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Relatório final da CPI da Covid

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Durante o depoimento do senhor Pedro Benedito à CPI, o Senador

Rogério Carvalho trouxe-nos a seguinte informação:

O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da

Resistência Democrática/PT - SE) – Senador Randolfe, ele [Pedro

Benedito] está falando de autonomia dos médicos. Nós temos informação

aqui de que 425 médicos entraram com processos trabalhistas por conta

de interferência na autonomia desses profissionais.

Por fim, é importante observar o que afirmou a advogada Bruna

Morato em seu depoimento à CPI. Segundo ela, médicos a procuraram para que

fosse mediado um acordo com a Prevent Senior. Os seus clientes desejavam que

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A SRA. BRUNA MENDES DOS SANTOS MORATO – A

primeira atitude requerida é que a empresa assumisse publicamente que o

estudo não foi conclusivo, ou seja, não existiu em nenhum momento, no

estudo, a comprovação da eficácia do tratamento que eles chamaram de

preventivo – depois se transformou em tratamento precoce.

O segundo pedido que eu tinha para levar ao jurídico da

Prevent Senior era que eles assumissem o protocolo institucional, porque os

médicos não tinham autonomia. Na verdade, é importante esclarecer que,

quando nós trouxemos aqui mensagens de 2014, 2015, 2016 e 2017 sobre o

lema da empresa de lealdade e obediência, o que eu queria esclarecer e expor

a todos vocês é que essa sempre foi a ideologia da empresa; e onde existe

uma ideologia de lealdade e obediência, não existe autonomia. Então, os

médicos eram, sim, orientados à prescrição do kit. E esse kit vinha num

pacote fechado e lacrado, não existia autonomia com relação até à retirada de

itens desse kit. Inclusive, é muito importante observar também que, quando

o médico queria tirar algum kit, ainda que ele riscasse na receita, o paciente

o recebia completo. Então, ele tinha a informação de que ele tinha de tomar

aqueles medicamentos, e o médico tinha que riscar, porque a receita também

já estava pronta – inclusive, ela vinha com um manual de instruções. Eu

desconheço qualquer outra instituição médica – e olhem que eu atendo muitas

instituições médicas – que tenha feito esse tipo de prática. Em nenhum

momento, eu percebi ou conheci uma empresa em que kits eram entregues

prontos aos pacientes em casa, chegavam com motoboy, ou que eles ficassem

disponibilizados dentro do consultório. E foi por conta disso que a segunda

solicitação foi esta: que a empresa assumisse publicamente esse protocolo,

até porque é de conhecimento público, não é?

E o terceiro e último ponto, que aí, sim, está relacionado a

mim, era com relação à responsabilidade diante de possíveis ações. Como

esses médicos haviam sido ameaçados, eles tinham muito medo de responder

a processos e ter que pagar por esses processos, seja de indenização por dano

material, lucros cessantes, dano moral... E eles queriam que a empresa

assumisse e fizesse um documento de compromisso de que, caso isso

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