História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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Sktima parte - 0 s &l+imos drsrnvolvimentos <strong>da</strong> filosofia pog& untiga<br />
IV. O jVeopitagoris~o ==:-<br />
Nos secs. I e II d.C., ao mesmo tempo que o Medio-pla-<br />
do tonismo, renasceu o Pitagorismo, cujos representantes de pon-<br />
Neopitagorismo ta foram Moderato de Gades, Nic6maco de Gerasa e sobretudo<br />
+§ 1 Num&nio de Apameia.<br />
0s Neo itagoricos repuseram em primeiro plano a dimens20 do imaterial,<br />
cai<strong>da</strong> em tota P esauecimento durante o ~eriodo do Helenismo. Retomaram a dou-<br />
MBna<strong>da</strong> e <strong>da</strong>'~iade de PlatZo, modificando-a em alguns<br />
Deram maximo relevo a MBna<strong>da</strong>, fazendo derivar dela<br />
a Diade. A doutrina plat6nica <strong>da</strong>s ldeias assou para<br />
lano, enquanto a doutrina dos numeros a 8 quiriu ranancia,<br />
tambem com valCncia alegbica e teologica. ieste<br />
icular a moral adquiria forte coloraqZo mist~ca.<br />
Com Numhio o Neopitagorismo atingiu seu vertice, fun-<br />
Numenio: dindo-se com o Medio-platonismo.<br />
a estrutura A tese de fundo de NumCnio consiste na explicita reafirmaq30<br />
hipostatica de que o ver<strong>da</strong>deiro ser e o incorporeo, entendendo corn isso n%o<br />
<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de tanto um ente sin ular, e sim uma estrutura hierarquica de<br />
supra-sensive/+§3 hipostases, ou seja, 8 e substancias su pra-sensiveis e divinas, de carater<br />
triadico. 0 primeiro Deus so se relaciona corn as ideias puras; o<br />
segundo Deus corresponde ao demiurgo plat6nico e cria o cosmo imitando o primelro<br />
Deus; o terceiro Deus corresponde a alma cosmica que ordena e vivifica a materia.<br />
Renascimento do Pitagorismo<br />
A antiga Escola pitagorica manteve-se<br />
ativa at6 principios do sic. IV. 0 sintoma mais<br />
significativo <strong>da</strong> crise <strong>da</strong> Escola foi o episodio,<br />
jii relatado, <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> dos livros pitagoricos,<br />
at6 entao mantidos secretos, por parte de Filolau,<br />
contempor2neo de Socrates. Mas o Pitagorismo<br />
renasceu ain<strong>da</strong> na era helenistica, talvez<br />
jii a partir do sCc. I11 a.C. Inicialmente,<br />
isso ocorre de forma um pouco ambigua: alguns<br />
an6nimos publicaram uma sCrie de escritos<br />
sob falsos nomes de antigos Pitagoricos,<br />
com o evidente objetivo de fazer passar por<br />
pitagoricas doutrinas de filosofos posteriores.<br />
0s escritos e testemunhos desses "falsos"<br />
Pitagoricos ue chegaram ati nos nao apresentam<br />
gran 3 e interesse filosofico, mas muito<br />
mais interesse cultural e documentiirio.<br />
Interesse maior merecem, ao invis, os<br />
novos Pitagoricos, que se apresentam com sua<br />
propria fisionomia e seu nome e, entre eles,<br />
sobretudo os expoentes <strong>da</strong> corrente metafisica,<br />
entre os quais salientam-se sobretudo Moderato<br />
de Gades, que viveu no sic. I d.C., Nic6maco<br />
de Gerasa, que viveu na primeira metade<br />
do sic. I1 d.C., Numenio de ApamCia,<br />
viveu na segun<strong>da</strong> metade do mesmo sicu Y"' o<br />
0 as ecto m'stico do Neopitagorismo C<br />
S<br />
representa o por Apol6nio de Tiana, que viveu<br />
no sk. I d.C. e cuja vi<strong>da</strong> foi escrita no sic. III d.C.<br />
por Filbstrato, a pedido de Jdia Dornna (mulher<br />
-<br />
de Setimio Severo), com o objetivo de apresentar<br />
ApolBnio como fun<strong>da</strong>dor de novo culto religio-<br />
so baseado na interiori<strong>da</strong>de e na espirituali<strong>da</strong>de.<br />
As doutrinas dos i\leopitagGcos<br />
Eis as linhas de fundo e os temas principais<br />
<strong>da</strong>quilo que mais propriamente se costuma<br />
chamar Neopitagorismo, que floresceu<br />
entre o fim <strong>da</strong> era pa@ e os primeiros dois<br />
sCculos depois de Cristo.<br />
a) 0s Neo ita 6ricos operam paralelamente<br />
aos Mi t lo-p 7 athicos a redescoberta<br />
e a reafirmaqao do "incorporeo" e do "imaterial",<br />
ou seja, a recuperaqiio <strong>da</strong>queles horizontes<br />
que se haviam perdido com os sistemas<br />
<strong>da</strong> era helenistica.<br />
b) A doutrina <strong>da</strong> M6na<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Diade submete-se<br />
a aprofun<strong>da</strong>mentos de certo relevo. A<br />
partir de uma formulaqHo original, que via na<br />
M6na<strong>da</strong> e na Diade a dupla suprema de contriirios,<br />
delineia-se uma tendencia sempre mais<br />
acentua<strong>da</strong> de p6r a M6na<strong>da</strong> em posi@o de<br />
absoluto privilbgio, distinguindo "primeira" de<br />
"segun<strong>da</strong> m6na<strong>da</strong>" e s6 a esta ultima contrapondo<br />
a Diade e, ain<strong>da</strong> mais, procurando deduzir<br />
<strong>da</strong> M6na<strong>da</strong> suprema to<strong>da</strong> a reali<strong>da</strong>de,<br />
inclusive a pr6pria Diade.<br />
c) D6-se escasso destaque a doutrina <strong>da</strong>s<br />
Idiias e, assim mesmo, subordinando-a a doutrina<br />
dos niuneros, os quais, alCm de em sentido<br />
metafisico, tambim s5o entendidos em sentido