História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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380 %tima parte - 0 s <~mos desrnvolv~mentos <strong>da</strong> filosofia pagd aniiga<br />
tos anat6micos reune os resultados dessas a aual dedica urna obra aue intitula iustapacientes<br />
experitncias.<br />
meke de As facul<strong>da</strong>des naturais.<br />
No que se refere a doutrina dos elementos,<br />
<strong>da</strong>s quali<strong>da</strong>des e dos humores, recordemos<br />
To<strong>da</strong>s as coisas derivam <strong>da</strong>s quatro quali<strong>da</strong>des<br />
que interagem entre si, como disseaue<br />
Galeno a retoma sobretudo do tratado<br />
hbre a natureza do homem. desenvolvendo-a<br />
amplamente e tornando-a mais complemos,<br />
mediante suas facul<strong>da</strong>des originarias<br />
especificas (facul<strong>da</strong>des produtoras de calor,<br />
frio, seco e umido). Ca<strong>da</strong> organismo, poxa<br />
com a doutrina dos "temperos", que se rCm, gera-se, desenvolve-se e vive por causa<br />
tornou famosa. To<strong>da</strong>s as coisas derivam dos de urna sirie de ativi<strong>da</strong>des especificas. Tais<br />
quatro elementos e <strong>da</strong>s quatro quali<strong>da</strong>des - ativi<strong>da</strong>des se desenvolvem segundo urna requente,<br />
frio, seco e umido - conveniente- gra precisa <strong>da</strong> natureza, que Galeno chama<br />
mente "temperados". 0 "tempero" niio i "facul<strong>da</strong>de". Essas facul<strong>da</strong>des siio muitissisimples<br />
"mistura", mas mistura que implica<br />
interpenetra~iio total <strong>da</strong>s partes que se misturam<br />
(e niio a simples justaposiq50 ou emuls5o<br />
<strong>da</strong>s partes). A quali<strong>da</strong>de especifica de<br />
ca<strong>da</strong> corpo deriva do "bom tempero" <strong>da</strong>s<br />
mas: por exemplo, a facul<strong>da</strong>de hematopoktica<br />
<strong>da</strong>s veias. a facul<strong>da</strong>de dicrestiva " do esternago,<br />
a facul<strong>da</strong>de pulsante do coraq50, e<br />
assim por diante. Entre elas, especialmente<br />
duas emergem como elementos que estiio na<br />
quali<strong>da</strong>des opostas, o qua1 coincide substan- base de to<strong>da</strong>s as outras: a facul<strong>da</strong>de "atracialmente<br />
com aquilo que classicamente se<br />
indicava como "justa medi<strong>da</strong>". 0 "bom temtiva",<br />
que atrai a si o que C apropriado, e a<br />
facul<strong>da</strong>de "repulsiva" ou "expulsora", que<br />
pero" do homem di-se pela resultante do exuele o aue niio i dominado ~ elo humor<br />
"bom tempero" <strong>da</strong>s varias partes do corpo.<br />
0s "humores", ou seja, o sangue, a fleuma,<br />
ou o que i estranho. E isso acontece no<br />
contexto de urna simpatia global dos virios<br />
a bilk amarela e a bilis negra, niio s5o ele- 6rg5os e <strong>da</strong>s varias partes entre si. Galeno<br />
mentos originirios, mas derivam dos elemen- atribui importincia fun<strong>da</strong>mental a essa doutos<br />
primeiros e de suas quali<strong>da</strong>des. Eles ttm<br />
a proprie<strong>da</strong>de de ser, ca<strong>da</strong> um, umido, seco,<br />
quente e frio, niio em sentido absoluto, e sim<br />
no sentido de que em ca<strong>da</strong> um prevalece urna<br />
dessas caracteristicas.<br />
No que se refere A concepq5o teleolotrina,<br />
a medi<strong>da</strong> que ela garante coertncia<br />
precisa e aplicaqiio especifica e capilar do<br />
seu finalismo geral.<br />
Uma segun<strong>da</strong> doutrina bisica de Galeno<br />
consiste na retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> distinqiio platenica<br />
<strong>da</strong> alma em: 1) alma racional, 2) irascigica<br />
de Galeno, que constitui marca inconfundivel<br />
de seu pensamento, note-se que ela<br />
pode ser vista como absolutizaqiio do prinvel.<br />
, 3) , concu~iscivel. inserindo-a em novo<br />
contexto antropol6gic0, anatBmico e fisio-<br />
Iogico. A alma racional ou intelectiva tem<br />
cipio <strong>da</strong> explicaqiio finalistica, tal como i<br />
apresentado sobretudo por Plat50 no Fe'don,<br />
bem como do principio aristotilico segunsede<br />
no ce'rebro, a irascivel no corapio e a<br />
concupiscivel no figado. A alma racional<br />
inseri<strong>da</strong> no cirebro tem seu veiculo no oneudo<br />
o qua1 "a natureza n5o faz na<strong>da</strong> em viio".<br />
0 finalismo i obra <strong>da</strong> "arte <strong>da</strong> Natureza"<br />
ou do Artifice divino. Este se revela<br />
de mod0 admirivel niio apenas no homem,<br />
mas tambim em todos os animais, inclusive<br />
nos menores.<br />
0 grande tratado de que estamos falando<br />
termina, justamente, como um grandioso<br />
"hino a Deus".<br />
ma animal ou psiquico (sopro, ar) que cir-<br />
As dout~inas de base<br />
do pensawento w&dico<br />
de Galeno<br />
Como complemento e coroaqiio <strong>da</strong>s<br />
doutrinas dos antigos, Galeno apresenta sua<br />
propria doutrina <strong>da</strong>s "facul<strong>da</strong>des naturais",<br />
cula atravis do sistema nervoso (aue se ali-<br />
\ 1<br />
menta do ar inspirado). Galeno acena ain<strong>da</strong><br />
para um pneuma vital que circula no cora-<br />
q5o e nas artCrias (um produto do ar que<br />
respiramos e <strong>da</strong>s exalaq6es dos humores e<br />
do sangue em espicie), alCm de tambim es-<br />
boqar timi<strong>da</strong>mente a hip6tese de um pneuma<br />
natural "que poderia estar no figado e nas<br />
veias", no qua1 circula o sangue provenien-<br />
te do alimento.<br />
Essa retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong>s trts partes <strong>da</strong> alma<br />
de Plat50 marca a materializaq50 <strong>da</strong> ;alms,<br />
no sentido aue a alma racional Darece ser<br />
urna funciio ou facul<strong>da</strong>de do cirebro. a iras-<br />
civel urna funq5o do coraq50, e a concupis-<br />
civel urna funq50 do figado, agindo no organism~<br />
inteiro respectivamente por meio<br />
do pneuma psiquico, do pneuma vital e do<br />
calor inato, do sangue e (eventualmente) do