História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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Este mosaic~ do inicio do sic. IV representa<br />
Orfeu que atrai os animais corn o canto<br />
(Palerrno, Museu Arqueoldgico National).<br />
perguntando-se qua1 a origem e o fun<strong>da</strong>mento<br />
do mesmo, bem como o lugar que ele<br />
proprio ocupa nesse universo. Sendo assim,<br />
a filosofia C indispensivel e irrenunciivel,<br />
justamente porque nio se pode extinguir o<br />
deslumbramento diante do ser nem se ode<br />
renunciar i necessi<strong>da</strong>de de satisfazg-1;<br />
Por que existe tudo isso? De onde surgiu?<br />
Qua1 i sua razio de ser? Esses sio problemas<br />
que equivalem ao seguinte: Por que<br />
existe o ser e na"o o na<strong>da</strong>? E um momento<br />
particular desse problema geral C o seguinte:<br />
Por aue existe o homem? Por aue eu existo?<br />
Trata-se, evidentemente, de problemas<br />
que o homem nio pode deixar de se propor<br />
ou, pelo menos, siio problemas que, i medi<strong>da</strong><br />
que sio rejeitados, diminuem aquele<br />
que os rejeita. E sio problemas que mantim<br />
seu sentido ~reciso mesmo de~ois do<br />
triunfo <strong>da</strong>s ciEncias particulares modernas,<br />
porque nenhuma delas consegue resolv&los,<br />
uma vez que as ciEncias respondem apenas<br />
a perguntas sobre a parte e nio a perguntas<br />
sobre o sentido do "todo".<br />
13<br />
:=a e desenvolvimento <strong>da</strong> filosofia antiga ---<br />
Por essas razoes, portanto, podemos<br />
repetir, com Aristoteles, que nio apenas na<br />
origem, mas tambCm agora e sempre, a an-<br />
tiga pergunta sobre o todo tem sentido - e<br />
tera sentido enquanto o homem se maravi-<br />
lhar diante do ser <strong>da</strong>s coisas e diante do seu<br />
proprio ser.<br />
<strong>da</strong> filosofia antiga<br />
----"-.--<br />
A filosofia antiga grega e greco-roma-<br />
na tem uma historia mais que milenar. Par-<br />
te do siculo VI a.C. e chega at6 o ano de<br />
529 d.C., ano em que o imperador Jus-<br />
tiniano mandou fechar as escolas pagis e<br />
dispersar seus seguidores. Nesse espago de<br />
tempo, podemos distinguir os seguintes pe-<br />
riodos:<br />
1) 0 periodo naturalista, caracteriza-<br />
do pelo problema <strong>da</strong> physis (isto 6, <strong>da</strong> natu-<br />
reza) e do cosmo, e que, entre os sCculos VI<br />
e V a.C., viu sucederem-se os JGnios, os<br />
Pitagoricos, os Eleatas, os Pluralistas e os<br />
Fisicos ecliticos.<br />
2) 0 periodo chamado humanista, que,<br />
em parte, coincide com a ultima fase <strong>da</strong> filo-<br />
sofia naturalista e corn sua dissolu@o, tendo<br />
como protagonistas os Sofistas e, sobretudo,<br />
Socrates, que pela primeira vez procura de-<br />
terminar a essincia do homem.<br />
3) 0 momento <strong>da</strong>s grandes sinteses de<br />
Platio e Aristbteles, que coincide com o sC-<br />
culo IV a.C., caracterizando-se sobretudo<br />
pela descoberta do supra-sensivel e pela ex-<br />
plicitagio e formulagio orghica de viirios<br />
problemas <strong>da</strong> filosofia.<br />
4) Segue-se o periodo caracterizado<br />
pelas Escolas Helenisticas, que vai <strong>da</strong> con-<br />
quista de Alexandre Magno at6 o fim <strong>da</strong> era<br />
pagi e que, alCm do florescimento do Cinis-<br />
mo, vE surgirem tambim os grandes movi-<br />
mentos do Epicurismo, do Estoicismo, do<br />
Ceticismo e a posterior difusiio do Ecletismo.<br />
5) 0 periodo religioso do pensamento<br />
viteropagio desenvolve-se quase inteira-<br />
mente em Cpoca cristii, caracterizando-se<br />
sobretudo por um grandioso renascimento<br />
do Platonismo, que culminara com o movi-<br />
mento neoplat8nico. 0 reflorescimento <strong>da</strong>s<br />
outras escolas sera condicionado de v6rios<br />
modos pel0 mesmo Platonismo.