12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Quarta parte - Platiio<br />

V. O Estado ideal<br />

e sMas forrnns hist6ricas<br />

Platao institui estreita correspondhcia entre as partes <strong>da</strong> alma (apetitiva,<br />

irascivel e racional) e as classes que constituem o Estado ideal (artedos, guar<strong>da</strong>s.<br />

governantes).<br />

Considerando esses nexos, tambem o Estado, exatamente como a alma do<br />

homem, ter6 suas virtudes:<br />

-sera "temperante", quando os artesaos-comerciantes souberem<br />

p& um freio na propria avidez;<br />

0 Estado ideal<br />

na Republica<br />

+ 1.1-1.3.<br />

- sera "corajoso", quando os guar<strong>da</strong>s-sol<strong>da</strong>dos souberem<br />

moderar seu impeto e enfrentar os perigos como convem;<br />

- sera "sabio", quando os governantes agirem em confor-<br />

mi<strong>da</strong>de com a razao na busca do Bem e na sua aplicaqlo;<br />

- finalmente, a Ci<strong>da</strong>de - como a alma individual - sera "justa" quando<br />

ca<strong>da</strong> classe (ou parte) realizar o papel que Ihe compete, sem usurpar o <strong>da</strong>s outras.<br />

Para que urn Estado permaneca no tempo deve confiar sua ordem a um<br />

programa precis0 de educa@o, o qual, em particular para a segun<strong>da</strong> classe, preve,<br />

alem <strong>da</strong> formag%o de tip0 gimnico-musical, uma especie de co-<br />

A educa~do<br />

+ 1.4.<br />

munismo dos bens, <strong>da</strong>s mulheres e dos filhos, que pretendia<br />

subtrair ca<strong>da</strong> sol<strong>da</strong>do <strong>da</strong> tentasso do egoismo: os guar<strong>da</strong>s de-<br />

vem ter patrimhi0 unico e unica familia. A educa@o dos f ib<br />

sofos-governantes era particularmente cui<strong>da</strong><strong>da</strong> e longa (con-<br />

cluia-se ao redor dos 50 anos) e se baseava, na sua fase conclusiva, sobre o exerci-<br />

cio <strong>da</strong> dialetica para alcancar a contemplaqEio do Bem e sua aplicacao 8 reali<strong>da</strong>de<br />

contingente.<br />

0 Politico<br />

e as Leis<br />

+§2<br />

EQ <strong>Filosofia</strong> e politics<br />

Na i<strong>da</strong>de madura Platao modificou em parte esta visa0<br />

idealista do Estado e formulou uma doutrina do Estado "segundo",<br />

em que a priori<strong>da</strong>de visava 8s leis e A busca <strong>da</strong> justa<br />

medi<strong>da</strong> entre os excessos.<br />

No diAlogo Gdrgias Plat20 faz S6crates<br />

pronunciar as seguintes palavras: "Creio ser<br />

eu dos poucos atenienses, para nHo dizer o<br />

hico, que tenta realizar a ver<strong>da</strong>deira arte<br />

politica, e o unico, entre os contempori-<br />

neos, que a pratica." A "ver<strong>da</strong>deira arte po-<br />

litica" C a arte que "cura a alma" e a torna<br />

o mais possivel "virtuosa", sendo, por isso,<br />

a arte do fil6sofo. Assim, a tese que PlatHo<br />

amadureceu a partir do Gdrgias e expres-<br />

sou tematicamente na Republica C precisa-<br />

mente a <strong>da</strong> coincidcncia <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>deira filosofia<br />

com a ver<strong>da</strong>deira politica. Apenas se o<br />

politico se tornar ccfi16sofo" (ou vice-versa)<br />

serL possivel construir a Ci<strong>da</strong>de autentica,<br />

ou seja, o Estado fun<strong>da</strong>do spbre o valor supremo<br />

<strong>da</strong> justiga e do bem. E 6bvi0, porCm,<br />

que estas teses se mostram plenamente inteligiveis<br />

apenas mediante a recuperagHo de<br />

seu sentido hist6rico e, de mod0 particular,<br />

pela recuperagiio de algumas concepg6es tipicamente<br />

gregas:<br />

a) o sentido antigo <strong>da</strong> filosofia como<br />

ccconhecimento do todo" (<strong>da</strong>s raz6es supremas<br />

de to<strong>da</strong>s as coisas);<br />

b) o significado <strong>da</strong> redugso <strong>da</strong> essencia<br />

do homem sua "alma" (psyche');<br />

C) a coincidcncia entre individuo e ci<strong>da</strong>dgo;

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!