História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
g&ncia e ndo Ihe atribuia nenhum papel de<br />
causa no explica@o <strong>da</strong> ordena@o <strong>da</strong>s coisas;<br />
atribuia, ao contrario, o papel de causa ao ar,<br />
ao bter, b 6gua e a muitas outras coisas es-<br />
tranhcls b Intelig&ncia. E parecia-me que ele<br />
caisse no mesmo equivoco <strong>da</strong>quele que dis-<br />
sesse que Socrates Faz tudo o que faz com a<br />
Intelig&ncia, mas depois, quando tivesse de<br />
dizer em concreto as COUSQS de cadcl uma <strong>da</strong>s<br />
coisas que fqo, dissesse, antes, que eu es-<br />
tou sentado aqui porque o mau corpo b feito<br />
de ossos e de nervos, e porque os ossos sdo<br />
solidos e t&m junturas que os separam uns dos<br />
outros, s os nervos sdo capozes de distender-<br />
se 8 de relaxor-se e envolvem os ossos junto<br />
corn a carne e a pels que os recobre; e, uma<br />
vez que os ossos sdo moveis nas suas juntu-<br />
ras, graps ao relaxamento e distensdo dos<br />
nervos, fazem com.qus au seja ora capaz de<br />
dobrar os membros, e por esta razdo justa-<br />
mente su dobrei os membros e por conssguinte<br />
estou agora aqui sentado; e assim tambbm<br />
se, querendo explicar o msu conversar convos-<br />
co, ele indicasse causas deste ghero, como<br />
a voz, o are o ouvido, e aduzisse outras infini-<br />
tas causas deste tipo, descurando dizer a ver-<br />
<strong>da</strong>deira causa, isto b, que, uma vez que os<br />
atenienses consideraram melhor condenar-me,<br />
por isso tambbm a mim pareceu melhor estar<br />
aqui sentado e mais justo estar no cbrcsre cum-<br />
prindo a pena que astabeleceram. Porqua,<br />
corpo <strong>da</strong> um 030, estou convict0 qua jb h6 tem-<br />
po estes meus nervos e estes meus ossos as-<br />
tariam em Mbgara ou em Bebcia, levados pala<br />
opinido do melhor, se, em vaz de esquivar-me<br />
e fugir para o exilio, eu ndo tivesse julgado<br />
mais justo e mais belo pagar d ci<strong>da</strong><strong>da</strong> alguma<br />
pena qua @la me infligisse. Mas chamar causa<br />
coisas corno estas b algo demasia<strong>da</strong>mente<br />
Capitulo segundo - O s "natwalistas" ou filbso<br />
' 1 1 sta inoc<strong>da</strong>, erlcontra<strong>da</strong><br />
fora de lugar. Ora, se algu&m drssesse que,<br />
se n60 trvesse estas coisas, rsto 6, ossos, nervos<br />
e to<strong>da</strong>s as outras partes do corpo que tenho,<br />
n60 tena cond1@3es de Fazer aquilo que<br />
quero, dm bem; mas se drssesse qua Fqo as<br />
coisas que face exatomente por causQ destas,<br />
e qua fazendo as corsas qua faso, au<br />
posso agrr, sun, corn a minha rntslrgc5ncra, mas<br />
ndo em v~rtude do escolha do melhor, este<br />
rac~ocrnclr~cl corn grande Iev~an<strong>da</strong>de. lsto quer<br />
d~zer que ndo 6 capaz de distrnguir qua outra<br />
b a ver<strong>da</strong>delra causa e outro 6 o meio sem o<br />
qua1 a causa jamais poderra ssr causa. E parece-me<br />
que os dema~s, an<strong>da</strong>ndo as apalpa<strong>da</strong>las<br />
como nas trevas, usando um nome que<br />
ndo lhes convbm, chamam deste modo o malo,<br />
corno se fosse a propria causa. E 6 este o motwo<br />
pelo qua1 algubm, pondo em torno <strong>da</strong> terra<br />
um vortrce, sup& que a terra permans&i<br />
flrme por sfelto do movrmento do cQu, enquanto<br />
outros Ihe paem debclixo o ar como sustentaculo,<br />
como se a terra fosse uma amassadeira<br />
chata Mas a forsa pala qua1 terra, ar s c$u<br />
agora t&m a melhor posi