12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

268<br />

Sexta parte - A s escolas filosi-ficas <strong>da</strong> era helenistica<br />

IV. $\ Cticn epic~rista<br />

Para Epicuro o ver<strong>da</strong>deiro bem e o prazer; mas seu hedonism0 tem um<br />

carater todo particular. Esta tese que faz coincidir o bem do homem com o prazer<br />

ja fora formula<strong>da</strong> pelos Cirenaicos, que, porem, reduziam<br />

o sumo bem<br />

o prazer a um doce movimento, negando que a ausencia de<br />

e a audncia dor fosse prazer. Epicuro, ao contrario, identificou expressa-<br />

de dor mente o maximo prazer com a ausencia de dor. E, sempre to-<br />

+§ 1 mando distdncia dos Cirenaicos, considera os prazeres (e as<br />

dores) <strong>da</strong> alma superiores aos do corpo. Com efeito, a alma<br />

sofre tambem por causa <strong>da</strong>s experihcias passa<strong>da</strong>s e por causa <strong>da</strong>s futuras, en-<br />

quanto o corpo sofre apenas por aquelas presentes. A ausencia <strong>da</strong> dor, tanto em<br />

relaqao a alma (ataraxia) como em relaqao ao corpo (aponia), e considera<strong>da</strong> como<br />

sumo prazer, porque e o unico que n%o pode crescer ulteriormente e, portanto,<br />

n%o pode nos deixar insatisfeitos.<br />

Para poder alcanqar a ataraxia, Epicuro distinguiu acura<strong>da</strong>mente os varios<br />

tipos de prazeres: os naturais e necessarios (comer o suficiente para matar a<br />

fome, beber o suficiente para matar a sede etc.), os naturais e<br />

nao necessarios (comer alimentos refinados, beber bebi<strong>da</strong>s re-<br />

A hierarquia<br />

dosprazeres<br />

+ § 2<br />

fina<strong>da</strong>s etc.), e, por fim, os nao naturais e nao necessarios (0s<br />

prazeres ligados a riqueza, as honras, ao poder). Portanto, apenas<br />

os primeiros devem sempre ser buscados, porque sSo os<br />

unicos que encontram em si um limite preciso; os segundos,<br />

podemos no-10s conceder apenas de vez em quando; os ultimos, que nos tornam<br />

insaciaveis, nunca.<br />

E o que dizer do ma1 fisico, do moral e <strong>da</strong> morte? Nao silo eles obstaculos<br />

insuperaveis que se opdem a felici<strong>da</strong>de do homem? A resposta de Epicuro e um<br />

nao categorico. Com efeito, o ma1 fisico ou e facilmente supor-<br />

o ma/<br />

tavel, ou, se e insuportavel, dura pouco e leva a morte. E a mor-<br />

nso P O~S~SCUIO te nao e um mal: quando existimos, ela n%o existe, e quando<br />

para alcanqar ela existe, nos nao existimos. Com a morte vamos para o na<strong>da</strong>.<br />

a felici<strong>da</strong>de No que se refere aos males <strong>da</strong> alma, a filosofia esta em grau de<br />

333 cura-10s e de nos libertar completamente deles.<br />

Para realizar seu ideal de vi<strong>da</strong>, o homem deve fechar-se em si, e permanecer<br />

distante <strong>da</strong> multi<strong>da</strong>o e dos encargos politicos, que so trazem perturba~ao e fastio.<br />

A unica liga@o com os outros a ser cultiva<strong>da</strong> deve ser a amiza-<br />

0 ideal <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de, que nasce certamente pela busca do util ou para ter deterdo<br />

filosofo mina<strong>da</strong>s vantagens, mas depois, uma vez nasci<strong>da</strong>, torna-se ela<br />

+ 5 4-5 propria fonte authoma de prazer.<br />

Epicuro forneceu uma sintese de sua mensagem no assim chamado quadrifarmaco,<br />

ou seja, no quadruplo remedio para os males do mundo:<br />

1) s%o vaos os temores dos deuses e do alem;<br />

2) e absurd0 o medo <strong>da</strong> morte;<br />

3) o prazer, quando for entendido de mod0 justo, esta a disposi@o de todos;<br />

4) o ma1 ou e de breve duraqso ou e facilmente suportavel.<br />

Aplicando estas regras, o homem pode assumir a atitude<br />

de absoluta imperturbabili<strong>da</strong>de que distingue o sabio e que<br />

O quadrifdrmaco lhe concede felici<strong>da</strong>de intangivel, analoga a divina: com exce-<br />

+§6<br />

@o <strong>da</strong> eterni<strong>da</strong>de - diz Epicuro -, Zeus nao possui na<strong>da</strong> mais<br />

que o sabio.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!