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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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144 Quarta parte - Plai~n<br />

A resposta de Plat20 C a seguinte. Exis-<br />

te um Demiurgo, isto C, um Deus-artifice, um<br />

Deus que pensa e quer (e que, portanto, 6<br />

pessoal), o qual, assumindo como "modelo"<br />

o mundo <strong>da</strong>s IdCias, plasmou a cbora, ou seja,<br />

o receptaculo sensivel, segundo esse "mode-<br />

lo", gerando dessa forma o cosmo fisico.<br />

0 esquema sobre o qual Plat50 se ba-<br />

seia para explicar o mundo sensivel C, por-<br />

tanto, absolutamente claro: hi um modelo<br />

(o mundo ideal), existe uma copia (o mun-<br />

do sensivel) e existe um Artifice, que produ-<br />

ziu a c6pia servindo-se do modelo. 0 mun-<br />

do do inteligivel (o modelo) C eterno, como<br />

eterno C tambCm o Artifice (a inteligcncia).<br />

0 mundo sensivel, ao contririo, construido<br />

pel0 Artifice, nasceu, isto C, foi gerado, no<br />

sentido ver<strong>da</strong>deiro e proprio do termo.<br />

Contudo, por que o Demiurgo quis ge-<br />

rar o mundo? 0 Artifice divino gerou o mun-<br />

do por "bon<strong>da</strong>de" e por amor ao bem. 'Tor-<br />

que Deus, querendo que to<strong>da</strong>s as coisas<br />

fossem boas e, u medi<strong>da</strong> do possivel, niio<br />

fossem mas, tomou tudo quanto havia de<br />

visivel que niio se encontrava calmo, mas se<br />

agitava de forma irregular e desordena<strong>da</strong>, e<br />

o fez passar <strong>da</strong> desordem para a ordem, acre-<br />

ditando que isso era muito melhor do ante-<br />

rior. Com efeito nunca foi nem e' licito ao<br />

dtimo fazer outra coisa sen20 a mazs bela".<br />

0 Demiurgo, portanto, realizou a obra<br />

mais bela possivel, animado pel0 desejo de<br />

bem: o ma1 e o negativo que permanecem<br />

neste mundo devem-se B "espaciali<strong>da</strong>de cabtica"<br />

(isto C, B matiria sensivel).<br />

Plat50 concebe o mundo como vivo<br />

e inteligente porque julga o ser vivo e inteligente<br />

mais perfeito do que o niio-vivo e<br />

niio-inteligente. Conseqiientemente, o Demiurgo<br />

dotou o mundo, alim de urn corpo<br />

~erfeito, tambCm de alma e de intelighcia<br />

perfeitas. Assim, criou a alma do mundo<br />

(servindo-se de trts principios: a esstncia,<br />

o idhtico e o diverso), e, na alma, o corpo<br />

do mundo.<br />

0 mundo, portanto, C uma espCcie de<br />

"Deus visivel"; e "deuses visiveis" sZo as<br />

estrelas e os astros. E uma vez que esta<br />

obra do Demiurgo 6 perfeita, ela n5o se<br />

corrompe: o mundo nasceu, mas niio pereceri.<br />

0 tempo e o cosmo<br />

Enquanto eterno, o mundo inteligivel<br />

esti na dimensiio do "C", sem o "era" e sem o<br />

"seri". 0 mundo sensivel, ao contririo, esti<br />

na dimensgo do tempo que C "a imagem mo-<br />

vel do eterno", como uma espCcie de de-<br />

senvolvimento do "i" atravCs do "era" e do<br />

"sera". Por isso, implica geraqiio e movi-<br />

mento.<br />

0 tempo, portanto, nasceu "junto com<br />

o cCU", ou seja, com a geraqgo do cosmo: o<br />

que significa que "antes" <strong>da</strong> geraqiio do<br />

mundo niio existia tempo.<br />

Dessa forma, o mundo sensivel tor-<br />

na-se "cosmo", ordem perfeita, que marca<br />

o triunfo do inteligivel sobre a cega neces-<br />

si<strong>da</strong>de <strong>da</strong> matiria, por obra do Demiurgo.

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