser pensan-<br />

do (e, portanto, dizendo) aquilo que C. Pen-<br />

sar o na<strong>da</strong> significa n5o pensar de fato, e di-<br />

zer o na<strong>da</strong> significa ngo dizer na<strong>da</strong>. Por isso,<br />

o na<strong>da</strong> C impens2vel e indizivel. Assim, pensar<br />

e ser coincidem: ". . .pensar e ser C o mesmo".<br />

Hi muito que os intCrpretes aponta-<br />

ram nesse principio de ParmEnides a primei-<br />

ra grande formulaq50 do principio <strong>da</strong> n5o-<br />

contradiq50, isto 6, <strong>da</strong>quele principio que<br />

afirma a impossibili<strong>da</strong>de de que os contra-<br />

ditorios coexistam ao mesmo tempo. E os<br />

dois contraditorios supremos s5o precisa-<br />

mente o "ser" e o "n5o-ser"; se existe o ser,<br />

C necessario que n50 exista o niio-ser. Par-<br />

mhides descobriu esse principio sobretudo<br />

em sua valtncia ontologica; posteriormen-<br />

te, ele seria estu<strong>da</strong>do tambCm em suas valin-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!