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Relatório final da CPI da Covid

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pagamento adiantado, deixou de entregar os medicamentos e não teve o contrato

rescindido por Barros, à época ministro da Saúde.

Esses fatos, portanto, revelam indícios de crime de organização

criminosa e devem ser encaminhados aos órgãos de persecução penal para o

aprofundamento das investigações.

Por fim, cabe registrar que o ministro da Controladoria Geral da

União (CGU), Wagner Rosário, foi convocado para explicar à CPI a atuação do

órgão no combate aos esquemas de corrupção instalados no Ministério da Saúde.

O Ministro esclareceu que a empresa Precisa só entrou no radar do

órgão quando as notícias começaram a aparecer na imprensa a partir do final de

junho de 2021 (fruto da investigação desta CPI). Essa informação é no mínimo

estranha, dado que a CGU teve acesso às conversas de Marconny Nunes Ribeiro,

fruto da Operação Hospedeiro, cujas tratativas buscavam beneficiar justamente a

Precisa.

Conforme o próprio Ministro, a partir de 2019 a CGU passou a

investigar um caso de favorecimento no âmbito do Instituto Evandro Chagas e,

em 6 de fevereiro de 2020, a CGU, em conjunto com a Polícia Federal e com o

Ministério Público Federal, deflagrou a Operação Parasita. Foi nesse momento

que se depararam com o nome de Marconny Albernaz, que havia recebido

recursos da empresa alvo da investigação. A partir daí, a CGU, a Polícia Federal

e o Ministério Público Federal deflagraram a segunda fase da operação, a já

mencionada Operação Hospedeiro. Nessa segunda fase, Marconny Albernaz foi

alvo da operação de busca e apreensão solicitada por esta CPI, mandado cumprido

no dia 27 de outubro de 2020. Ou seja, desde o ano anterior a CGU já tinha

conhecimento das tentativas do grupo ligado a Marconny de interferir na compra

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