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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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252<br />

Sexto parfe - As escolas filos+cas <strong>da</strong> era helenistiia<br />

0 desmoronamento<br />

dos preconceitos racistas<br />

entve Gregos e B6rbaros<br />

0s Gregos consideravam os Barbaros<br />

"POI natureza" incapazes de cultura e de<br />

ativi<strong>da</strong>de livre e, em conseqiihcia, "escra-<br />

vos por natureza". Ati Aristoteles, como<br />

vimos, teorizou na Politica essa convic@o.<br />

Alexandre, ao contrario, tentou, nZo sem<br />

sucesso, a empresa gigantesca <strong>da</strong> assimila-<br />

$50 dos Birbaros vencidos e de sua equipa-<br />

raqiio aos Gregos. Instruiu milhares de jovens<br />

Birbaros com base nos cinones <strong>da</strong> cultura<br />

grega e fe-10s prepararem-se na arte <strong>da</strong> guer-<br />

ra com ticnica grega (331 a.C.). Ordenou,<br />

ademais, que sol<strong>da</strong>dos e oficiais maced6nios<br />

desposassem mulheres persas (324 a.C.).<br />

Tambim o preconceito <strong>da</strong> escravi<strong>da</strong>o<br />

viu-se contestado por filosofos, pelo menos<br />

em teoria. Epicuro nZo so tratara familiar-<br />

mente os escravos como tambim os desejari<br />

participantes do seu ensinamento. 0 s Est6i-<br />

cos ensinariio que a ver<strong>da</strong>deira escravidiio i<br />

a <strong>da</strong> ignorincia e que a liber<strong>da</strong>de do saber<br />

podem aceder, quer o escravo, quer o seu se-<br />

nhor, e a historia do Estoicismo terminari<br />

de mod0 emblemitico com as duas grandes<br />

figuras de Epicteto e de Marco Aurilio, um<br />

escravo liberto e outro imperador.<br />

A cultura "heltnica", com sua difusiio<br />

entre os varios povos e raqas, torna-se "hele-<br />

nistica". Essa difusZo comportou, fatal-<br />

mente, per<strong>da</strong> de profundi<strong>da</strong>de e pureza. En-<br />

trando em contato com tradiqoes e crenqas<br />

diversas, a cultura helhica devia fatalmen-<br />

te assimilar alguns de seus elementos. Fez-<br />

se sentir a influGncia do Oriente. E os novos<br />

centros de cultura, tais como Pirgamo, Ro-<br />

des e sobretudo Alexandria, com a fun<strong>da</strong>-<br />

qZo <strong>da</strong> Biblioteca e do Museu, graqas aos<br />

Ptolomeus, acabaram por ofuscar a propria<br />

Atenas. Se Atenas conseguiu permanecer a<br />

capital do pensamento filosofico, Alexandria<br />

tornou-se inicialmente o centro no qua1 flo-<br />

resceram as cihcias particulares e, quase no<br />

fim <strong>da</strong> Cpoca helenistica, e principalmente<br />

na ipoca imperial, tambCm o centro <strong>da</strong> filo-<br />

sofia.<br />

Tambim de Roma, vencedora militar<br />

e politicamente, mas que a Hilade cultural-<br />

mente conquistou para si, vieram estimulos<br />

novos, adequados ao realism0 latino, que<br />

contribuiram de mod0 relevante para criar<br />

e difundir o fen6meno do ecletismo, do qua1<br />

falaremos adiante. 0 s mais ecliticos dos fi-<br />

16sofos foram os que tiveram contato mais<br />

intenso com os romanos, e o mais eclitico<br />

de todos foi Cicero.<br />

Compreende-se assim que o pensamen-<br />

to helenistico tenha se concentrado sobre-<br />

tudo nos problemas morais, que se impoem<br />

a todos os homens. E ao propor os grandes<br />

problemas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e algumas soluqoes para<br />

os mesmos, os filosofos dessa Cpoca cria-<br />

ram algo de ver<strong>da</strong>deiramente grandioso e<br />

excepcional. 0 cinismo, o epicurismo, o es-<br />

toicismo e o ceticismo propuseram, mode-<br />

10s de vi<strong>da</strong> nos quais os homens continua-<br />

ram a se inspirar ain<strong>da</strong> durante outro meio<br />

milinio e que, ademais, tornaram-se para-<br />

digmas espirituais.

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