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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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multiplici<strong>da</strong>de C precisamente multiplici<strong>da</strong>de<br />

de uni<strong>da</strong>des). Mas o raciocinio (contra a<br />

experihcia e os <strong>da</strong>dos fenominicos) de-<br />

monstra que tais uni<strong>da</strong>des s5o impensaveis,<br />

porque comportam insuperaveis contradi-<br />

qGes, sendo portanto absur<strong>da</strong>s e, por isso,<br />

n5o podem existir.<br />

Outro argument0 interessante negava<br />

a multiplici<strong>da</strong>de baseando-se sobre o com-<br />

portamento contraditorio que muitas coi-<br />

sas juntas tim em relaqzo a ca<strong>da</strong> uma delas<br />

(OU parte de ca<strong>da</strong> uma). Por exemplo: cain-<br />

do, muitos grios fazem barulho, ao passo<br />

que um gr5o s6 (ou parte dele) n5o faz.<br />

Contudo, se o testemunho <strong>da</strong> experihcia<br />

fosse ver<strong>da</strong>deiro, tais contradiqGes n5o po-<br />

deriam subsistir e um gr5o deveria fazer<br />

barulho (na devi<strong>da</strong> propoqso), como o fa-<br />

zem muitos gr5os.<br />

Longe de serem sofismas vazios, esses<br />

argumentos constituem poderosos empinos<br />

do logos, que procura contestar a propria<br />

experihcia, proclamando a onipotincia de<br />

sua lei. E logo teremos oportuni<strong>da</strong>de de ve-<br />

rificar quais foram os efeitos benCficos des-<br />

ses empinos do logos.<br />

Capitulo segundo - 8 s "~at~ralistas" OM fi16s0f0s <strong>da</strong> "physis"<br />

Busto conlecturalmente<br />

atrh4ido a Lenao de Elha<br />

(que zweu nos sdcs. VI-V a.C.)<br />

e conscrvado em Romu,<br />

nos Muscws Vatlcanos.<br />

* jMelisso de Samos<br />

e a sistematiza@o<br />

3 7<br />

Melisso nasceu em Samos entre fins do<br />

sCc. VI e os primeiros anos do sk. V a.C.<br />

Foi marujo experiente e politico habil. Em<br />

442 a.C., nomeado estratego por seus con-<br />

ci<strong>da</strong>dsos, derrotou a frota de Piricles. Es-<br />

creveu um livro Sobre a natureza ou sobre<br />

o ser, do qua1 alguns fragmentos chegaram<br />

at6 nos.<br />

Em prosa clara e procedendo com ri-<br />

gor dedutivo, Melisso sistematizou a dou-<br />

trina eleatica, ao mesmo tempo em que a<br />

corrigiu em alguns pontos. Em primeiro lu-<br />

gar, afirmou que o ser deve ser "infinito" (e<br />

nio finito, como dizia Parminides), porque<br />

n5o tem limites temporais nem espaciais, e<br />

tambCm porque, se fosse finito, deveria se<br />

limitar com um vazio e, portanto, com um<br />

nio-ser, o que C impossivel. Enquanto infi-<br />

nito, o ser tambCm C necessariamente uno:<br />

"com efeito, se fossem dois, nio poderiam

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