03.09.2014 Views

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

Anais do X Encontro Regional Nordeste da ABEM - 2011

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2 OA N O S<br />

dezessete anos 2 , onde a figura <strong>do</strong> professor (masculino) passou a ser mais evidencia<strong>da</strong>.<br />

Para Auad (2006, p.19) as relações de gênero devem ser observa<strong>da</strong>s como um campo<br />

socialmente construí<strong>do</strong> onde se percebe as diferenças de como se deve analisá-lo verifican<strong>do</strong><br />

os equívocos históricos considera<strong>do</strong>s naturais e que características considera<strong>da</strong>s<br />

“naturalmente femininas ou masculinas correspondem as relações de poder”.<br />

Segun<strong>do</strong> Rabelo e Martins (2006), citan<strong>do</strong> Almei<strong>da</strong> (1996), esta forma social antiga<br />

sobre a formação e a profissão <strong>do</strong> magistério feminino no inicio <strong>do</strong> século XX no Brasil,<br />

destinava-se a forma que o lar e o bem-estar <strong>do</strong> mari<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s filhos fossem beneficia<strong>do</strong>s por<br />

essa instrução. Assim, conclui o autor, que as mulheres poderiam e deveriam ser educa<strong>da</strong>s e<br />

instruí<strong>da</strong>s. Ain<strong>da</strong> cita que:<br />

O magistério era o caminho possível para a maioria <strong>da</strong>s mulheres brasileiras,<br />

principalmente para aquelas <strong>da</strong>s cama<strong>da</strong>s médias <strong>da</strong> população, pois, até os anos de<br />

1930, era o único trabalho considera<strong>do</strong> digno para elas, e que podia ser atrela<strong>do</strong> às<br />

tarefas <strong>do</strong>mésticas. A sua instrução deveria ser “aproveita<strong>da</strong>” pelo mari<strong>do</strong> e pelos<br />

filhos, portanto, teria que estar atrela<strong>da</strong> às ativi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> lar. (RABELO; MARTINS,<br />

2006, p.15)<br />

Neste ponto é relevante citar que no Brasil até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, pela<br />

constituição paternalista brasileira, o magistério era de responsabili<strong>da</strong>de masculina.<br />

A pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong> profissão <strong>do</strong>cente é outra temática que também na literatura<br />

sobre a educação não difere sobre a abor<strong>da</strong>gem de gênero. No entanto, para Viana (2002,<br />

p.83) controverti<strong>da</strong>mente nos dias atuais, isto verifica de forma inversa e o homem é<br />

coadjuvante em números na profissão professor. Viana cita que:<br />

De acor<strong>do</strong> com o primeiro Censo <strong>do</strong> Professor, 14,1% <strong>da</strong> categoria é constituí<strong>da</strong> de<br />

homens e 85,7% de mulheres. Levantamento realiza<strong>do</strong> pela Confederação Nacional<br />

<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res em Educação (CNTE)2 com 52 mil professores brasileiros mostra<br />

que 97,4% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes de 1ª a 4ª série <strong>do</strong> Ensino Fun<strong>da</strong>mental são mulheres. Elas<br />

ocupam 80,6% <strong>da</strong>s 5ª até as 8ª séries esse ensino e 60,8% <strong>do</strong> Ensino Médio. A<br />

pesquisa <strong>da</strong> CNTE aponta ain<strong>da</strong> que entre diretores, coordena<strong>do</strong>res e supervisores<br />

liga<strong>do</strong>s à Educação Básica 90,1% são mulheres (VIANA, 2002, p.83).<br />

Mas em se tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong> tema Ban<strong>da</strong> de Música esta afirmativa no que diz respeito a<br />

esta confrontação, não se alterou <strong>do</strong> século XIX até os dias atuais em sua grande maioria.<br />

Sen<strong>do</strong> assim as ban<strong>da</strong>s tem um universo consideravelmente <strong>do</strong>mínio masculino na práxis<br />

pe<strong>da</strong>gógica, ratifican<strong>do</strong> assim a tradição <strong>do</strong> ensino musical em filarmônicas, que sempre<br />

tiveram desde os primórdios de formação a figura <strong>do</strong> homem. Como aden<strong>do</strong>, exemplifican<strong>do</strong><br />

na estatística <strong>do</strong>s egressos <strong>do</strong>s cursos de formação <strong>do</strong>cente em Música no Brasil, verifica-se<br />

2 Pela LDB, Lei de Diretrizes e Base <strong>da</strong> Educação, no Brasil, promulga<strong>da</strong> em 1996 tal faixa etária compreende a<br />

Educação Infantil (Básica) e a Infanto Juvenil (Fun<strong>da</strong>mental).<br />

X <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>da</strong> <strong>ABEM</strong><br />

I <strong>Encontro</strong> <strong>Regional</strong> <strong>Nordeste</strong> <strong>do</strong>s Professores de Música <strong>do</strong>s IF's<br />

I Fórum Pernambucano de Educação Musical<br />

Recife - 02 a 04 de junho de <strong>2011</strong><br />

abem<br />

Associação Brasileira<br />

de Educação Musical<br />

457

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!