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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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tsncia politica. 0 politico, entiio, era cha-<br />

mado tambCm de "retor".<br />

Para Gorgias, portanto, ser retor con-<br />

siste em "ser capaz de persuadir os juizes<br />

nos tribunais, os conselheiros no Conselho,<br />

os membros <strong>da</strong> assemblkia popular na As-<br />

sembliia e, <strong>da</strong> mesma forma, qualquer ou-<br />

tra reuniiio que se realize entre ci<strong>da</strong>diios".<br />

gorgiana <strong>da</strong> arte<br />

Por fim, Gorgias foi o primeiro filoso-<br />

fo que procurou teorizar aquilo que hoje<br />

chamariamos de vaEncia "estitica" <strong>da</strong> pa-<br />

lavra e a essgncia <strong>da</strong> poesia, que ele definiu<br />

como produqiio de sentimentos pungentes.<br />

Capitulo terceiro - $\ S o f' ~stica<br />

79<br />

Como a retorica, portanto, a arte C mo-<br />

giio de sentimentos, mas, ao contririo <strong>da</strong><br />

retorica, n5o visa a interesses priticos, mas<br />

ao engano poCtico (apate) em si e por si ("es-<br />

titica apatitica"). E tal "engano" 6, eviden-<br />

temente, a pura "ficqiio poitica". De modo<br />

que Gorgias podia muito bem dizer que,<br />

nessa espCcie de engano, "quem engana esti<br />

agindo melhor do que quem nHo engana, e<br />

quem C enganado i mais sabio do que quem<br />

nHo C enganado". Quem engana, ou seja, o<br />

poeta, i melhor por sua capaci<strong>da</strong>de criado-<br />

ra de ilusBes poiticas, e quem i enganado C<br />

melhor porque C capaz de captar a mensa-<br />

gem dessa criativi<strong>da</strong>de.<br />

Nativo de CCos em torno de 470-460<br />

a.C., Pr6dico lecionou com sucesso em Ate-<br />

nas. Sua obra-prima intitulava-se Horai (tal-<br />

vez as deusas <strong>da</strong> fecundi<strong>da</strong>de).<br />

TambCm Prodico foi mestre na arte de<br />

discursar, e Socrates chegou a recordi-lo<br />

jocosamente como "seu mestre". A tCcnica<br />

que propunha baseava-se na sinonimia, ou<br />

seja, na distinqiio entre os virios sinbnimos<br />

e na determinaqiio precisa <strong>da</strong>s nuanqas de<br />

seu significado. Essa tCcnica niio deixou de<br />

exercer influhcias benificas sobre a meto-<br />

dologia socritica, como veremos, tendo em<br />

vista a busca de "o que C", ou seja, a essh-<br />

cia <strong>da</strong>s virias coisas.<br />

No campo <strong>da</strong> Ctica, ficou famoso por<br />

uma sua reinterpretaqiio, na chave propria<br />

<strong>da</strong> doutrina sofista, do cClebre mito repre-<br />

sentando HCrcules na encruzilha<strong>da</strong>, ou seja,<br />

diante <strong>da</strong> escolha entre a virtude e o vicio.<br />

Nessa reinterpretaqiio, a virtude C apresen-<br />

ta<strong>da</strong> como o meio mais idbneo para alcan-<br />

qar a ver<strong>da</strong>deira "vantagem" e a ver<strong>da</strong>deira<br />

"utili<strong>da</strong>de" .<br />

Sua interpretaqiio dos deuses foi origi-<br />

nalissima. Segundo Prodico, os deuses siio<br />

a hipostatizaqiio (isto C, a absolutizaqiio) do<br />

6til e do vantajoso: "Em virtude <strong>da</strong> vanta-<br />

gem que <strong>da</strong>i derivava, os antigos considera-<br />

ram como deuses o sol, a lua, as fontes e,<br />

em geral, to<strong>da</strong>s as forqas que influem sobre<br />

nossa vi<strong>da</strong>, corno, por exemplo, os egipcios<br />

fizeram em relaqiio ao Nilo."

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