História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Quinta parte - f\ristbteles<br />
como conhecimento teorico<br />
no mais olto grou<br />
A Metafisica Foi o rnois irnponente obro<br />
de Rristoteles, junto corn os obros Iogicos e<br />
as Qticos.<br />
Rristoteles d~stinguiu os ci&ncios em tr&s<br />
grondes closses:<br />
1) os ci&ncios teor&ticas;<br />
2) 0s ci&nc~os pr6ticas;<br />
3) os ci&ncios poibticas, ou produtivos.<br />
Rs prirneiros buscorn o sober ern si rnesrno,<br />
ou sejo, corn o ljnico escopo de conhecer<br />
a ver<strong>da</strong>de. Rs segunhs buscorn, oo contrario,<br />
o saber corn o firn de olconprpor rnsio<br />
dele a perfaigio rnorol. Fls terceiros parseguern<br />
o sober corn o sscopo de produzir deterrninodos<br />
objetos.<br />
Rs ci&ncios qua Rristoteles considero de<br />
long^ rnais altos pel0 dlgnido<strong>da</strong> s palo valor<br />
sclo os teordticos, que incluarn o rnetofisico,<br />
o Wico e o rnoterndtico. E a rnetafisico,<br />
por sua vez, Q supsrior ds outros duos ci&ncias<br />
twrtticos a, portonto, o tdos os ci&ncios,<br />
porque opressnto urno visdo do real ern sentido<br />
globol.<br />
Ieiornos os pdginos corn os quois ss<br />
obre a Metafisica.<br />
Todos os homens por natureza tendem ao<br />
saber. Sinal disso 6 o amor pelas sensagbes:<br />
com efeito, eles amam as sensagbes por si mes-<br />
mas, ain<strong>da</strong> que de forma independente de sua<br />
utili<strong>da</strong>de, e, mais do que to<strong>da</strong>s, amam a sen-<br />
sag60 do vista. Com afeito, n60 apenas com os<br />
fins <strong>da</strong> ag60, mas tambhm sem ter alguma in-<br />
tsngdo de aglr, preferimos o ver, em certo sen-<br />
tido, a to<strong>da</strong>s as outras sensagbes. € o motivo<br />
est6 no fato de que a vista nos faz conhecer<br />
mais do que to<strong>da</strong>s as outras sensagdes e nos<br />
torna manifestas numerosas diferengas entre as<br />
coisos.<br />
0s animais s6o naturalmente providos de<br />
sensagbo; mas, em alguns, do sensag60 n6o<br />
nasce a memoria; em outros, ao contr6r10, nas-<br />
ca. Por tat motivo estas ljltimos s6o mais inteli-<br />
gentes e mais aptos a aprender em relag60 aos<br />
qua n6o tam capaci<strong>da</strong>de de recor<strong>da</strong>r. Sdo inte-<br />
ligentes, mas sem capaci<strong>da</strong>de de aprender,<br />
todos os animais que ndo t&m facul<strong>da</strong>de de<br />
ouvir os sons (por exemplo, a obelha e todo<br />
outro g&nero de anlmals deste tipo); aprendem,<br />
oo inv&s, todos os que, al&m <strong>da</strong> memoria, possuem<br />
tambbm o sentido <strong>da</strong> aud~gdo.<br />
Portanto, enquanto os outros anlmais vivem<br />
com imagens sensiveis e com lembrangas,<br />
e pouco partic~pam <strong>da</strong> experi&ncia, o g&nero<br />
humano vive, ao inv&s, tambhm de arte e de<br />
raciocinios. Nos homens, a experl&ncia deriva<br />
<strong>da</strong> memoria: com efeito, muitas lembran~as do<br />
mesmo objeto chegam a const~tu~r uma experi&ncia<br />
ljnica. A experl&ncia, clepo~s, parece ser<br />
um tanto semelhante 6 ci&ncia e b arte: com<br />
efeito, os homens adquirem c~&nc~a e arte pela<br />
expsri6ncia. n experi&ncia, com efeito, [. . .] produz<br />
a arte, enquanto a ~nexperi&nc~a produz o<br />
puro acaso. A arte gera-se quando, por muitas<br />
observogbes de experl&nc~a, se forma um julgamento<br />
geral e unico, referivel a todos os casos<br />
semelhantes.<br />
Por exemplo, julgar que a Callias, sofredor<br />
de determ~na<strong>da</strong> doenga, certo rem&dio ajudou,<br />
s que este ajudou tambhm Socrates e a<br />
muitos outros individuos, & proprio <strong>da</strong> experihncia;<br />
ao contr6ri0, julgar que a todos estes<br />
ind~viduos, reduziclos a uni<strong>da</strong>des segundo a<br />
espbcie, sofredores de certa doenga, certo rembdio<br />
ajudou (por exemplo aos fl~um6ticos<br />
ou aos bil~osos ou aos febricitantes), & proprio<br />
do arte.<br />
Pois bem, para os f~ns do at~vi<strong>da</strong>de pr6tica,<br />
a experi&nc~a ndo parece d~fer~r em na<strong>da</strong><br />
<strong>da</strong> arte; ao contr6ri0, os empiricos saem-se at&<br />
melhor do que aqueles que possuem a teorio<br />
sem a pr6tica. E a raz8o ~ st6 no segulnts: a<br />
experi&nc~a & conhecimento dos particulares,<br />
enquanto a arte & conhec~mento dos un~versais;<br />
ora, to<strong>da</strong>s as a@es e as produ@es se referem<br />
ao particular: com efeito, o mdd~co n8o cura o<br />
homem a n60 sar por acidente, mas cura Callias<br />
ou Socrates ou qualquer outro individuo que<br />
leva um nome como estes, ao qual, justamente,<br />
acontece ser homem. Portanto, se algubm<br />
possui a teoria sem a experi&nc~a e conhece o<br />
universal mas n80 conhece o particular que nele<br />
est6 contido, mais vezas error6 a cura, porque<br />
aquilo a que se dirige a cura 6, justamente, o<br />
individuo particular.<br />
To<strong>da</strong>v~o, consideramos que o saber e o<br />
entender sejam propr~os mals <strong>da</strong> arte do que<br />
<strong>da</strong> exper~&ncia, e julgamos aqueles que possuem<br />
a arte mals s6bios do qus aqueles qua<br />
possuem apenas a experi&nc~a, enquanto estamos<br />
convictos de que a sabedor~a, em co<strong>da</strong><br />
um dos homens, correspon<strong>da</strong> ao seu grau de<br />
conhecer. E isto, porque os primeiros sabem a