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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Capitulo de'cimo quarto - 6 Nee-esto~c~smo SGneca, Cpirteto e l"\/\arco S\uvClio<br />

mem, que tende a lil?ertar-se do corpo para<br />

alcangar sua pureza. E evidente que essas con-<br />

cepg6es atingem as afirmaqoes estoicas de<br />

que a alma C corpo, subst2ncia pneumiitica<br />

e halito sutil, afirmagoes que Sineca, no en-<br />

tanto, reafirma. A ver<strong>da</strong>de C que, em nivel<br />

intuitivo, Sineca vai alCm do materialism0<br />

est6ico; depois, porkm, faltando-lhe as cate-<br />

gorias ontologicas para fun<strong>da</strong>mentar e de-<br />

senvolver tais intuigoes, as deixa suspensas<br />

no ar.<br />

Ain<strong>da</strong> corn base na andise psicolbgi-<br />

ca, <strong>da</strong> qua1 C mestre, Sineca descobre a "cons-<br />

ciincia" (conscientia) como forga espiritual<br />

e moral fun<strong>da</strong>mental do homem, colocan-<br />

do-a em primeiro plano corno, antes dele,<br />

ninguCm fizera no imbito <strong>da</strong> filosofia grega<br />

e romana. A conscihcia i o conhecimento<br />

do bem e do mal, originirio e ineliminivel.<br />

NinguCm pode esconder-se dela, porque o<br />

homem n5o pode esconder-se de si mesmo.<br />

Como vimos, a Estoi insistia no fato<br />

de que a "disposiqiio de espirito" determi-<br />

na a morali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ag5o. Entretanto, em<br />

327<br />

conformi<strong>da</strong>de com a tendincia fun<strong>da</strong>men-<br />

talmente intelectualista de to<strong>da</strong> a Ctica gre-<br />

ga, essa disposi@o de espirito deriva do "co-<br />

nhecimento", que C proprio do sabio e nele<br />

se resolve. Indo alCm, Sineca fala expressa-<br />

mente de "vontade". E mais: pela primeira<br />

vez no pensamento classico, fala <strong>da</strong> vonta-<br />

de como de uma facul<strong>da</strong>de distinta do co-<br />

nhecimento. Nessa descoberta, Skeca foi<br />

aju<strong>da</strong>do de mod0 determinante pela lingua<br />

latina: com efeito, o grego n5o tem um ter-<br />

mo que correspon<strong>da</strong> perfeitamente a volun-<br />

tas. Entretanto, n5o soube <strong>da</strong>r um adequa-<br />

do fun<strong>da</strong>mento teorCtico a essa descoberta.<br />

Outro trago diferencia Sineca <strong>da</strong> anti-<br />

ga Estoa, bem como <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de dos f ib<br />

sofos gregos: o acentuado sentido de pecado<br />

e de culpa de que ca<strong>da</strong> homem estii macula-<br />

do. 0 homem C estruturalmente pecador, diz<br />

nosso filosofo. E, indubitavelmente, essa C<br />

uma afirmaq50 que se coloca em clara anti-<br />

tese em relagso ii pretensiio de perfeigso que,<br />

dogmaticamente, o estbico antigo atribuia<br />

ao seu sabio. Sineca ja pensava diferente: se

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