12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

I. Gsnese <strong>da</strong> filosofia<br />

entre os gregos<br />

A filosofia foi criagao do ghio helenico: nao derivou aos gregos a partir<br />

de estimulos precisos tornados <strong>da</strong>s civiliza$ies orientais; do Oriente, porem, vieram<br />

alguns conhecimentos cientificos, astron6micos e matematico-geometricos,<br />

que o grego soube repensar e recriar em dimensao teorica,<br />

enquanto os orientais os concebiam em sentido prevalente- A vOcaCiSO<br />

teoretica do<br />

mente prhtico.<br />

gPnio heknico<br />

Assim, se os egipcios desenvolveram e transmitiram a arte +<br />

do cSlculo, os gregos, particularmente a partir dos Pitagoricos,<br />

elaboraram uma teoria sistematica do numero; e se os babil6nios fizeram uso de<br />

observag6es astron6micas particulares para trasar as rotas para os navios, os gregos<br />

as transformaram em teoria astron6mica orgsnica.<br />

P\ filosofia<br />

como criaqi30<br />

A filosofia, como termo ou conceito, C<br />

considera<strong>da</strong> pela quase totali<strong>da</strong>de dos estu-<br />

diosos como criaq5o pr6pria do ginio dos<br />

gregos. Efetivamente, enquanto todos os ou-<br />

tros componentes <strong>da</strong> civilizaqio grega encon-<br />

tram correspondincia junto aos demais po-<br />

vos do Oriente que alcanqaram elevado nivel<br />

de civilizaqHo antes dos gregos (crenqas e cul-<br />

tos religiosos, manifestaqdes artisticas de na-<br />

tureza diversa, conhecimentos e habili<strong>da</strong>des<br />

tkcnicas de virios tipos, instituiqdes politi-<br />

cas, organizaqdes militares etc.), no que se<br />

refere i filosofia encontramo-nos, ao inds,<br />

diante de um fen6meno tHo novo que nio s6<br />

n5o encontra correspondincia precisa junto<br />

a esses povos, mas tampouco na<strong>da</strong> tem de<br />

estreita e especificamente andogo.<br />

Dessa forma, a superiori<strong>da</strong>de dos gre-<br />

gos em relaqHo aos outros povos nesse pon-<br />

to especifico C de cariter nHo puramente<br />

quantitative, mas qualitative, pois o que eles<br />

criaram, instituindo a filosofia, constitui no-<br />

vi<strong>da</strong>de absoluta.<br />

Quem nHo levar isso em conta nHo<br />

poderii compreender por que, sob o impul-<br />

so dos gregos, a civilizaqHo ocidental tomou<br />

uma direqHo completamente diferente <strong>da</strong><br />

oriental. Em particular, n5o poderi compreen-<br />

der por que motivo os orientais, quando qui-<br />

seram se beneficiar <strong>da</strong> ciincia ocidental e de<br />

seus resultados, tiveram de adotar tambim<br />

algumas categorias <strong>da</strong> 16gica ocidental. Com<br />

efeito, a ciincia n5o C possivel em qualquer<br />

cultura. Hi idCias que tornam estrutural-<br />

mente impossivel o nascimento e o desen-<br />

volvimento de determina<strong>da</strong>s concepqGes, e<br />

at6 mesmo idCias que impedem to<strong>da</strong> a ciin-<br />

cia em seu conjunto, ao menos como hoje a<br />

conhecemos.<br />

Pois bem, por causa de suas categorias<br />

racionais, foi a filosofia que possibilitou o<br />

nascimento <strong>da</strong> ciCncia e, em certo sentido, a<br />

gerou. E reconhecer isso significa tambCm<br />

reconhecer aos gregos o mCrito de terem<br />

<strong>da</strong>do uma contribuiqio ver<strong>da</strong>deiramente ex-<br />

cepcional i hist6ria <strong>da</strong> civilizaqHo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!