12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

14' Quarta parte - Platao<br />

perfeitos. Nossa mente (nosso intelecto), ao<br />

se deparar com os <strong>da</strong>dos dos sentidos, vol-<br />

tando-se para a prbpria profundeza, quase<br />

dobrando-se sobre si mesma, encontra ne-<br />

les a ocasiiio para descobrir em si os co-<br />

nhecimentos perfeitos correspondentes. E,<br />

visto que nio os produz, niio resta seniio<br />

concluir que ela os encontra em si e os ex-<br />

trai de si como algo "originariamente pos-<br />

suido", ou seja, deles "se records".<br />

0 s graMs do conhecimento:<br />

a 0pini60 e a cizncia<br />

A anamnese explica a "raiz" ou a "pos-<br />

sibili<strong>da</strong>de" do conhecimento, quando expli-<br />

ca que o conhecer 6 possivel porque temos<br />

na alma uma intuiqiio originiria do ver<strong>da</strong>-<br />

deiro. Mas as etapas e os modos especificos<br />

de realizaqiio desse conhecimento permane-<br />

cem ulteriormente indeterminados, e Platiio<br />

os determinou na Repiblica e nos diilogos<br />

dialCticos.<br />

Na Repiblica Plat50 parte do principio<br />

segundo o qual o conhecimento C propor-<br />

cional ao ser, de mod0 que apenas aquilo<br />

que C ser em grau maximo C perfeitamente<br />

cognoscivel, enquanto o niio-ser C absolu-<br />

tamente incognoscivel. Entretanto, como<br />

existe tambCm uma reali<strong>da</strong>de intermedia-<br />

ria entre ser e niio-ser, isto C, o sensivel,<br />

que C mescla de ser e nio-ser (enquanto<br />

sujeito ao devir), Platiio acaba por concluir<br />

que desse "intermediario" existe um conhe-<br />

cimento igualmente intermediario entre<br />

ciincia e ignorincia, um tip0 de conhe-<br />

cimento que niio se identifica com o co-<br />

nhecimento ver<strong>da</strong>deiro e prbprio; C a "opi-<br />

niiio" (ddxa).<br />

Para Platiio, porCm a opiniiio C quase<br />

sempre enganadora. Pode at6 ser ver<strong>da</strong>dei-<br />

ra e reta, mas jamais pode possuir em si<br />

mesma a garantia de sua retidiio, permane-<br />

cendo sempre sujeita a alteraqtjes, assim<br />

como mutavel C o mundo sensivel ao qual<br />

ela se refere. Para fun<strong>da</strong>mentar a opiniiio<br />

imp6e-se, como diz Platiio no MBnon, tratii-<br />

la com o expediente do "raciocinio causal",<br />

isto 6, firmi-la atravCs do conhecimento <strong>da</strong><br />

causa (<strong>da</strong> IdCia). Desse modo, porCm, a opi-<br />

niiio deixaria de ser opiniiio, transforman-<br />

do-se em ciincia ou episte'me.<br />

Platiio especifica ain<strong>da</strong> que tanto a<br />

opiniio (ddxa) como a cihcia (episte'me)<br />

realizam-se em dois graus: a opiniiio se di-<br />

vide em simples imaginaqiio (eikasia) e cren-<br />

qa (pistis), enquanto a cigncia se desdobra<br />

em cigncia intermediaria (dianoia) e em<br />

inteleqiio pura (ndesis). A ca<strong>da</strong> grau ou for-<br />

ma de conhecimento corresponde um grau<br />

ou forma de reali<strong>da</strong>de e de ser. A eikasia e<br />

a pistis correspondem os graus do sensivel,<br />

referindo-se a eikasia As sombras e as ima-<br />

gens sensiveis <strong>da</strong>s coisas, ao passo que a<br />

pistis corresponde as coisas e aos prbprios<br />

objetos sensiveis. A dianoia e a ndesis refe-<br />

rem-se a dois graus do inteligivel (ou, se-<br />

gundo alguns, a dois modos de captar o<br />

inteligivel). A dianoia consiste no conheci-<br />

mento matemitico-geomktrico, ao passo<br />

que a ndesis se identifica com o conheci-<br />

mento dialktico <strong>da</strong>s IdCias. A dianoia (co-<br />

nhecimento intermediario, como alguim

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!