12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Terceira parte - $\ descobe~ta do hornem<br />

avanqa<strong>da</strong>. Das numerosas obras que Ihe siio<br />

atribui<strong>da</strong>s, apenas alguns fragmentos chegaram<br />

at6 nos.<br />

Antistenes destacou sobretudo a extraordinaria<br />

capaci<strong>da</strong>de pratico-moral de Socrates,<br />

como a capaci<strong>da</strong>de de bastar-se a si<br />

mesmo, a capaci<strong>da</strong>de de autodominio, a<br />

forga de himo, a capaci<strong>da</strong>de de suportar o<br />

cansaqo. Limitou ao minimo indispensavel<br />

os aspectos doutrinirios, opondo-se duramente<br />

ao desenvolvimento 16gico-metafisico<br />

que Plat50 imprimira ao Socratismo.<br />

A lbgica de Antistenes, portanto, revela-se<br />

um tanto redutiva. Segundo nosso filosofo,<br />

n5o existe uma definig50 <strong>da</strong>s coisas<br />

simples: n6s as conhecemos com a percepqiio<br />

e as descrevemos por meio de analogias.<br />

No que se refere as coisas complexas,<br />

sua definiq50 mais niio C que a descriqiio dos<br />

elementos simples de que s50 constitui<strong>da</strong>s.<br />

A instruqiio deve concentrar-se na "busca<br />

dos nomes", isto 6, no conhecimento lingiiistico.<br />

De ca<strong>da</strong> coisa so C possivel afirmar o nome<br />

que Ihe i proprio (por exemplo, o homem C<br />

"homem") e, portanto, s6 se pode formular<br />

juizos tautologicos (afirmar o idintico pel0<br />

identico).<br />

Antistenes fundou sua Escola no ginisio<br />

de Cinosarge (= "C~O agil"), de onde talvez<br />

a Escola tenha tomado o nome com que<br />

ficou conheci<strong>da</strong>. Outras fontes relatam que<br />

Antistenes era denominado "cao puro". Diogenes<br />

de Sinope, ao qual o Cinismo deve o<br />

seu florescimento maximo, denominou-se<br />

"Di6genes7 o ciio". Mas a esse assunto voltaremos<br />

adiante, quando <strong>da</strong>remos mais indicaqdes<br />

sobre a natureza e o significado<br />

do " Cinismo" .<br />

hvistipo<br />

e a Escola Civevmica<br />

Aristipo nasceu em Cirene e viveu <strong>da</strong>s<br />

ultimas dica<strong>da</strong>s do sic. V at6 a primeira<br />

metade do sic. IV a.C. Viajou para Atenas<br />

a fim de aprender com Socrates. Mas a vi<strong>da</strong><br />

agita<strong>da</strong> e rica que levara em Cirene, e os ha-<br />

bitos contraidos antes de encontrar S6cra-<br />

tes, condicionaram sua aceitagiio <strong>da</strong> men-<br />

sagem socratica.<br />

Em primeiro lugar, fixou-se nele a con-<br />

vicgao de que o bem-estar fisico seria o bem<br />

supremo, a ponto de chegar a considerar o<br />

prazer como o principal movente <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Em segundo lugar, tambCm pelas mesmas<br />

razGes, Aristipo assumiu em relag50<br />

ao dinheiro posicionamento que, para um<br />

socratico, era absolutamente abusado: com<br />

efeito, chegou a cobrar suas liqdes, exatamente<br />

como faziam os Sofistas, a ponto de<br />

os antigos chamarem-no simplesmente de<br />

"Sofista".<br />

Com base nos testemunhos que chegaram<br />

at6 nos, C dificil, para nHo dizer impossivel,<br />

distinguir o pensamento de Aristip0<br />

do de seus sucessores imediatos. Sua<br />

filha Arete recebeu em Cirene a heranga es-<br />

~iritual paterna e a passou ao filho, a quem<br />

deu o mesmo nome do av6 (o qual, assim,<br />

passou, a ser denominado Aristipo o Jovem).<br />

E provivel que o nucleo essencial <strong>da</strong><br />

doutrina cirenaica tenha sido fixado justamente<br />

pela triade Aristipo-Arete-Aristipo<br />

o Jovem. Posteriormente a Escola dividiuse<br />

em diversas correntes de escasso relevo,<br />

chefia<strong>da</strong>s por Aniceris, EgCsia (apeli<strong>da</strong>do de<br />

''0 persuasor de morte") e Teodoro (chamado<br />

o "ateu").<br />

&clides<br />

e a Escola de jMkgava<br />

Euclides nasceu em MCgara, onde fun-<br />

dou a Escola que recebeu o nome <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>-<br />

de. Conjecturalmente, os estudiosos consi-<br />

deram que sua vi<strong>da</strong> transcorreu entre 435 a<br />

365 a.C. Sua ligaqiio a Socrates foi muito<br />

grande. Com efeito, conta-se que, quando<br />

se deterioraram as relaq6es entre MCgara e<br />

Atenas, os atenienses decretaram a pena de<br />

morte para os megarenses que entrassem na<br />

ci<strong>da</strong>de; apesar disso, Euclides continuou a<br />

freqiientar regularmente Atenas, entrando<br />

durante a noite na ci<strong>da</strong>de disfargado com<br />

roupas femininas.<br />

Euclides movia-se entre o Socratismo<br />

e o Eleatismo, como revelam claramente<br />

nossas escassas fontes. Para ele o Bem C In-<br />

teligencia, Sabedoria e Deus, como Socrates<br />

afirmava, mas sustenta tambCm que o Bem<br />

C o Uno, concebendo-o com as caracteristi-<br />

cas elehticas <strong>da</strong> absoluta identi<strong>da</strong>de e igual-<br />

<strong>da</strong>de de si consigo mesmo.<br />

Euclides e os megarenses posteriores<br />

deram amplo espago a eristica e dialktica,<br />

a ponto de chegarem a ser chamados de Eris-<br />

ticos e DialCticos. Como j i vimos, eles se

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!