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Relatório final da CPI da Covid

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hospitais e dos três institutos federais do Rio de Janeiro, tendo sido verificados

indícios de conluio entre empresas concorrentes para partilha dos contratos de

prestação de serviços continuados. Tal suspeita decorre da existência de muitas

contratações mediante dispensa de licitação; da constatação de frequentes

alterações de prazo, de valor e, inclusive, de objeto dos contratos; além da

desproporcionalidade dos valores dos serviços prestados quando levada em

consideração o porte das unidades de saúde entre si e em relação a outros

estabelecimentos hospitalares públicos.

A denúncia do Ministério Público Federal, envolvendo fatos

relativos ao Governo de Wilson Witzel, relata o modus operandi de uma

organização criminosa “que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção

ativa e passiva, fraude às licitações e peculato em detrimento do Estado do Rio

de Janeiro, bem como a lavagem dos recursos financeiros auferidos desses

crimes, que foram parcialmente destinados ao exterior, especialmente Portugal e

Uruguai”. Na denúncia, explicita-se a contratação fraudulenta de empresas e

organizações sociais, configurada pelo direcionamento de licitações, pela criação

de emergência para a renovação de contratos sem licitação e posterior assinatura

de aditivos de valor. As investigações desta CPI partem da premissa de que os

esquemas descritos no relatório do Ministério Público Federal no Governo do

Estado do Rio de Janeiro tenha se instalado no governo federal, especialmente

nos hospitais federais do Rio de Janeiro. Destaque-se que não há contratações

diretas de organizações sociais pelos hospitais federais do Ministério da Saúde no

Rio de Janeiro, mas as irregularidades, segundo o ex-governador Witzel,

ocorreriam por meio de relações indiretas entre organizações sociais,

fornecedores, prestadores de serviços, gestores da superintendência do MS no RJ

e dos hospitais federais, além de agentes políticos diretamente interessados nos

esquemas.

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