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Relatório final da CPI da Covid

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orientação técnica, desprezando qualquer alerta que se contrapusesse a suas ideias

sem fundamento científico, ou simplesmente demitindo os técnicos responsáveis

por esses alertas.

A veiculação de notícias falsas, as conhecidas fake news,

contribuíram para que o objetivo negacionista fosse alcançado. Nesse ponto, a

CPI apurou que não apenas houve omissão dos órgãos oficiais de comunicação,

no combate aos boatos e à desinformação, como também existiu forte atuação da

cúpula do governo, em especial do Presidente da República, no fomento à

disseminação de fake news.

Com efeito, verificou-se a existência de um grande volume de

notícias que desinformaram a população brasileira no processo de enfrentamento

da covid-19. Foram identificadas campanhas feitas nas redes sociais com

conteúdo claramente contrário a evidências técnicas e científicas, o que gerou

enorme confusão na população, contribuindo para agravar os riscos relacionados

à saúde e a contaminação pelo coronavírus, bem como aumentar a ocupação dos

leitos hospitalares.

As notícias falsas relacionadas ao novo coronavírus envolveram

diversos tópicos, como a origem do vírus, com ataques xenófobos à China; a

oposição infundada ao isolamento social; a divulgação de que o STF teria

proibido o governo federal de atuar no combate à pandemia; o incentivo ao

“tratamento precoce”; a desinformação sobre o número de mortes pela covid-19;

a contestação sobre a eficácia do uso de máscaras; e, por fim, a propaganda

antivacina.

As consequências dessas ações foram trágicas. A propagação das

notícias falsas gerou um clima de desconfiança na população, incentivou as

pessoas a agirem com leviana normalidade, fato que gerou uma exposição

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