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Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

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2 OA N O S<br />

estu<strong>do</strong> de um instrumento deve permitir a compreensão <strong>do</strong> fazer e não apenas <strong>do</strong> quê fazer<br />

(muitas vezes sem a orientação <strong>do</strong> como fazer). Neste senti<strong>do</strong> o aprendiza<strong>do</strong> instrumental<br />

muitas vezes é fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong> na observação e repetição, sem reflexão. Sobre isto nos fala<br />

Costa:<br />

O ensino instrumental, portanto, ultrapassa o treino repetitivo e as instruções<br />

detalha<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> que os alunos deveriam ser encoraja<strong>do</strong>s a tocar<br />

expressivamente e não apenas com destreza desde suas primeiras lições<br />

(COSTA, 2008, p. 92).<br />

Um instrumentista com certa experiência, permite-se encontrar senti<strong>do</strong> em sua<br />

performance, mas o caminho muitas vezes percorri<strong>do</strong> por este instrumentista foi basea<strong>do</strong> no<br />

acerto e erro e não no entendimento inicial <strong>do</strong>s mecanismos de escolha <strong>da</strong> técnica, ou mesmo<br />

<strong>do</strong> entendimento <strong>da</strong>s suas capaci<strong>da</strong>des ao longo de seu aprendiza<strong>do</strong>. Esta reali<strong>da</strong>de parece<br />

estar fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> no que nos coloca Borém:<br />

De fato, parece que ain<strong>da</strong> ignoramos esse que é um <strong>do</strong>s problemas mais<br />

graves no ensino e pesquisa na área de performance musical, o qual se traduz<br />

na tradição, her<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>do</strong>s conservatórios, <strong>do</strong>s professores de não<br />

<strong>do</strong>cumentarem suas reflexões sobre a experiência de fazer e ensinar música.<br />

No mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> performance musical, grandes instrumentistas e cantores<br />

permanecem como uma memória inacessível às gerações posteriores que não<br />

tiveram a oportuni<strong>da</strong>de de ouvi-los enquanto eram ativos como intérpretes e<br />

professores (BORÉM, 2006, p. 46).<br />

Ora, se por um la<strong>do</strong> não existem relatos sóli<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des <strong>do</strong> fazer musical,<br />

por outro os méto<strong>do</strong>s muitas vezes não permitem uma compreensão <strong>do</strong>s aspectos envolvi<strong>do</strong>s<br />

no aprendiza<strong>do</strong> de certos conceitos e práticas como continua o autor:<br />

Ain<strong>da</strong> hoje, os méto<strong>do</strong>s de aprendizagem <strong>do</strong>s diversos instrumentos musicais<br />

mais divulga<strong>do</strong>s não explicitam a lógica por trás de ca<strong>da</strong> estu<strong>do</strong><br />

técnicomusical e como este levará ao passo seguinte. Assim, ain<strong>da</strong><br />

pre<strong>do</strong>mina a prática instrumental repetitiva, exaustiva, aleatória e não<br />

consciente, onde os erros muitas vezes não são antecipa<strong>do</strong>s ou controla<strong>do</strong>s<br />

(BORÉM, 2006, p. 51).<br />

Isto cria um círculo no âmbito <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> instrumento, uma vez que o aluno,<br />

de posse de um méto<strong>do</strong>, não compreende os elementos necessários para um bom aprendiza<strong>do</strong><br />

e, sen<strong>do</strong> assim, recorre a um professor. Porém, este possui sua prática fun<strong>da</strong><strong>da</strong> na tradição em<br />

que estu<strong>do</strong>u, muitas vezes repetin<strong>do</strong> conceitos aprendi<strong>do</strong>s de seu professor, que por sua vez<br />

também já repetiu conceitos aprendi<strong>do</strong>s, crian<strong>do</strong> um círculo auto-sustentável. Borém,<br />

recomen<strong>da</strong> uma prática que poderia ampliar as possibili<strong>da</strong>des <strong>do</strong> ensino <strong>do</strong> instrumento<br />

X <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>da</strong> <strong>ABEM</strong><br />

I <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>do</strong>s Professores de Música <strong>do</strong>s IF's<br />

I Fórum Pernambucano de Educação Musical<br />

Recife - 02 a 04 de junho de <strong>2011</strong><br />

abem<br />

Associação Brasileira<br />

de Educação Musical<br />

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