12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

264<br />

Sexta parte - As escola~ fiIo~dfica5 <strong>da</strong> eva helenistica<br />

resposta precisa as aporias levanta<strong>da</strong>s pelo<br />

Eleatismo, uma tentativa de mediar as instincias<br />

opostas do logos elehtico por um<br />

lado, e <strong>da</strong> expericncia, por outro. Grande<br />

parte <strong>da</strong> 16gica eleatica passa pela 16gica do<br />

Atomismo (Leucipo, o primeiro atomista,<br />

foi discipulo de Melissos e, em geral, o Atomism~,<br />

entre as propostas pluralistas, foi a<br />

mais rigorosamente eleatica). Em conseqiizncia,<br />

era inevitavel que tambem estivesse presente<br />

em Epicuro.<br />

0s fun<strong>da</strong>mentos<br />

<strong>da</strong> fisica epic~rista<br />

0s fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> fisica epicurista<br />

podem ser enucleados e formulados como<br />

segue:<br />

a) "Na<strong>da</strong> nasce do nio-ser", porque,<br />

de outro modo, tudo poderia absur<strong>da</strong>men-<br />

te gerar-se de qualquer coisa sem necessi<strong>da</strong>-<br />

de de nenhum szmen gerador; e nenhuma<br />

coisa "se dissolve no na<strong>da</strong>", porque, de ou-<br />

tro modo, neste momento, tudo pereceria e<br />

na<strong>da</strong> mais existiria. E <strong>da</strong>do que na<strong>da</strong> nasce<br />

e na<strong>da</strong> perece, assim o todo, isto 6, a reali-<br />

<strong>da</strong>de em sua totali<strong>da</strong>de, sempre foi como C<br />

agora e sempre sera assim; com efeito, alCm<br />

do todo, nio existe na<strong>da</strong> em que ele possa<br />

ser mu<strong>da</strong>do, nem existe na<strong>da</strong> do qual possa<br />

provir.<br />

6) Esse "todo", ou seja, a totali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, C determinado por dois compo-<br />

nentes essenciais: os corpos e o vazio. A exis-<br />

tencia dos corpos prova-se pelos pr6prios<br />

sentidos, enquanto a existencia do espaqo e<br />

do vazio infere-se do fato de que existe mo-<br />

vimento. Com efeito, para que exista movi-<br />

mento, C necessirio que exista um espaqo<br />

vazio no qual os corpos possam se deslocar.<br />

0 vazio nio C absoluto nio-ser, mas exata-<br />

mente "espaqo" ou, como diz Epicuro, "na-<br />

tureza intangivel". AlCm dos corpos e do<br />

vazio tertium non <strong>da</strong>tur, porque nio seria<br />

pensavel na<strong>da</strong> que exista por si mesmo e nio<br />

seja afecqiio dos corpos.<br />

c) Tal como i concebi<strong>da</strong> por Epicuro,<br />

a reali<strong>da</strong>de C infinita. Em primeiro lugar, C<br />

infinita como totali<strong>da</strong>de. Mas C evidente que,<br />

para que tudo possa ser infinito, ca<strong>da</strong> um<br />

dos seus principios constitutivos tambCm<br />

deve ser infinito: infinita devera ser a multi-<br />

d5o dos corpos e infinita a extensio do va-<br />

zio (se a multidiio dos corpos fosse finita,<br />

PETRI GASSENDI<br />

ANIMADVERSIONES<br />

IN DECIMVM LIBRVM<br />

DIOGENlS LAERTII,<br />

Este perf11 de Ep~uro<br />

apalece nu V~<strong>da</strong> de Eplcuro<br />

puhlxa<strong>da</strong> pelo filosofo Gussentll qtte,<br />

como veremos no vol. 11,<br />

na rnetade do Sem entos<br />

se tornara promotor<br />

de uma leedu$o <strong>da</strong> filosofia ep~urzsta.<br />

eles se perderiam no vazio infinito e, se o<br />

vazio fosse finito, nio poderia acolher corpos<br />

infinitos). 0 conceit0 de infinito volta,<br />

portanto, a se impor, contra as concepq8es<br />

plathicas e aristotClicas.<br />

d) Alguns "corpos" sio compostos;<br />

outros, ao contrario, S ~ simples O e absolutamente<br />

indivisiveis (itomos). A admissio<br />

de atomos torna-se necessiria porque, do<br />

contrario, seria precis0 admitir uma divisibili<strong>da</strong>de<br />

dos corpos ao infinito, a qual, no<br />

limite, conduziria a dissolu@o <strong>da</strong>s coisas no<br />

n2o-ser, o que, como sabemos, e' absurdo.<br />

DiferenGas<br />

entre o Atomismo de Cpic~ro<br />

A concepqiio do atomo de Epicuro di-<br />

fere <strong>da</strong> dos antigos atomistas (Leucipo e<br />

Dem6crito) em trzs pontos fun<strong>da</strong>mentais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!