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Relatório final da CPI da Covid

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são consideradas insatisfatórias, é imprudente relaxar as medidas de proteção,

pois isso deixa os indígenas mais vulneráveis à doença.

No documento nº 2.770, a Comissão Especial de Defesa dos Direitos

dos Povos Indígenas da OAB faz a seguinte avaliação sobre a gravidade da

política indigenista, sobretudo no curso da pandemia:

“Os atos normativos infralegais, que a Funai tem adotado, somado à

perseguição de funcionários, evidenciando prática de assédio moral, com

redução e precarização da estrutura administrativa disponível, além da

omissão, seja na demarcação e proteção das terras indígenas e demais bens

indígenas, seja na omissão no atendimento à saúde indígena, cujas

providências, mesmo que de forma precária, decorreram, como ainda

decorrem de expressas determinações judiciais, nos autos da ADPF 709, em

tramitação no STF, conformam inédito e surpreendente determinação e

propósito do Chefe do Poder Executivo da União, Senhor Jair Messias

Bolsonaro, em efetivamente sujeitar, ou submeter os Povos e Comunidades

Indígenas no Brasil a precárias condições de vida, favorecendo invasões de

madeireiros e garimpeiros, bem como proporcionando contaminação do

coronavírus, que expõem os Povos e as Comunidades indígenas a

circunstâncias comprometedoras de suas integridades físicas, morais,

culturais e étnicas.”

Enquanto esses fatos ocorriam, não houve resposta adequada por

parte do Estado brasileiro para prevenir riscos ou reprimir atos consumados. Em

que pesem as decisões proferidas na ADPF nº 709, o governo tem procrastinado

o cumprimento de seus deveres. Ressalvada a atuação desta CPI, não há

perspectiva de que os atos de perseguição e de omissão no dever de proteger os

indígenas venham a ser objeto de apuração rigorosa e eventual punição.

Existe uma notícia crime apresentada em 21 de julho de 2020 ao

Supremo Tribunal Federal contra o Presidente da República, que remete à recusa

em fornecer água. Mas, neste procedimento, a Procuradoria-Geral da República

descartou, sumariamente e de antemão, a mera possibilidade de que crimes contra

os indígenas tenham ocorrido, sob o argumento de que o fornecimento de água

traria despesas imprevistas, omitindo que o Ministério da Cidadania, sob Onyx

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