12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Estreitamente ligado a esse conceit0 de<br />

autodominio e de liber<strong>da</strong>de encontra-se o<br />

conceit0 de "autarquia", isto 6, de "auto-<br />

nomia". Deus nio necessita de na<strong>da</strong>, e o<br />

sibio 6 aquele que mais se aproxima desse<br />

estado, sendo portanto aquele que procura<br />

ter necessi<strong>da</strong>de apenas de muito pouco. Com<br />

efeito, para o sibio que vence os instintos e<br />

elimina to<strong>da</strong>s as coisas supCrfluas, basta a<br />

raziio para viver feliz.<br />

Como justamente ressaltou-se, estamos<br />

aqui diante de uma nova concepqio de he-<br />

r&. 0 heroi, tradicionalmente, era aquele<br />

que C capaz de veneer todos os inimigos, os<br />

perigos, as adversi<strong>da</strong>des e o cansaqo exter-<br />

nos. Ji o novo her6 C aquele que sabe ven-<br />

eer os inimigos interiores, que se lhe ani-<br />

nham na alma.<br />

O novo conceito<br />

de felici<strong>da</strong>de<br />

A maior parte dos filosofos gregos, e<br />

justamente a partir de Socrates, apresentou<br />

ao mundo sua mensagem como mensagem<br />

Capitulo quarto - Sbcrates r os Sorrtrtiros menores<br />

9 7<br />

de felici<strong>da</strong>de. Em grego, "felici<strong>da</strong>de" se diz<br />

"eu<strong>da</strong>imonia ", que, originalmente, significava<br />

ter tido a sorte de possuir um dem6nioguardi5o<br />

bom e favorivel, que garantia boa<br />

sorte e vi<strong>da</strong> prospera e agradivel. Mas os PrCsocriticos<br />

jh haviam interiorizado esse conceit~.<br />

Heraclito escrevia que "o cariter moral<br />

C o ver<strong>da</strong>deiro dem6nio do homem" e que<br />

"a felici<strong>da</strong>de C bem diferente dos prazeres",<br />

ao passo que Democrito dizia que "niio se<br />

tem a felici<strong>da</strong>de nos bens exteriores" e que<br />

'(a alma C a mora<strong>da</strong> de nossa sorte".<br />

Com base nas premissas que ilustramos,<br />

o discurso de Socrates aprofun<strong>da</strong> e<br />

fun<strong>da</strong>menta esses conceitos de mod0 sistematico.<br />

A felici<strong>da</strong>de nio pode vir <strong>da</strong>s coisas<br />

exteriores, do corpo, mas somente <strong>da</strong> alma,<br />

porque esta e s6 esta C a sua esshcia. E a<br />

alma C feliz quando C ordena<strong>da</strong>, ou seja, virtuosa.<br />

Diz Socrates: "Para mim, quem C virtuoso,<br />

seja homem ou mulher, C feliz, ao<br />

passo que o injusto e malvado C infeliz".<br />

Assim como a doen~a e a dor fisica sio desordem<br />

do corpo, a saiide <strong>da</strong> alma C ordem<br />

<strong>da</strong> alma, e essa ordem espiritual ou harmonia<br />

interior C a felici<strong>da</strong>de.<br />

Dessa forma, segundo Socrates, o homem<br />

virtuoso entendido nesse sentido "n5o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!