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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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(localiza<strong>da</strong> na costa de Treade), onde fundou<br />

uma Escola com os plat6nicos Erasto e<br />

Corisco, originarios <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Scepsis,<br />

que haviam se tornado conselheiros de<br />

HCrmias, hibil politico, senhor de Atarneu e<br />

Assos. Aristoteles permaneceu cerca de tres<br />

anos em Assos. Depois foi para Mitilene (na<br />

ilha de Lesbos), provavelmente impelido por<br />

Teofrasto (que nascera em uma locali<strong>da</strong>de<br />

dessa ilha e estava destinado, mais tarde, a<br />

tornar-se sucessor do pr6prio Aristoteles).<br />

Tanto a fase de seu magistirio em Assos<br />

quanto a fase de Mitilene s5o fun<strong>da</strong>mentais:<br />

C provivel que, em Assos, o Estagirita tenha<br />

ministrado cursos sobre as disciplinas mais<br />

propriamente filosoficas, e que em Mitilene,<br />

ao contrario, tenha realizado pesquisas de<br />

ciencias naturais, inaugurando e consoli<strong>da</strong>ndo<br />

sua preciosa colaboraqiio com Teofrasto,<br />

que tera papel tso relevante nos destinos do<br />

Peripato.<br />

Em 3431342 a.C., inicia-se novo periodo<br />

na vi<strong>da</strong> de Aristoteles.<br />

Filipe <strong>da</strong> MacedBnia chama-o para a<br />

corte, confiando-lhe a educa~ao do filho Alexandre,<br />

ou seja, do personagem destinado<br />

a revolucionar a histbria grega e que estava<br />

entzo com treze anos de i<strong>da</strong>de. Infelizmente,<br />

sabemos pouquissimo sobre as relaq6es<br />

que se estabeleceram entre os dois excepcionais<br />

personagens (um dos maiores filosofos<br />

e um dos maiores politicos de todos os tempos),<br />

gue o destino quis ligar.<br />

E certo que, embora tenha compartilhado<br />

a idCia de unificar as ci<strong>da</strong>des gregas<br />

sob o cetro maced6nic0, Aristoteles, de certo<br />

modo, nao compreendeu a idiia de helenizar<br />

os barbaros e igualh-10s aos gregos. Nesse<br />

campo, o ginio politico do discipulo descerrou<br />

perspectivas historicas muito mais novas<br />

e au<strong>da</strong>zes <strong>da</strong>s que as categorias politicas<br />

do filosofo permitiam-lhe compreender,<br />

uma vez que eram categorias substancialmente<br />

conservadoras e, sob determinados<br />

aspectos, at6 reacionarias. Aristoteles permaneceu<br />

na corte maced6nica at6 Alexandre<br />

subir ao trono, isto C, at6 por volta de 336<br />

a.C. (mas tambim C possivel que, depois de<br />

340 a.C., ele tenha voltado para Estagira,<br />

estando Alexandre ja ativamente empenhado<br />

na vi<strong>da</strong> politica e militar).<br />

Finalmente, em 3351334 a.C., Aristoteles<br />

voltou para Atenas, alugando alguns prCdios<br />

proximos a um pequeno templo sagrado<br />

dedicado a Apolo Licio, de onde provim<br />

o nome "Liceu" <strong>da</strong>do i Escola. E como Arist6teles<br />

ministrava seus ensinamentos pas-<br />

seando pelas vere<strong>da</strong>s do jardim anexo aos<br />

pridios, a Escola tambim foi chama<strong>da</strong> de<br />

"Peripato" (do grego peripatds, "passeio"),<br />

e seus seguidores denominados "peripati-<br />

ticos". Assim, o Peripato se contrap6s i Aca-<br />

demia, inclusive eclipsando-a inteiramente<br />

por certo tempo. Foram esses os anos mais<br />

fecundos na produ@o de Aristoteles, o pe-<br />

riodo que viu o acabamento e a grande sis-<br />

tematizaqao dos tratados filosoficos e cien-<br />

tificos que chegaram at6 nos.<br />

Em 323 a.C., com a morte de Alexan-<br />

dre, houve forte reaqao antimacedBnica em<br />

Atenas, na qua1 Aristoteles foi envolvido,<br />

riu de ter sido mestre do grande soberano<br />

(formalmente, foi acusado de impie<strong>da</strong>de, por<br />

ter escrito em honra de HCrmias urn poema<br />

que so seria digno de um deus). Para fugir<br />

de seus inimigos, retirou-se para Calcis, onde<br />

possuia bens imoveis maternos, deixando<br />

Teofrasto na direqzo <strong>da</strong> Escola peripatitica.<br />

Morreu em 322 a.C., depois de poucos me-<br />

ses de exilio.<br />

0 s escritos de AristbteIes<br />

0s escritos de Aristoteles dividem-se<br />

em dois grupos: os "exotCricos" (compostosna<br />

maioria em forma dialogica e destinados<br />

ao grande publico, ou seja, is pessoas<br />

"de fora" <strong>da</strong> Escola) e os"esotiricos" (que,<br />

ao contrario, constituiam ao mesmo tempo<br />

o fruto e a base <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de di<strong>da</strong>tica de<br />

Aristoteles, niio sendo destinados ao publico,<br />

mas apenas aos discipulos, sendo portanto<br />

patrim6nio "interno" <strong>da</strong> Escola).<br />

0 primeiro grupo de escritos perdeu-se<br />

completamente, dele restando apenas alguns<br />

titulos e pequenos fragmentos.<br />

Talvez o ~rimeiro escrito exotirico tenha<br />

sido ~rilLou sobre a Retdrica (no aual<br />

~ 1<br />

Aristoteles defendia a posi@o plat6nica con-<br />

tra Isocrates), ao passo que os ultimos fo-<br />

ram o Protrkptico e Sobre a filosofia.<br />

Outros escritos do iovem Aristoteles<br />

dignos de men@o sao: Acerca <strong>da</strong>s Idkias, Acer-<br />

ca do Bem, Eudemos ou sobre a alma. Hoje,<br />

a atenqao dos estudiosos esta particularmen-<br />

te fixa<strong>da</strong> nessas obras, tendo-se conseguido<br />

at6 recuperar certo numero de fragmentos<br />

delas. (Outros escritos do primeiro period0<br />

Go, para nos, somente titulos vazios).<br />

No entanto, chegou at6 nbs a maior<br />

parte <strong>da</strong>s obras esotCricas, to<strong>da</strong>s tratando

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