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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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284<br />

Sexta parte - A s escolns filosdficus du rvn helrnis+ica<br />

A presenca do Deus-logos na reali<strong>da</strong>de implica que tudo seja por ele dirigido<br />

de mod0 infalivel, isto e, que tudo seja endere~ado ao melhor fim (o logos nao<br />

pode errar): neste sentido, o finalismo universal se traduz em<br />

Provid@ncia, uma forma de providencia geral. Mas esta forma de "provid6nnecessi<strong>da</strong>de<br />

cia" coincide com o destino inelutavel, que nzo e mais do que<br />

e destino aquilo que se segue a ordem necessaria de to<strong>da</strong>s as coisas devi-<br />

-+ § 4 <strong>da</strong> ao logos.<br />

Aqui, porem, surge um problema: se a razao imanente implica necessi<strong>da</strong>de<br />

imanente, entilo, tambem o homem continua implicado nesta necessi<strong>da</strong>de. 0 que<br />

sera, portanto, <strong>da</strong> sua livre vontade? A vontade do homem -<br />

A liber<strong>da</strong>de observam os Estoicos - nao e livre, ou seja, ela encontra obsta-<br />

humana culos que impedem sua realizasao, apenas quando se opde ao<br />

+ § 5 destino (= ao logos); ao contrario, quando o atende e quer aquilo<br />

que o destino quer, entao nao so nao encontra impedimentos,<br />

mas tem efeito seguro. A ver<strong>da</strong>deira liber<strong>da</strong>de, portanto, estaria em uniformizar-<br />

se ao logos: querer o que o Destino quer.<br />

A ideia de que o mundo seja formado de fog0 implica<br />

A conflagra~'o que nele se manifestem, embora em tempos diversos, os dois<br />

cosmica<br />

-+§6<br />

aspectos tipicos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de do fogo, isto e, o vivificante<br />

(lembremo-nos <strong>da</strong> rela@o fogo-calor-vi<strong>da</strong>, mais vezes salienta-<br />

do) e o destrutivo. Assim, enquanto prevalece o primeiro as-<br />

pecto o cosmo vive, quando prevalece o segundo ele se consuma em total com-<br />

bustso.<br />

A pa/ing@nese<br />

+§6<br />

To<strong>da</strong>via, desta conflagrac;ao o mundo renascera (paling&nese),<br />

e renascera igual, porque a lei que o dirige e sempre a<br />

mesma, justamente a do logos: e tambem os eventos <strong>da</strong> historia<br />

se repetirao identicos ate a sucessiva conflagra@o; e assim<br />

por diante.<br />

0 logos que penetra o universo se manifesta, em particu-<br />

A humans<br />

lar medi<strong>da</strong>, na alma humana que e fog0 ou pneuma - uma<br />

+§7<br />

parte do fog0 ou pneuma cosmico - e e dividi<strong>da</strong> em oito partes:<br />

os cinco sentidos, uma parte destina<strong>da</strong> a fona@o, uma a<br />

reproduc;ao, e a parte racional chama<strong>da</strong> de "hegem6nico", ou seja, que domina<br />

as outras.<br />

O materialismo monists<br />

dos Estbicos<br />

A fisica <strong>da</strong> antiga Estoa C uma forma<br />

(talvez a primeira forma) de materialismo<br />

monista e panteista.<br />

0 ser, dizem os Estoicos, C so aquilo<br />

que tem a capaci<strong>da</strong>de de agir e sofrer. Mas<br />

este C apenas o corpo: "ser e corpo S ~ idh- O<br />

ticos"; C, portanto, sua conclus5o. Corp6reas<br />

sso tambtm as virtudes e corporeos os<br />

vicios, o bem, a ver<strong>da</strong>de.<br />

Esse materialismo, em vez de tomar a<br />

forma do mecanicismo pluralista atomista,<br />

como nos Epicuristas, configura-se em sen-<br />

tido hilemorfico, hilozoista e monista.<br />

0s Est6icos falam, na ver<strong>da</strong>de, de dois<br />

principios do universo, um "passivo" e um<br />

"ativo", mas identificam o primeiro com a<br />

matiria e o segundo com a forma (ou me-<br />

Ihor, com o principio informante) e susten-<br />

tam que um C inseparavel do outro. A for-<br />

ma, alCm disso, segundo eles, C a Razso<br />

divina, o Logos, Deus.<br />

Compreende-se bem, deste modo, que<br />

os Estoicos pudessem identificar seu Deus-<br />

Physzs-Logos com o "fogo artifice", com o<br />

"raio que tudo governa", de Heraclito, ou<br />

ain<strong>da</strong> com o pneuma, que C "sopro arden-<br />

ten, ou seja, ar dotado de calor. 0 fogo, com

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