12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Quavta parte - Plntao<br />

Desse modo, a arte se mostra corruptora,<br />

devendo ser bani<strong>da</strong> ou at6 mesmo elimina<strong>da</strong><br />

do Estado perfeito, a menos que<br />

acabe por se submeter as leis do bem e do<br />

ver<strong>da</strong>deiro.<br />

Plat50 - observe-se - n5o negou a<br />

existhcia e o poder <strong>da</strong> arte. Negou apenas<br />

que a arte seja dota<strong>da</strong> de valor em si mes-<br />

ma: a arte serve ao ver<strong>da</strong>deiro ou ao falso,<br />

e tertium non <strong>da</strong>tur. Entregue a si mesma,<br />

a arte serve ao falso. Logo, se quiser se "sal-<br />

var". a arte deve submeter-se a filosofia.<br />

que 6 a unica capaz de alcanqar o ver<strong>da</strong>dei-<br />

ro, e o poeta deve submeter-se as regras do<br />

filosofo.<br />

para o absoluto<br />

Em Plat50, o tema <strong>da</strong> beleza nio se liga<br />

ao tema <strong>da</strong> arte (imitaqio de mera aparincia,<br />

que n5o revela a beleza inteligivel), mas<br />

vincula-se ao tema do Eros e do amor, entendido<br />

como forqa mediadora entre o sensivel<br />

e o supra-sensivel, forqa que <strong>da</strong> asas e<br />

eleva, atravks dos varios graus <strong>da</strong> beleza,<br />

Beleza metaempirica existente em si. E como,<br />

para os gregos, o Belo coincide com o<br />

Bem ou, de certa forma, representa um aspecto<br />

do Bem, o Eros C uma forqa que eleva<br />

ao Bem e a erotica se revela um caminho<br />

al6gico que conduz ao Absoluto.<br />

A anilise do Amor situa-se entre as<br />

mais espltndi<strong>da</strong>s anilises que Plat50 nos<br />

deixou. 0 Amor n5o C nem belo nem bom,<br />

mas C sede de beleza e bon<strong>da</strong>de. 0 Amor,<br />

portanto, n5o C Deus (Deus 6 somente e sempre<br />

belo e bom) nem homem. Nio 6 mortal<br />

nem imortal. E um <strong>da</strong>queles seres demoniacos<br />

"intermedi~rios" entre o homem e Deus.<br />

Assim, o Amor C "filo-sofo" no sentido<br />

mais denso do termo. A sophia, ou seja,<br />

a sabedoria, C algo que so Deus possui; a<br />

ignorhcia C proprie<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quele que esta<br />

totalmente distante <strong>da</strong> sabedoria; a "filo-<br />

Sofia", ao contrario, C apanigio <strong>da</strong>quele que<br />

n5o C nem ignorante nem sibio, <strong>da</strong>quele que<br />

n5o possui o saber mas a ele aspira, <strong>da</strong>quele<br />

que sempre busca alcanqa-lo e, tendo-o alcanqado,<br />

lhe foge e deve procuri-lo novamente,<br />

justamente como faz o amante.<br />

0 que os homens comumente denominam<br />

amor n50 representa sen50 pequena<br />

-<br />

parte do ver<strong>da</strong>deiro amor: o ver<strong>da</strong>deiro<br />

amor C desejo do belo, do bem, <strong>da</strong> sabedoria,<br />

<strong>da</strong> felici<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> imortali<strong>da</strong>de, do Absoluto.<br />

0 Amor disp6e de muitos caminhos<br />

que conduzem a varios graus de bem (to<strong>da</strong><br />

forma de amor C desejo de possuir o bem<br />

definitivamente). 0 ver<strong>da</strong>deiro amante, porim,<br />

C aquele que sabe percorrer esses caminhos<br />

at6 o fim, at6 chegar i vis5o suprema<br />

do belo absoluto.<br />

a) 0 grau mais baixo na escala do amor<br />

C o amor fisico, que consiste no desejo de<br />

possuir o corpo belo para gerar no belo<br />

um outro corpo. Esse amor fisico ji constitui<br />

desejo de imortali<strong>da</strong>de e eterni<strong>da</strong>de,<br />

"...porque a gera~50, embora realiza<strong>da</strong> na<br />

criatura mortal, 6 pereni<strong>da</strong>de e imortali<strong>da</strong>de".<br />

b) Depois vem o grau dos amantes que<br />

se mostram fecundos, nio quanto aos corpos<br />

mas quanto as almas, portadores de germes<br />

que nascem e crescem na dimens50 do<br />

espirito. Entre os amantes na dimensio do<br />

espirito encontram-se, em escala de progress50<br />

ascensional, os amantes <strong>da</strong>s almas, os<br />

amantes <strong>da</strong> justiqa e <strong>da</strong>s leis, os amantes <strong>da</strong>s<br />

cigncias puras.<br />

c) Finalmente, no apice <strong>da</strong> escala do<br />

amor, esti a vis5o fulgurante <strong>da</strong> IdCia do<br />

Belo em si, do Absoluto.<br />

No Fedro, Platio aprofun<strong>da</strong> ulteriormente<br />

o problema <strong>da</strong> natureza sintitica e<br />

mediadora do amor, vinculando-o a doutrina<br />

<strong>da</strong> reminischcia. Em sua vi<strong>da</strong> prC-terrena<br />

junto aos deuses, a alma contemplou o<br />

Hiperurinio e as IdCias. Posteriormente,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!