12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Sbtima parte - 0 s Lltimos desenvolvimentos <strong>da</strong> filosofia paga antiga<br />

tramdo as co~sos essenc~ois dos oulos de<br />

Ep1cteto.<br />

As D~atr~bes ou Conversac;6es de Epi'cteto<br />

tronscrltos por Rrr~ono, osslrn corno o Manual,<br />

Forom sampre rnulto lidos em todos os<br />

tempos 560 de Foto lnvest~go@%s do espirito<br />

humano de extroord~ndr~o luc~dez e pro-<br />

Fund~dode<br />

610s percorrern exatomante em sentdo<br />

oposto o cornmho hoje seguido pelo homarn,<br />

que gosta do opul&nc~o e sstd ern continuo<br />

busco de r~quezo a de poder E justomante<br />

por lsso Eplcteto desernpenho em carto sent~do<br />

o papel de voz do consc~&noo, qua ndo<br />

pod@ se color<br />

0 que 6 qua se serve de tudo? R escolha<br />

moral. 0 qua se encarrega de tudo? A escolha<br />

moral. 0 que destr6i totalmente o homem, ora<br />

com a fome, ora com o lqo, ora atirando-o de<br />

um precipicio? A escolha moral. E, entdo, o que<br />

hd dc: mais Forte nos homens? 6 corno pode ser<br />

que aquilo que & coercive1 seja mais forte do<br />

que aquilo que & incoercivel? 0 que pode impedir<br />

por natureza a facul<strong>da</strong>de visiva? R esco-<br />

Iha moral e os objetos que n6o dependem do<br />

sscolha moral. 0 mesmo vale para a facul<strong>da</strong>de<br />

auditiva e para a <strong>da</strong> linguagem. E a escolha<br />

moral, o que por natureza pode impedi-la? Nenhum<br />

dos objetos que n60 dependem do ascolha<br />

moral: ela propria se impede quando &<br />

sxtravia<strong>da</strong>. Por isso, sozinha se torna vicio ou<br />

virtude.<br />

Portanto, a partir do momento que & uma<br />

Facul<strong>da</strong>de t60 poderosa e proeminente a tudo<br />

o mais, venha dizer-nos que a carne & superior<br />

a qualquer outra realidode. Nem se a propria<br />

corns se dissesse superior, nos poderiamos<br />

tolerar! Pois bem, Epicuro, o que Faz esta afirmaq3o?<br />

Rquilo que escreveste Sobre o Firn, R<br />

Fisico e Sobre o Cdnon? Que te impeliu a deixar<br />

crescer a barba? Que escreve, no momento<br />

de morrer: "Vivendo o irltimo dia, que 6 tamb&m<br />

urn dia feliz ..." ? R carne, ou a escolha moral?<br />

EntBo podes sustentar have! 0190 superior<br />

b ascolha moral, sem ser louco? Es de fato a tal<br />

ponto cego e surdo?<br />

E antdo? Pr~tende-se talvez desprestigiar<br />

as outras facul<strong>da</strong>des? De forma nenhuma! Sustmta-se<br />

talvez que n6o h6 nenhuma utili<strong>da</strong>de<br />

nsm progress0 fora <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de do escolha<br />

moral? De mod0 nenhum! Saria tolice, impie<strong>da</strong>de<br />

e ingrati<strong>da</strong>o para com Deus. Atribui-se, sim,<br />

a ca<strong>da</strong> coisa o sou valor.<br />

Epicteto. Diatribes, 11, 23.<br />

Sobrs aquilo<br />

qua dspsnds ds nos<br />

s aquilo<br />

qus n6o dspsnds ds nos<br />

R possogsm qus segue opressnto, ernboro<br />

de rnodo surndr~o, urn rnopo quose<br />

cornpleto dos ternos de Fundo do hlosoho de<br />

Ep~cteto 0 esqusrno Iog~co do d~scurso pode<br />

ser resurnido nos dols pontos ssgulntes<br />

1) Entre todos as foculdo<strong>da</strong>s, openos<br />

urno 6 copoz de tornor corno okysto e cornpreender<br />

o s~ mesrno s os outros colsos, 6 o<br />

foculclode do roc~ocinio (a rozdo, o logos), o<br />

foculdode de usor os represento@es<br />

2) Urno vez que esto 6 o foculdode de<br />

Ionge rnols ~rnportonte, os deusss o tornororn<br />

dependente de nos, ou sejo, Ilvre, anquonto<br />

todos as outros colsos (o corpo e tudo<br />

~ ~ U I qU6 / O @st6 1190d0 00 COrpO e 0.5 oSSlrn<br />

chornodos bsns exter~ores) ndo qu~sarorn, ou<br />

rnelhor, ndo puderorn torn6 -10s dependentes<br />

de nos, ou sejo, colocd-10s em nosso<br />

poder.<br />

0 que diz Zeus? "Epicteto, se tivesse sido<br />

possivel, tambBm teu corpo e tuas pobres subs-<br />

tdncias eu teria feito livres e isentas de impedi-<br />

mentos. Mas - n6o ignores - este corpo n60<br />

& teu: & barro habilmente amassado. E, uma<br />

vez que n6o pudemos fazer isto, te demos cer-<br />

ta parte de nos, esta facul<strong>da</strong>de de tender e de<br />

repelir, de desejar e de ter avers60, ou seja,<br />

em resumo, a facul<strong>da</strong>de de usar as represen-<br />

taq5es; se te preocupas com isso e nela colo-<br />

cas aquilo que & teu, jamais ser6s impedido,<br />

jamais embarapdo, n6o te lamentar6s, nbo<br />

reprovar6s e n60 adular6s ninguhm. E entdo?<br />

Parece-te coisa de pouca importdncia este<br />

dom?"<br />

"De modo algum!"<br />

Est6s contents com isso?<br />

"Sim, com o auxilio dos deuses".<br />

Nos, por&m, agora, mesmo podendo cui-<br />

<strong>da</strong>r de uma so coisa e a uma so coisa mantermo-<br />

nos ligados, preferimos ocupar-nos de muitas<br />

coisas e a muitas nos ligarmos: ao corpo, ao pa-<br />

trimhio, ao irm60, oo amigo, ao filho, ao escra-<br />

vo. Desse modo, ligados a muitas coisas, fica-<br />

mos pesados por causa delas e arrastados. Por<br />

conseguinte, se o tempo & desfavor6vel para a<br />

navegaq30, sentamo-nos, tensos e agitados,<br />

e olhamos ao redor a todo o momsnto. "Qual

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!