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Relatório final da CPI da Covid

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Afirmou, por fim, que o governo brasileiro se manteve na posição de

produzir imunidade de rebanho na população, às custas de vidas humanas, ao

invés de adotar as medidas reconhecidas pela ciência para enfrentar a crise.

Uma comunicação diplomática de 21 de outubro de 2020 relata

conversa entre o embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima e o professor Nicolai

Petrovsky, diretor de pesquisas da empresa Vaxine. Na ocasião, o Brasil

solicitava mais informações sobre a vacina. O professor informa que, ao contrário

da gripe espanhola, a imunidade contra a covid-19 tem-se mostrado temporária,

o que torna inviável a estratégia de imunidade de rebanho. O embaixador pede

para transmitir as informações ao Ministério da Saúde.

O MRE parecia buscar por mais informações sobre a imunidade de

rebanho no exterior. A fala do professor Petrovsky contrasta flagrantemente com

a fala da Secretária Mayra Pinheiro na CPI.

Diante do que restou apurado, portanto, nota-se que o governo

federal estava alinhando com a ideia da imunidade de rebanho por contaminação

natural, não só em época que não se sabia sobre agressividade do vírus, como

depois que se verificou que estávamos diante de uma doença para a qual não havia

vacina ou tratamento, ou seja, com alto poder de letalidade. Da mesma forma,

verificou-se que a estratégia adotada foi temerária e ignorou o fato de nenhuma

pandemia ter sido, até hoje, controlada por meio da imunidade de rebanho pela

infecção.

6.3 Tratamento precoce

Em primeiro lugar, oportuno traçar algumas rápidas considerações a

respeito do conceito de tratamento precoce e sua origem.

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