História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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III. fisica epickvista<br />
Para fun<strong>da</strong>mentar urna "ontologia materialista", Epicuro A fiSica coma<br />
tomou dos Atomistas o conceit0 de atomo e a ideia de que nlo ,,ontologia<br />
existe geraglo do na<strong>da</strong> nem aniquilamento, mas que o todo (a materialistau<br />
totali<strong>da</strong>de dos dtomos, que para o materialista Epicuro esgota ,y 7.2<br />
a totali<strong>da</strong>de do ser) se mantem identico. 0 cosmo, portanto,<br />
que C infinito, C composto de "corpos" e de vazio, e os corpos stio ou simples<br />
(justamente os atomos) ou compostos (to<strong>da</strong> a reali<strong>da</strong>de).<br />
To<strong>da</strong>via, o mod0 com que Epicuro concebia os atomos nZio era perfeitamen-<br />
te idtntico aquele que era concebido pelos antigos Atomistas: estes os individuavam<br />
gragas 8 figura, 21 ordem e a posigtio; Epicuro, ao contrhrio, os<br />
caraderizava atraves <strong>da</strong> figura, do peso e <strong>da</strong> grandeza. Alem As diferenCas<br />
disso, Epicuro considera os Btomos como reali<strong>da</strong>des compostas ,,tigo<br />
de partes praticamente nlo divisiveis (atomo significa justamen- Atomism0<br />
te "indivisivel"), mas idealmente distinguiveis. Essas partes slo + 3 3<br />
chama<strong>da</strong>s minimas; e o minimo constitui a uni<strong>da</strong>de de medi<strong>da</strong><br />
absoluta de to<strong>da</strong>s as coisas. Outra diferenga importante refere-se ao seu movi-<br />
mento, que para Epicuro e de que<strong>da</strong> do alto para baixo.<br />
Epicuro, contudo, foi forgado a introduzir um desvio (ou<br />
clindmen<br />
declina@o, clindmen) <strong>da</strong> linha de que<strong>da</strong> dos atomos - por- ou<br />
que, de 0utr0 modo, eles jamais ter-se-iam encontrado, caindo "dec/jnaCdo<br />
em linha reta -, <strong>da</strong> qua1 em ultima analise depende seu impac- do, dtomos"<br />
to e a formaglo do mundo e de to<strong>da</strong>s as coisas. -134<br />
Do que, porem, deriva este desvio <strong>da</strong> vertical? Epicuro sustenta<br />
que nlo ha nenhuma causa e que vem do na<strong>da</strong>.<br />
0 mundo que deriva do encontro dos atomos e infinito (0s &tornos, com<br />
efeito, do infinitos de numero), tanto no espago como no tempo (se regenera<br />
infinitas vezes).<br />
Tambem a alma (distinta em racional e irrational) e um o mundo,<br />
agregado de atomos; trata-set porem, de atomos diferentes dos a alma<br />
outros.<br />
e os deuses<br />
E ain<strong>da</strong> atornos de carhter especial slo os que constituem -'§ 5-6<br />
os deuses, de cuja existencia Epicuro se mostra absolutamente<br />
certo. 0 s deuses de Epicuro tem numerosas caracteristicas em comum com os deu-<br />
ses <strong>da</strong> religiao tradicional, exceto por um detalhe: nlo se ocupam de mod0 ne-<br />
nhum do mundo e dos homens, e vivem urna vi<strong>da</strong> absolutamente feliz e beata.<br />
Cscopo e vaizes<br />
<strong>da</strong> fisica epic~vista<br />
Por que i necessirio elaborar urna fisi-<br />
ca ou ciEncia <strong>da</strong> natureza, <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em<br />
seu conjunto? Epicuro responde: a fisica<br />
deve ser feita para <strong>da</strong>r fun<strong>da</strong>mento i Ctica.<br />
A "fisica" de Epicuro C urna ontologia,<br />
urna visiio geral <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de em sua totali-<br />
<strong>da</strong>de e em seus principios ultimos. Epicuro,<br />
na ver<strong>da</strong>de, nio sabe criar nova ontologia:<br />
para expressar a propria visiio materialista<br />
<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de de mod0 positivo (ou seja, nio<br />
negando simplesmente a tese plathico-aris-<br />
totilica), remete a conceitos e figuras teori-<br />
ticas ja elabora<strong>da</strong>s no gmbito <strong>da</strong> filosofia<br />
pri-socritica.<br />
Entre to<strong>da</strong>s as perspectivas pri-socra-<br />
ticas, era quase inevitivel que Epicuro es-<br />
colhesse a dos Atomistas, exatamente por-<br />
que essa, depois <strong>da</strong> "segun<strong>da</strong> navegagiio"<br />
platbnica, revelava-se a mais materialista de<br />
to<strong>da</strong>s. Mas o Atomismo, como vimos, C urna