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Relatório final da CPI da Covid

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assim: "Ah, não foi comprovado". Não. A ineficácia está comprovada, gente.

Não é mais uma discussão.

Então, eu considero que a classe médica foi muito exposta; e exposta de uma

maneira não positiva nesse momento. E foi, grande parte dela, colocada em

oposição à população, porque muita gente, no desespero da doença...

A discussão em torno das responsabilidades do CFM se deu em razão

de o Conselho ter exarado o Parecer nº 4/2020, assinado pelo conselheiro relator,

no caso seu próprio Presidente, que teve papel fundamental, mais tarde, na

fundamentação das Notas Informativas do Ministério da Saúde, que orientaram o

uso do tratamento precoce.

É verdade que o Parecer advertia para o fato de que

até o momento, não existem evidências robustas de alta qualidade que

possibilitem a indicação de uma terapia farmacológica específica para a

covid-19. Desde o final de 2019 existem dezenas de medicamentos em testes,

e muitos dos resultados desses estudos estão sendo divulgados diariamente.

Muitos desses medicamentos têm sido promissores em testes em laboratório

e através de observação clínica, mas nenhum ainda foi aprovado em

ensaios clínicos com desenho cientificamente adequado, não podendo,

portanto, serem recomendados com segurança. É importante ressaltar que, na

história recente da pesquisa do tratamento de várias doenças infecciosas,

como por exemplo a recente epidemia de infecção pelo vírus Ebola, muitos

medicamentos que demonstraram efeito em estudos em laboratório não

foram eficazes ou acabaram sendo prejudiciais quando passaram para

utilização clínica.

E acrescentou:

Dois medicamentos que têm sido muito utilizados para o tratamento da

covid-19 são a cloroquina e a hidroxicloroquina, isoladamente ou associados

a antibióticos.

Apesar de haver justificativas para a utilização desses medicamentos, como

suas ações comprovadamente anti-inflamatórias e contra outros agentes

infecciosos, seu baixo custo e o perfil de efeitos colaterais ser bem conhecido,

não existem até o momento estudos clínicos de boa qualidade que

comprovem sua eficácia em pacientes com covid-19. Esta situação pode

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