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Relatório final da CPI da Covid

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A tese chegou a ser defendida de modo velado pela Secretaria de

Comunicação (SECOM), que elaborou o vídeo intitulado “O Brasil não pode

parar”, em momento em que a OMS e o próprio Ministério da Saúde

recomendavam a adoção de medidas de distanciamento social, vídeo esse teve

sua distribuição proibida pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. Sobre esse

material publicitário, o ex-secretário Fábio Wajngarten afirmou que foi uma

campanha que estava em fase de teste, disparada acidentalmente pelo ministro

Luiz Eduardo Ramos, e que não teve autorização de veiculação, mas que as peças

foram concebidas e estavam em fase de avaliação.

Demais disso, no filme de campanha publicitária relativa ao novo

coronavírus, disponibilizado na página oficial do Ministério da Saúde

(https://www.gov.br/saude/pt-br/media/videos/mp4/2021/janeiro/21/vacinacaocovid-19-filme-manifesto-30-segundos.mp4),

intitulado “Filme Manifesto 30” –

Vacinação Covid-19”, afirma-se o seguinte: “O Brasil é gigante e o desafio de

vacinar os brasileiros também. Mais que saúde, é uma questão humana e

econômica, pois muita gente depende disso [...]” [grifamos]. Chama a atenção o

fato de estarmos falando de vídeo feito em período em que as vacinas já estavam

sendo distribuídas e quando centenas de milhares de brasileiros tinham perdido

suas vidas para a covid-19.

A princípio, a imunidade de rebanho adquirida pelo contato com o

vírus foi defendida abertamente por pessoas ligadas ao Presidente da República,

tal como pelo Deputado Osmar Terra, como já visto. Entretanto, com a evolução

e o agravamento da pandemia, o assunto passou a ser tratado com menos

profusão, o que, como já dito, não impediu o Presidente Jair Bolsonaro de

defender essa tese, ora de forma velada, ora de maneira explícita. Esse

comportamento restará claramente evidenciado neste Relatório, quando da

análise do desestímulo governamental ao uso de medidas não farmacológicas.

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