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Relatório final da CPI da Covid

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esclarecedoras e informativas. A disseminação de informações oportunas,

precisas e acessíveis ao público é determinante para a gestão da crise.

A ausência de uma política nacional de testagem impediu o

adequado monitoramento da evolução da doença na sociedade com as

consequências daí decorrentes. A falta de planos tático-operacionais demonstra a

inexistência de um planejamento do Ministério da Saúde minimamente detalhado

para o combate à pandemia. Até meados de maio de 2021, o País não contava

com uma estratégia bem delineada para a realização de testes de detecção e

triagem da covid-19.

O TCU reconheceu a inoperância, a inefetividade e a falta de

planejamento do governo federal na área da saúde pública no que se refere ao

combate à covid-19.

Para agravar o quadro, sobejaram evidências significativas de que o

governo federal desestimulou a população a adotar medidas não farmacológicas

para evitar a infecção pelo vírus. O Presidente da República repetidamente

incentivou a população a não seguir a política de distanciamento social, opôs-se

de maneira reiterada ao uso de máscaras, convocou, promoveu e participou de

aglomerações e procurou desqualificar as vacinas contra a covid-19. Essa

estratégia, na verdade atrelada à ideia de que o contágio natural induziria a

imunidade coletiva, visava exclusivamente à retomada das atividades

econômicas.

As consequências dessa estratégia macabra foram mensuradas pela

ciência. Se medidas não farmacológicas tivessem sido aplicadas de forma

sistemática no País, poderiam ter reduzido os níveis de transmissão da covid-19

em cerca de 40%, o que significa que 120 mil vidas poderiam ter sido salvas até

o final de março de 2021.

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