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Relatório final da CPI da Covid

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Corrupção ativa

As análises das conversas disponibilizadas por Luiz Paulo

Dominghetti também revelaram indícios robustos da prática do crime de

corrupção ativa.

O acervo probatório aponta que, se de um lado havia Roberto Dias

solicitando vantagem indevida para a viabilização do contrato de 400 milhões de

doses da vacina Astrazeneca, a serem entregues por meio da empresa Davati, de

outro atuavam em concurso eventual de agentes, Luiz Paulo Dominguetti Pereira,

Rafael Francisco Carmo Alves, José Odilon Torres da Silveira Júnior e Marcelo

Blanco.

As conversas de Whatsapp entregues por Dominghetti confirmaram

os contatos do grupo. A negociação era feita por meio de elos de comunicação.

Rafael falava com Dominghetti, que se comunicava com Odilon, este com

Marcelo Blanco, que, por fim, conversava com Roberto Dias. Os diálogos de

Dominghetti com Rafael e Odilon constam dos documentos entregues à CPI. Já

o teor dos contatos feitos com Blanco e Dias era repassado aos demais por meio

de Odilon. As conversas de Whatsapp também confirmaram que havia pedido de

propina por parte de Dias e uma tentativa de negociação de valores pelos demais

envolvidos na negociação.

Embora as trocas de mensagens revelem que os vendedores não se

sentiam à vontade com os pedidos de propina (eles chegaram a comentar entre si

que haveria pessoas tentando ganhar dinheiro ilegal em cima de vacina),

confirmam que eles faziam ofertas de percentuais de propina a Dias. Com efeito,

em uma mensagem de audio de Rafael para Dominghetti, no dia 5 de fevereiro,

após receberem uma proposta de pagamento de propina de 30 centavos de dólares

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