01.10.2013 Views

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

boletim do conselho de contribuintes do estado de minas gerais

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Menciona<strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos (fls. 55/1650), contrariamente ao alega<strong>do</strong><br />

pela Impugnante, não são meras anotações, pois trazem informações completas e<br />

<strong>de</strong>talhadas sobre as vendas realizadas e os valores recebi<strong>do</strong>s.<br />

De certo que anotações não configuram fator gera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ICMS,<br />

a não ser que elas indiquem com precisão e certeza a ocorrência <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>rias, como no presente caso.<br />

As alegações impugnatórias <strong>de</strong> que o Fisco agiu basea<strong>do</strong> em presunção<br />

não está correta. Na verda<strong>de</strong>, a presunção é aplicável em direito tributário, sem<br />

ferir qualquer <strong>de</strong> seus princípios, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os indícios sejam graves, precisos e<br />

concordantes, ou seja, as relações <strong>do</strong> fato conheci<strong>do</strong> com o fato <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong><br />

sejam tais que a existência <strong>de</strong> um estabelece, por uma forte indução, a existência<br />

<strong>do</strong> outro.<br />

Porém, não é este o caso <strong>do</strong>s autos. Aqui, há provas suficientes a<br />

<strong>de</strong>monstrar a ocorrência <strong>do</strong> fato gera<strong>do</strong>r. Não se tratam <strong>de</strong> indícios, mas <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>cumentos produzi<strong>do</strong>s pelo Contribuinte que contém elementos que comprovam<br />

a ocorrência <strong>de</strong> saídas <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias, tais como nome <strong>do</strong> cliente, valor unitário e<br />

total, <strong>de</strong>scrição das merca<strong>do</strong>rias, forma <strong>de</strong> pagamento, <strong>de</strong>sconto concedi<strong>do</strong>, etc.).<br />

São indubitavelmente <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> controle interno das vendas realizadas.<br />

Como se vê, não há que se falar em “cobrança <strong>de</strong> imposto sem a prova<br />

<strong>do</strong> fato gera<strong>do</strong>r”. A autuação encontra-se amparada em prova <strong>do</strong>cumental e não<br />

em mera presunção, estan<strong>do</strong> plenamente caracterizada a acusação <strong>de</strong> saídas <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>rias <strong>de</strong>sacobertadas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento fiscal, não se aplican<strong>do</strong>, absolutamente,<br />

o art. 112, II, <strong>do</strong> CTN.<br />

Quanto ao argumento <strong>de</strong> que o Fisco não confrontou os <strong>do</strong>cumentos<br />

apreendi<strong>do</strong>s com a escrita fiscal e contábil da empresa, verifica-se que, ao contrário <strong>do</strong><br />

alega<strong>do</strong> pela Impugnante, a autuação fiscal foi precedida <strong>de</strong> criterioso levantamento,<br />

on<strong>de</strong> se analisaram todas as notas fiscais emitidas no perío<strong>do</strong> fiscaliza<strong>do</strong>. Prova<br />

disso é que a Impugnante não apontou sequer um <strong>do</strong>cumento fiscal que fosse<br />

relativo às saídas relacionadas nas planilhas elaboradas pelo Fisco.<br />

E mais, a Autuada afirmou que outras filiais po<strong>de</strong>riam ter emiti<strong>do</strong> notas<br />

fiscais relacionadas a tais operações, mas também não comprovou tal suposição.<br />

Assim sen<strong>do</strong>, tem aplicação, ao caso, o disposto no art. 110 da CLTA/<br />

MG:<br />

“Art. 110 – Quan<strong>do</strong> nos autos estiver comprova<strong>do</strong><br />

procedimento <strong>do</strong> contribuinte que induza à conclusão<br />

<strong>de</strong> que houve saída <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>ria ou prestação<br />

<strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>sacobertada <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumento fiscal, e o<br />

contrário não resultar <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> provas, será<br />

esta irregularida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada como provada.”<br />

(grifo nosso)<br />

Relativamente aos <strong>de</strong>scontos constantes <strong>do</strong>s “Orçamentos”, relata o<br />

Fisco que sua <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>corre <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> estarem relaciona<strong>do</strong>s a troca <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong>rias, créditos a clientes, abatimentos a funcionários, etc.<br />

Contu<strong>do</strong>, existem situações nas quais os <strong>de</strong>scontos foram concedi<strong>do</strong>s<br />

153

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!