História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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28 Segun<strong>da</strong> parte - A fun<strong>da</strong>c&o do prnsamenio filos6fifico<br />
---<br />
a primeira exemplificando os numeros 3,s<br />
e 7, e a segun<strong>da</strong> os numeros 2,4, 6 e 8.<br />
0 "um" dos Pitag6ricos n5o C par nem<br />
impar: C um "parimpar". Tanto i ver<strong>da</strong>de<br />
que dele procedem todos os nfimeros, tanto<br />
pares como impares: agregado a um par,<br />
gera um impar; agregado a um impar, gera<br />
um par. 0 zero, porim, era desconhecido<br />
para os Pitag6ricos e para a matematica<br />
antiga.<br />
0 numero perfeito foi identificado com<br />
o 10, que visualmente era representado co-<br />
mo urn triiingulo perfeito, formado pelos<br />
primeiros quatro numeros e tendo o nume-<br />
ro 4 em ca<strong>da</strong> lado (a tetraktys):<br />
A representaqiio mostra que o 10 C<br />
igual a 1 + 2 + 3 + 4. Mas n50 C s6 isso: na<br />
dCca<strong>da</strong> "estiio contidos igualmente os pares<br />
(quatro pares: 2,4,6 e 8) e os impares (quatro<br />
impares: 3,5,7, e 9), sem que predomine<br />
uma parte". AlCm disso, "resultam iguais<br />
os numeros primos e n5o compostos (2, 3,<br />
5 e 7) e os numeros segundos e compostos<br />
(4, 6, 8 e 9)". TambCm "possui igual<strong>da</strong>de<br />
de multiplos e submdtiplos: com efeito, ha<br />
tris submfiltiplos, ati o 5 (2, 3 e S), e tr6s<br />
mdtiplos deles, de 6 a 10 (6, 8 e 9)". Ade-<br />
mais, "no 10 est5o to<strong>da</strong>s as rela~6es numi-<br />
ricas: a de igual<strong>da</strong>de, a de menos-mais, a de<br />
todos os tipos de numeros, os lineares, os<br />
quadrados e os cubicos. Com efeito, o 1<br />
equivale ao ponto, o 2 a linha, o 3 ao triiin-<br />
gulo, o 4 a piriimide - e todos esses nfime-<br />
ros s5o principios e elementos primos <strong>da</strong>s<br />
reali<strong>da</strong>des a eles homog6neas" . Considere<br />
o leitor que esses cbmputos s5o conjecturais<br />
e que os intirpretes se dividem muito sobre<br />
a quest50, uma vez que niio i certo que o<br />
niimero 1 seja excetuado nas diversas si-<br />
ries. Na reali<strong>da</strong>de, o 1 i atipico pela razio<br />
que acima apontamos.<br />
Foi assim que nasceu a teorizagiio do<br />
"sistema decimal" (basta pensar na tabua<br />
pitagbrica), bem como a codifica~iio <strong>da</strong> con-<br />
cepgiio <strong>da</strong> perfeiq50 do 10, que permanece-<br />
ri operante por sCculos: "0 numero 10 6<br />
perfeito e, segundo a natureza, C justo que<br />
todos - tanto nos, gregos, como os outros<br />
homens - nos defrontemos com ele em nos-<br />
SO numerar, mesmo sem querer."<br />
Passagem do nLmevo<br />
As coisas e fun<strong>da</strong>rnemtac&o<br />
do conceit0 de cosmo<br />
Tudo isso leva a uma ulterior conquis-<br />
ta fun<strong>da</strong>mental. Se o numero 6 ordem<br />
("acordo entre elementos ilimitados e li-<br />
mitados") e se tudo C determinado pel0 nu-<br />
mero, ent5o tudo e' ordem. E como "ordem"<br />
se diz kdsmos em grego, os Pitag6ricos<br />
chamaram o universo de "cosmo", ou seja,<br />
"ordem". Nossos testemunhos antigos di-<br />
zem: "Pitagoras foi o primeiro a chamar de<br />
cosmo o conjunto de to<strong>da</strong>s as coisas, por<br />
causa <strong>da</strong> ordem que nele existe. (...) 0 s si-<br />
bios (Pitagoricos) dizem que cCu, terra, deu-<br />
ses e homens s5o mantidos juntos pela or-<br />
dem (. . .) e C precisamente por tal raziio que<br />
eles chamam esse todo de 'cosmo', ou seja,<br />
ordem."<br />
E dos Pitag6ricos a idiia de que os cius,<br />
girando, precisamente segundo o numero e<br />
a harmonia, produzem "celeste musica de