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Relatório final da CPI da Covid

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Caberia à gestão de Eduardo Pazuello normatizar, coordenar e

articular com os outros entes a aplicação e processamento dos testes, para que a

política de triagem tivesse sucesso. Entretanto, mais uma vez o Ministério da

Saúde se omitiu e seguiu uma conduta burocrática, limitando-se a enviar aos

estados e municípios os testes comprados, a maioria ainda referente ao processo

aquisitivo iniciado por Luiz Henrique Mandetta. Secretários de Saúde mais uma

vez ficaram desamparados, com os laboratórios de saúde pública de seus

territórios sobrecarregados.

Ainda assim, o ritmo lento de entrega desses insumos fez com que

ficassem represados nos centros de armazenamento do Ministério da Saúde,

levando-os ao limite de sua utilidade, razão pela qual a Anvisa chegou a aprovar

a extensão de prazo de validade dos testes, e os fabricantes fizeram acordos em

que ofereceram sua reposição. À época, o Ministério da Saúde defendia-se dos

claros sinais de negligência afirmando que os testes não eram enviados porque

não haviam sido solicitados pelos estados e municípios, arvorando-se em uma

posição de comodidade incompatível com o cenário catastrófico vivido na

pandemia.

A estruturação de uma política de testagem – que ainda hoje é muito

incipiente – só foi objeto de devida atenção quando da atuação da Dra. Luana

Araújo, que recebeu essa responsabilidade do já Ministro Marcelo Queiroga, mas

foi dispensada em 22 de maio, antes mesmo de colocar o planejamento em

execução. Isso significa que, até meados de maio de 2021, o País não contava

com uma estratégia bem delineada para a realização de testes de detecção e

triagem da covid-19.

Outros países realizaram muito mais testes, em relação ao tamanho

de sua população. O Brasil, somando os testes adquiridos por estados e

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