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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Diferentemente de Plat30, que atribuia escassa cognoscibili<strong>da</strong>de a reali<strong>da</strong>de<br />

em movimento, Aristoteles estudou de maneira sistematica sua natureza na<br />

Fisica, enfrentando com decisao e resolvendo a aporia eleatica:<br />

A solu@o o movimento n%o<br />

implica, como queria Parmenides, uma pas-<br />

<strong>da</strong> sagem do ser ao n3o-ser (el portanto, nao implica um absurd0<br />

aporia eledtica que comporta sua nega@o), mas implica passagem de uma for-<br />

-+ § 1-2 ma de ser para outra forma de ser, e justamente do ser em<br />

potencia ao ser em ato.<br />

0 movimento acontece segundo quatro categorias: conforme a substincia<br />

toma o nome de geragiio e corrupgiio; conforme a quali<strong>da</strong>de toma o nome de<br />

alteragiio; conforme a quanti<strong>da</strong>de toma o nome de aumentoldiminuig~o; el finalmente,<br />

conforme o lugar se chama translagiio.<br />

Em relas3o ao movimento Aristoteles apresentou tambem uma teoria<br />

do lugar e uma teoria do tempo. Quanto ao lugar, o Estagirita admitiu a exis-<br />

tencia de "lugares naturais" aos quais ca<strong>da</strong> elemento espon-<br />

taneamente tende (por exemplo, o fog0 tende naturalmen-<br />

O lugac te para o alto). Definiu o tempo "o numero do movimento<br />

e o infinito<br />

+ § 3<br />

conforme o antes e o depois".<br />

Na Fisica Aristoteles trata tambem do infinito, negando<br />

que ele possa existir em ato, enquanto e impensavel a exis-<br />

tencia de um corpo infinito. 0 infinito existe apenas em potencia: e a possibili-<br />

<strong>da</strong>de de incrementar quanto se quiser, do ponto de vista conceitual, determina-<br />

<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sem jamais chegar ao limite extremo. Um exemplo de tal infinito<br />

sao os numeros, que podem aumentar sem limites, e o espaso que se pode dividir<br />

em grandezas, as quais, por mais que sejam pequenas, sempre s3o ulteriormente<br />

divisiveis.<br />

0 movimento e uma caracteristica <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sensivel e, portanto, esta<br />

estreitamente ligado a materia <strong>da</strong> qua1 as reali<strong>da</strong>des sensiveis s3o constitui<strong>da</strong>s.<br />

Oeter+§4<br />

Certas reali<strong>da</strong>des sensiveis - as <strong>da</strong> nossa terra, ou, como diz<br />

Aristoteles, do mundo "sublunar" - estao sujeitas a to<strong>da</strong> for-<br />

ma de movimento, ou seja, a gera@o e corrups30, a alterasao,<br />

a aumento e diminuisao e movimento local, enquanto outras<br />

- as celestes, "supralunares" - se movem apenas segundo o lugar e em sentido<br />

circular. lsso depende do fato de que a materia de que s3o constitui<strong>da</strong>s as reali<strong>da</strong>-<br />

des terrestres e as celestes e diversa: os corpos terrestres s3o constituidos de qua-<br />

tro elementos (ar, agua, terra e fogo), enquanto os corpos celestes s%o feitos de<br />

um quinto elemento, o eter, suscetivel apenas de movimento local circular.<br />

Enquanto Plat%o entendia os entes matematicos como subsistentes em si e<br />

por si, ou seja, como reali<strong>da</strong>des substanciais separa<strong>da</strong>s, Aristoteles os considerou<br />

como caraderisticas <strong>da</strong>s reali<strong>da</strong>des sensiveis, separaveis com a<br />

mente. 0 s numeros e as figuras geomCltricas, portanto, existi-<br />

A materndtica riam em potencia nas coisas (e portanto tem reali<strong>da</strong>de pro-<br />

-335 pria), mas em ato subsistem apenas em nossa mente, por meio<br />

<strong>da</strong> operas30 <strong>da</strong> separasiio-abstras30.

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