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Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

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2 OA N O S<br />

Na estética <strong>da</strong> formativi<strong>da</strong>de entende-se as obras como sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s de uma<br />

legali<strong>da</strong>de interna, ao mesmo tempo em que têm uma beleza artística dinâmica.<br />

Outro autor que interessa neste texto é Heidegger, que trata <strong>da</strong> questão <strong>da</strong> obra de<br />

arte como sen<strong>do</strong> esta <strong>do</strong>ta<strong>da</strong> de uma espécie de vi<strong>da</strong> própria. Sua postura, perante os<br />

significa<strong>do</strong>s possíveis <strong>da</strong> obra de arte, entretanto, é diferente de tu<strong>do</strong> o que já havia si<strong>do</strong><br />

escrito a respeito até então, pois o Heidegger defende uma ver<strong>da</strong>deira emancipação <strong>da</strong> obra de<br />

arte <strong>do</strong> horizonte <strong>da</strong> estética.<br />

Figueire<strong>do</strong>, em seu livro “Escutar, Recor<strong>da</strong>r, Dizer – <strong>Encontro</strong>s Heideggerianos”, em<br />

que trata de interpretar o pensamento <strong>do</strong> filósofo alemão, explica que o autor defendia a<br />

redução <strong>da</strong> obra à condição de elemento expressivo e estimula<strong>do</strong>r de vivências sensíveis e<br />

afetivas – e esta seria a emancipação <strong>da</strong> arte (FIGUEIREDO, 1994, p. 79). O sujeito deve<br />

tornar a obra livre de qualquer uso interessa<strong>do</strong>, deixar que ela se mostre puramente como é, e<br />

permitir o confronto com a obra. Quan<strong>do</strong> a arte é emancipa<strong>da</strong> <strong>da</strong> estética, passa a haver maior<br />

valorização <strong>do</strong>s sentimentos e pensamentos <strong>do</strong> “aprecia<strong>do</strong>r” com relação à obra; logo, to<strong>da</strong>s<br />

as múltiplas impressões sobre aquela determina<strong>da</strong> obra são váli<strong>da</strong>s, até aquelas que são<br />

contrárias ao próprio princípio delas, ou ao conceito de belo (supostamente algo imutável). O<br />

belo torna-se algo móvel, variável.<br />

Caznok explica o pensamento de Heidegger segun<strong>do</strong> o qual “a obra de arte tem uma<br />

função hermenêutica, que é a revelação”. Esta acontece nos momentos de ruptura, quan<strong>do</strong><br />

alguma coisa, inespera<strong>da</strong>mente, “rasga ser invólucro e se nos apresenta não mais como<br />

coisa/objeto, mas como um mun<strong>do</strong>, como uma totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> qual nós também fazemos parte<br />

[...]” (CAZNOK, 1993?, p. 4).<br />

4. Influência e Eficácia de Pressupostos Estéticos para o Fazer Analítico-<br />

Musical<br />

Analisar uma obra musical é uma ação que envolve escolhas estéticas anteriores à<br />

própria análise e que, muitas vezes, não são percebi<strong>da</strong>s pelo sujeito. Quan<strong>do</strong> se ouve, por<br />

exemplo, o Minueto em Sol Maior de J. S. Bach tentan<strong>do</strong> compreender o que fez o<br />

compositor levar o ouvinte a uma nova ocorrência sonora na segun<strong>da</strong> parte, o foco prioriza as<br />

intenções <strong>do</strong> compositor. Pode-se ouvir esta mesma peça, em busca de reconstruí-la e<br />

compreendê-la. Há quem possa apreciar tal obra de maneira subjetiva, mas sem perder o<br />

caráter filosófico que a estética exige. Outra audição possível seria aquela em que<br />

X <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>da</strong> <strong>ABEM</strong><br />

I <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>do</strong>s Professores de Música <strong>do</strong>s IF's<br />

I Fórum Pernambucano de Educação Musical<br />

Recife - 02 a 04 de junho de <strong>2011</strong><br />

abem<br />

Associação Brasileira<br />

de Educação Musical<br />

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