12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

T6 Quarta parte - Plat60<br />

"Eu ndo", respond1<br />

bquelas sobre as quais se estendem apenas<br />

"Ao contr6n0, a facul<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vista a do as clari<strong>da</strong>des <strong>da</strong> noite, ofuscam a vista e parevrsivel,<br />

nBo pensas que tenham necessr<strong>da</strong>de cem semelhantes aos cegos, como se n6o exisdlsso?"<br />

"De que modo?"<br />

tisse neles vista pura".<br />

"E como!", respondeu.<br />

"Mesrno astondo presente nos olhos a VIS- "Mas quando, creio eu, volv&-los bs coita,<br />

e d~spondo-se quem a possu~ a dela fazer sas ilumina<strong>da</strong>s pelo Sol, v&em claramente, e<br />

uso, e mesmo havendo de outro lado as cores<br />

nos objstos, se n60 se acrescenta um tercelro<br />

resulta claro que nesses olhos a vlsta & puro".<br />

"E <strong>da</strong>i?".<br />

g&nero de realr<strong>da</strong>de, justamente por sua natu- "Deste modo, portanto, pensa que seja<br />

reza destlnado do modo particular preclsamen- tambbm a condi@o <strong>da</strong> alma, quando se dirige<br />

te a ISSO, saber; bem que a vlsta ndo ver6 na<strong>da</strong> bquilo que a ver<strong>da</strong>de e o ser iluminam, o ene<br />

qua as cores ser6o ~nvlsive~s''<br />

tende e conhece e resulta dota<strong>da</strong> de intelig&n-<br />

"E o que C a outra coisa de que falas?", cia; quando se d~rige ao inv&s bquilo qua est6<br />

pergunJou<br />

misturado com treva, bquilo que nasce e pere-<br />

"€ o que chamas de luz", respond1<br />

"E ver<strong>da</strong>de", drsse<br />

ce, entdo pods apenas opinar e permanece<br />

obtusa, mu<strong>da</strong>ndo para cima e para baixo os<br />

"Portanto, n60 com uma pequena 1d61a o opiniaes, e assemelha-se a quem n60 tem insentdo<br />

<strong>da</strong> v1s6o e a facul<strong>da</strong>de de ser v~sto fo- telecto".<br />

ram reunldos por um vinculo de malor valor que "Assemelha-se, de fato".<br />

as outras hga@es, caso a luz para t~ ndo seja "lsto, portanto, que fornece a ver<strong>da</strong>de bs<br />

prrvo<strong>da</strong> de valor"<br />

coisas conheci<strong>da</strong>s e ao conhecedor a facul<strong>da</strong>-<br />

"De nenhum modo pr~va<strong>da</strong> de valor",<br />

dlsse<br />

"E ent60, qua1 dos dsuses que sstdo no<br />

de de conhec&-las, deves dizer que & a IdQio<br />

do Bem. E sendo ela causa de conhecimento e<br />

de ver<strong>da</strong>de, considera-a cognoscivel. E, uma<br />

c&u podes ~ndlcar como senhor disto, cuja luz vez que uma e outra s6o belas, o conhecimenfaz<br />

com que nossa vlsta veja do modo mals belo to e a ver<strong>da</strong>de, se considerares aquele como<br />

s que as colsas v~sive~s sejam vistas?" diverso destas e ain<strong>da</strong> mais belo, estar6s con-<br />

"Aquele qua tambQm tu ~ndlcanas", res- siderando justamente. E enquanto a ci&ncia e<br />

pondeu, "e tombdm os outros com efe~to, & cla- a ver<strong>da</strong>de, do mesmo modo que a luz e a vista,<br />

ro qua me perguntas sobre o Sol"<br />

& justo consider6-10s semelhantes ao Sol mas<br />

"E ent6o a vlsta em relacdo a este Deus ndo consider6-las Sol, assim tambhm aqui,<br />

ncio tem por suo natureza esta relac;do?" consider6-las ambas semalhantes ao Bem &<br />

"E quai?<br />

justo, mas consideror que uma ou a outra se-<br />

"A vista ndo & o Sol, e ndo o 6 nem ela, jam o Osm ndo & justo, mas a cond~gdo do Bem<br />

nem aquilo em que se gera, e que chamamos deve ser julga<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> maior".<br />

<strong>da</strong> olho".<br />

"Falas de extraordin6ria beleza", d~sse, "se<br />

"Ncio, certamente"<br />

ela busca ci&ncia e ver<strong>da</strong>de, mas pelo beleza<br />

"Mas, creio eu, C o mas semelhante ao ela propria est6 acima destas. Com efeito, n6o<br />

Sol entre todos os 6rg6os dos sent~dos" dizes com certeza que este seja o prazer!".<br />

"Murto ma~s"<br />

"Calado!", respondi. "Mas considera sua<br />

"E a facul<strong>da</strong>de qua tern, n60 a possu~ imagem deste modo".<br />

subrnln~stra<strong>da</strong> e como afluente do Sol?"<br />

"Precmmente"<br />

"De qua modo?"<br />

"0 Sol ndo apenas, dirds, creio eu, forne-<br />

"Por outro lado, nsm mesmo o Sol & a v~s- ce aos visive~s a capac~<strong>da</strong>de de serem vistos,<br />

ta: to<strong>da</strong>vra, uma vez que & causa dela, & por mas tambbm a geracdo e o crescimento e a<br />

@la vlsto"<br />

"Assim &", d~sse<br />

"lsto, portanto", respond^, 'consrdera que<br />

nutricdo, embora ndo sendo ele gera~do".<br />

"E como o seria?"<br />

"E assim tamb&m para os cognosciveis diseja<br />

aqu~lo que chamo de f~lho do Oem, que o r6s que prov&m do Bem n6o so o fato de serem<br />

Bem gerou analog0 a si proprro aqullo que o conhecidos, mas que tamb&m o ser e a ess&n-<br />

Bsm 6 no mundo rntel~givel em relaq3o ao lnts- cia prov&m a eles a partir d~sso, embora o Oem<br />

lecto e aos ~ntal~giva~s, asslm C o Sol no v~sivel ndo seja subst6ncia, mas simplesmente aclma<br />

em relag50 h vlsta e aos v~sive~s"<br />

do subst8ncia, sendo superior em digni<strong>da</strong>de e<br />

"Como?", perguntou "Expl~ca-me ma~s" em poder".<br />

"0s olhos", dlsse eu, "sabes que quando E Glauco, muito comicamente, d~sse: "Rpoalgu&m<br />

n6o os dlrrge mais bquelas colsas so- lo! Que superior~<strong>da</strong>de div~na!"<br />

bra cujas cores se estende a luz do do, mas<br />

Platbo. Repfiblicc~.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!