12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

254 Sexta parre - A s escolas filos6ficas <strong>da</strong> era helenisiica<br />

tste hazxo-relevo retrata Dzbgenes, o Cinzco,<br />

que escolhera como casa urn barrzl.<br />

0 cao em clma do hard e' o simbolo do Cznzsmo.<br />

0 personugem a d~rerta c' Alexandre Magno.<br />

Contu-se que certo dra, enquanto Dzbgenes<br />

tomuva sol, aproxzmou-se Alexandre<br />

(que era seu grande admzrador) e lhe perguntou:<br />

"Pcde-me o que qulseres, e eu te <strong>da</strong>m".<br />

Llrogencs Ihc respondeu:<br />

" Nao me fa~as somhra; devolve meu sol".<br />

A resposta d emblem~itzca,<br />

resunundo o sentzmento de uma E'boca.<br />

O baixo-relevo se encontra em ~dma,<br />

nu Villa Alhani.<br />

as convenqdes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e do pr6prio<br />

capricho <strong>da</strong> sorte e <strong>da</strong> fortuna, sabe reen-<br />

contrar sua genuina natureza, sabe viver<br />

conforme essa natureza e, assim, sabe ser<br />

feliz.<br />

E nesse contexto que se incluem suas<br />

afirmacdes sobre a inutili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s matemi-<br />

ticas, dB fisica. <strong>da</strong> astronomia. <strong>da</strong> mhica e<br />

o absurd0 <strong>da</strong>s construqdes metafisicas, subs-<br />

tituindo a mediaqgo conceitual pel0 com-<br />

portamento, o exemplo e a aqiio. Com<br />

Diogenes, de fato, o Cinismo torna-se a mais<br />

"anticultural" <strong>da</strong>s filosofias aue a GrCcia e<br />

o Ocidente conheceram.<br />

0 wodo de viver do Cinico<br />

E ain<strong>da</strong> nesse contexto estiio inclui<strong>da</strong>s<br />

suas conclusdes extremistas, que o levavam<br />

a proclamar como necessi<strong>da</strong>des ver<strong>da</strong>deira-<br />

mente essenciais do homem as necessi<strong>da</strong>des<br />

elementares de sua animali<strong>da</strong>de. Teofrasto<br />

narra que Diogenes "viu, uma vez, um rat0<br />

correr <strong>da</strong>qui para la, sem objetivo (niio bus-<br />

cava lugar para dormir, nem tinha medo <strong>da</strong>s<br />

trevas, nem desejava algo <strong>da</strong>quilo que comu-<br />

mente se considera desejiivel) e assim cogitou<br />

um remCdio para suas dificul<strong>da</strong>des". Logo,<br />

C um animal que dita ao Cinico o mod0 de<br />

viver: um viver sem meta (sem as metas que<br />

a socie<strong>da</strong>de propde como necessirias), sem<br />

necessi<strong>da</strong>de de casa nem de moradia fixa e<br />

sem o conforto <strong>da</strong>s comodi<strong>da</strong>des ofereci<strong>da</strong>s<br />

pel0 progresso.<br />

E eis como Dibgenes, segundo testemu-<br />

nhos antigos, p6s em priitica essas teorias:<br />

"Diogenes foi o primeiro a dobrar o manto<br />

por necessi<strong>da</strong>de tambtm de dormir dentro<br />

dele, e levava um bornal no qual recolhia<br />

comi<strong>da</strong>s; servia-se indiferentemente de qual-<br />

quer lugar para todos os usos, para fazer<br />

refeiqdes, para dormir ou para conversar. E<br />

costumava dizer que tambCm os atenienses<br />

haviam providenciado para ele um lugar<br />

onde pudesse morar: indicava o p6rtico de<br />

Zeus e a sala <strong>da</strong>s procissdes (. ..). Uma vez,<br />

ordenou a alguCm que lhe providenciasse<br />

uma casinha; e como este demorava, Di6ge-<br />

nes escolheu como habitaqio um barril que<br />

estava na rua, como ele pr6prio o atesta.. ."<br />

TambCm a representaqiio de Diogenes no<br />

barril tornou-se um simbolo do pouco que<br />

C suficiente para viver.<br />

Liber<strong>da</strong>de de palavra<br />

e de vi<strong>da</strong>, exevcicio e fadiga<br />

Esse mod0 de viver, para Diogenes,<br />

coincide com a "liber<strong>da</strong>de": quanto mais se<br />

eliminam as necessi<strong>da</strong>des supirfluas, mais<br />

se C livre. Mas os Cinicos insistiram sobre a<br />

liber<strong>da</strong>de, em todos os sentidos, atC os extremos<br />

do paroxismo. Na "liber<strong>da</strong>de de<br />

palavra" (parrhesia), tocaram os limites <strong>da</strong><br />

desfaqatez e <strong>da</strong> arroghcia, at6 mesmo em<br />

relaggo aos poderosos. Lan~aram-se a "liber<strong>da</strong>de<br />

de aqgo" (anhideia) at6 a licencio-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!