História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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serem aplicados exatamente por aqueles nos<br />
quais depositava confianqa.<br />
Entretanto, seu desgosto com os mi-<br />
todos <strong>da</strong> politica pratica<strong>da</strong> em Atenas deve<br />
ter alcanqado o maximo de sua express50<br />
com a condenaq50 de Socrates a morte. 0 s<br />
responsiveis por essa condenaqzo foram os<br />
democratas (que haviam retomado o poder).<br />
Assim, Plat50 convenceu-se de que para ele,<br />
naquele momento, era bom manter-se afas-<br />
tad0 <strong>da</strong> politica militante.<br />
Ap6s o ano de 399 a.C., Plat50 esteve<br />
em Migara com alguns outros discipulos de<br />
Socrates, hospe<strong>da</strong>ndo-se na casa de Euclides<br />
(provavelmente para evitar possiveis perse-<br />
guiqGes, que poderiam Ihe advir pel0 fato de<br />
ter participado do circulo socratico). Entre-<br />
tanto, n5o se deteve longamente em Migara.<br />
Em 388 a.C., aos quarenta anos, Plat50<br />
viajou para a Italia. (Se esteve tambim no<br />
Egito e em Cirene, como se conta, tais via-<br />
gens devem ter acontecido antes de 388 a.C.<br />
No entanto, a autobiografia <strong>da</strong> Carta VII<br />
na<strong>da</strong> fala sobre elas). 0 desejo de conhe-<br />
cer as comuni<strong>da</strong>des dos Pitagoricos (e, de<br />
fato, conheceu Arquita, como sabemos pela<br />
Carta VII) o levou a empreender a viagem<br />
at6 a Italia. Durante essa viagem, Plat50 foi<br />
convi<strong>da</strong>do pelo tirano Dionisio I a ir at6 Sira-<br />
cusa, na Sicilia. Certamente Plat50 espera-<br />
va poder inculcar no tirano o ideal do rei-filo-<br />
sofo (ideal esse j i substancialmente proposto<br />
no Gdrgias, obra que precede a viagem). Em<br />
Siracusa, Plat50 logo se indisp6s corn o ti-<br />
ran0 e sua corte (precisamente por sustentar<br />
os principios expressos no Gdrgias). To<strong>da</strong>-<br />
via, estabeleceu forte vinculo de amizade<br />
com Dion, parente do tirano, no qua1 Plat50<br />
acreditou encontrar urn discipulo capaz de<br />
se tornar rei-filosofo. Dionisio irritou-se de<br />
tal forma com Plat50 que determinou fosse<br />
ele vendido como escravo a um embaixa-<br />
dor espartano na ci<strong>da</strong>de de Egina (narran-<br />
do os fatos de forma mais simples, forqado<br />
a desembarcar em Egina, em guerra contra<br />
Atenas, talvez Plat50 tenha sido mantido<br />
como escravo). Felizmente, porim, foi res-<br />
gatado por Aniceris de Cirene, que se en-<br />
contrava em Egina.<br />
Retornando a Atenas, Plat50 fundou a<br />
Academia (em um ginasio situado no par-<br />
que dedicado ao her6 Academos, de onde<br />
o nome de Academia). 0 Menon foi prova-<br />
velmente o primeiro dialog0 de Plat50 a di-<br />
vulgar a nova Escola. Logo a Academia ad-<br />
quiriu grande prestigio, a ela acorrendo<br />
numerosos jovens e ati homens ilustres.<br />
Em 367 a.C., Plat50 voltou Sicilia.<br />
Dionisio I falecera, tendo-lhe sucedido o fi-<br />
Iho Dionisio 11, que, segundo afianqava Dion,<br />
poderia colaborar bem mais que o pai para<br />
a realizaq50 dos designios de Platgo. Dio-<br />
nisio 11, entretanto, revelou as mesrnas ten-<br />
dhcias do pai: exilou Dion, acusando-o de<br />
tramar contra o trono, e manteve Plat50<br />
quase como prisioneiro. Dionisio so permi-<br />
tiu que Plat50 retornasse a Atenas porque<br />
estava empenhado numa guerra.<br />
Em 361 a.C., Plat50 voltou pela ter-<br />
ceira vez ii Sicilia. Em seu regress0 a Ate-<br />
nas, de fato, la encontrou Dion, que se re-<br />
fugiara nessa ci<strong>da</strong>de. Dion o convenceu a<br />
aceitar novo e insistente convite de Dioni-<br />
sio, na esperanqa de que, dessa forma, tam-<br />
bim ele seria recebido novamente em Sira-<br />
cusa. Dionisio desejava o retorno de Plat50<br />
na corte com a Gnica finali<strong>da</strong>de de com-<br />
pletar a propria preparaqzo filosofica. Foi,<br />
porim, grave err0 acreditar na mu<strong>da</strong>nqa<br />
de sentimentos de Dionisio. Plat50 teria at6<br />
arriscado perder a propria vi<strong>da</strong>, nio fosse