03.09.2014 Views

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2 OA N O S<br />

Mapean<strong>do</strong> as produções acadêmicas impulsiona<strong>da</strong>s por esses movimentos,<br />

observei lacunas importantes, reconheci<strong>da</strong>s pelos próprios autores, em relação<br />

ao universo masculino. A grande maioria <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s sobre gênero foi<br />

produzi<strong>da</strong> por mulheres, sobre mulheres e para mulheres... O diálogo entre estes<br />

<strong>do</strong>is conjuntos de produções ain<strong>da</strong> é incipiente (DANTAS, 1997, p.5).<br />

Para Sandra Unbehaum, socióloga <strong>da</strong> USP, Universi<strong>da</strong>de de São Paulo, descreven<strong>do</strong><br />

sobre o gênero, cita:<br />

Gênero é uma linguagem, uma forma de comunicação, uma forma de ordenar o<br />

mun<strong>do</strong>, que orienta a conduta <strong>da</strong>s pessoas na maneira como elas vão se<br />

relacionar com as outras... é mais <strong>do</strong> que uma maneira como as pessoas se<br />

relacionam, é também um jeito de olhar e compreender a reali<strong>da</strong>de... O gênero<br />

nos aju<strong>da</strong> a compreender que essa maneira de organizar a socie<strong>da</strong>de – dividi<strong>da</strong><br />

em <strong>do</strong>is jeitos de ser: homem e mulher, masculinos e femininos...<br />

(UNBEHAUM, 2005, p.15).<br />

Ou ain<strong>da</strong>;<br />

O conceito de gênero, apesar de sua imprecisão teórica, diz respeito à<br />

construção cultural e simbólica <strong>da</strong>s relações entre homens e mulheres. No<br />

Ocidente, desde os gregos e passan<strong>do</strong> pelos iluministas, o valor máximo é a<br />

razão clara, objetiva, considera<strong>da</strong> atributo masculino, em confronto com a<br />

subjetivi<strong>da</strong>de obscura, identifica<strong>da</strong> ao feminino (CEMIN, 2001).<br />

Para muitos sociólogos que li<strong>da</strong>m sobre a categoria de gênero, o sistema patriarcal,<br />

associa<strong>do</strong> os caminhos estruturais históricos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, tanto <strong>do</strong> ponto de vista social<br />

propriamente dito, como econômico ratifica a hegemonia <strong>do</strong> masculino. Aludin<strong>do</strong> a Freitas<br />

(2008), Carvalho (2008), Nienow e Cemin (2008) fazem referência aos estu<strong>do</strong>s de Bourdieu<br />

(1989), na obra Questões de sociologia, onde tais características finalizam como<br />

consequências dentro de instituições sociais seja escola, instituições religiosas, associações de<br />

classe, uma <strong>do</strong>minação ou como próprio Bourdieu denomina violência simbólica. Assim,<br />

descaracteriza as naturezas biológicas, numa elaboração de contextos sócio-cultural <strong>do</strong>s<br />

papéis. Bourdieu retrata esta visão simbólica, decisivo para o termo divisão social <strong>do</strong><br />

trabalho, determinan<strong>do</strong> tais papéis através <strong>da</strong>s ações, <strong>da</strong> linguagem, <strong>do</strong>s símbolos,<br />

peremptório para impor funções masculinas e femininas na socie<strong>da</strong>de.<br />

Abrin<strong>do</strong>-se um parêntese na história de educação brasileira, relacionan<strong>do</strong> as<br />

discussões de gênero no magistério, exemplos <strong>do</strong> exercício catedrático em faixa etária infantil<br />

a partir <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de de quatro anos na pe<strong>da</strong>gogia escolar tradicional, sempre foram pauta<strong>do</strong>s ao<br />

trabalho <strong>do</strong>cente feminino, principalmente no pós-guerra (1945) com a necessi<strong>da</strong>de feminina<br />

<strong>do</strong> trabalho. No entanto, déca<strong>da</strong>s seguintes, tal panorama foi se modifican<strong>do</strong>, nas relações<br />

trabalhistas <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> gênero, em faixa mais adianta<strong>da</strong> de discentes até a fase juvenil aos<br />

X <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>da</strong> <strong>ABEM</strong><br />

I <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>do</strong>s Professores de Música <strong>do</strong>s IF's<br />

I Fórum Pernambucano de Educação Musical<br />

Recife - 02 a 04 de junho de <strong>2011</strong><br />

abem<br />

Associação Brasileira<br />

de Educação Musical<br />

456

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!